COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

EDUCAÇÃO – MUDANDO
O PAÍS
 Eline Rasera
Somos uma nação forte, unida pela
emoção, somos gentis e recebemos de braços abertos todos os povos, temos amor à
pátria e somos otimistas. Todo o planeta viu e relatou nossas qualidades.
Então o que falta para mudarmos de
uma vez por todas, essa “Síndrome de vira-lata”? (Nelson Rodrigues e suas
razões). Por que temos essa necessidade de acharmos que somos menos, podemos
menos e conseguiremos menos que todos? Não estou falando do futebol, mas de
outros “lances” da vida do brasileiro.
Por que não conseguimos alterar as
coisas nesse país, independente de quem governa. Eles (governantes) são
escolhidos e pagos por nós e não donos da nação. Por que somos ótimos como
seres humanos e menos eficiente e eficaz para conquistarmos uma vida com mais
qualidade e digna?
Acredito nas manifestações como forma
de “gritar” pela insatisfação… mas parece que não altera muito o
atual cenário. Fica muito fácil controlar um povo pelo medo e dependência, e me
parece óbvio que se quisermos resultados diferentes, teremos que buscar ações
também diferentes.
É possível que existam diversas
opiniões a respeito do que fazer, e, sinceramente acredito que todas estejam
bem fundamentadas e deem excelentes resultados, mas nesse momento só um caminho
me vem à mente: Educação.
Mas, educação de base antes da
educação técnica e profissional. Educação dirigida aos pequenos, aos que estão
formando potencialmente as conexões cerebrais e, por isso, muito atentos ao que
ouvem, veem e experienciam sem quase nenhum critério de avaliação do certo ou
errado. Simplesmente aprendem. E nessa fase que deveríamos cuidar mais e melhor
das informações.
No entanto, tenho a impressão que não
é bem assim. Exceto pela classe mais privilegiada que pode investir em boas
escolas, a maioria busca o que mais atende às necessidades básicas, ou seja,
escolas próximas da residência, as que têm vagas, etc, e que cuidam e
alfabetizam com um modelo de ensino antigo e que talvez já não atenda mais às
atuais necessidades.
Nossa fisiologia, mais precisamente
nosso cérebro, nos prepara para diversas situações:
“… O núcleo Accumbens,
integrante do sistema límbico…, registra nossas sensações positivas e
orquestra nosso circuito do prazer, fazendo com que o cérebro não meça
consequências para reproduzir o que nos gera satisfação” – O cérebro de
Alta Performance – L.F. Garcia.
Portanto, motivação e prazer em
aprender são fisiológicos.
Se a educação for realizada com mais
experiências positivas, certamente o aprendizado será maior e mais motivador,
mais satisfatório e com melhores resultados.
Com o atual sistema, baseado em
recompensas positivas e negativas, punição, muitas vezes com exclusão, provas,
matérias desinteressantes, fora da realidade do educando e pouco ou nenhum
espaço para questionamentos e criatividade, o aprender tende a ser desmotivador
e obrigatório. Muitas vezes até repulsivo – talvez por isso tanta evasão
escolar.
“… A função científica do
prazer para qualquer ser vivo é garantir a sobrevivência e a perpetuação da
espécie…” – L.F. Garcia.
Portanto, mudaremos características
da nossa sociedade que nos impedem voos mais altos para galgar melhores espaços
na ciência, tecnologia, saúde, recursos de qualidade, se alterarmos as
informações que, de um jeito ou de outro, transmitimos às nossas crianças. E
pra começar, outro modelo educacional.
Gerar mais satisfação, preparar
melhor os educadores, implantar novas disciplinas, gerar ambientes mais abertos
à criatividade, permitir e valorizar a manifestação das ideias – mais motivação
menos repressão.
“… O prazer leva os seres
humanos, desde a fase embrionária, a buscar experiências que farão seu cérebro
estabelecer as ligações corretas para sua sobrevivência. As conexões que mais
produzem prazer são constantemente estimuladas e, por isso, reforçadas; as
menos utilizadas acabam sendo eliminadas” – L.F.Garcia.
A educação é a arma mais poderosa que
você pode usar para mudar o mundo.” Nelson Mandela.
E a autoestima vem como consequência
do conhecimento.
Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso
de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE-FGV.

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