CRISE ECONÔMICA DA ARGENTINA CAUSA REFLEXOS NO COMÉRCIO EXTERIOR DE CAMPINAS

O comércio exterior das 19 cidades de
cobertura do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) regional
Campinas apresentou um déficit de US$ 3.04 bilhões, no acumulado do ano até
maio. Esse déficit foi 2% superior ao observado no acumulado do ano em 2013 e
decorre da queda de 2,4% das exportações, que somaram US$ 1,4 bilhão, ao passo
que as importações cresceram 0,6%  e
somaram US$ 4,4 bilhões. No resultado mensal de maio, o déficit  comercial foi 12,5% superior ao observado em
maio do ano passado e totalizou US$ 676,2 milhões. As importações foram de US$
980 milhões, com uma variação positiva de 8,8%, e as exportações foram de US$
303,8 milhões, com uma variação positiva de 1,5%.
No que diz respeito às exportações por
setores industriais, no acumulado do ano nos municípios selecionados neste
estudo, o setor de fabricação de produtos químicos apresentou o maior volume
com US$ 265 milhões, observando-se uma variação negativa de 4,7% em relação ao
mesmo período do ano anterior e participação de 18,9% do total. O setor de
fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias contribuiu com US$
255,2 milhões, e, apesar de representar 18,2% do total exportado, teve queda de
12,0% na variação do acumulado quando comparado ao mesmo período em 2013. O
setor de fabricação de máquinas e equipamentos correspondeu a 12,4% do total
exportado (US$ 173,9 milhões) e apresentou variação negativa de 6,1%. Por fim,
destaca-se que o setor de agricultura, pecuária e serviços relacionados teve
uma variação positiva de 366,3% em relação ao mesmo período de 2013, mas
contribuiu com apenas US$ 101,5 milhões (7,2% do total exportado).
Nos resultados mensais, as exportações da
fabricação de produtos químicos aumentaram 4,6%, em relação ao mês de maio de
2013, enquanto as exportações de fabricação de veículos automotores, reboques e
carroceria aumentaram 3,2% e as exportações da fabricação de máquinas e
equipamentos aumentaram 5,6%. As exportações de produtos da agricultura,
pecuária e serviços relacionados, novamente, apresentou um expressivo aumento,
de 585,5%. As exportações provenientes da metalurgia, da fabricação de produtos
alimentícios e da fabricação de celulose, papel e produtos de papel
influenciaram negativamente as exportações totais do mês de maio, uma vez que
caíram 31,4%, 55,3% e 18,7%, respectivamente.
O diretor de comércio exterior do Ciesp
Campinas, Anselmo Riso, disse que o principal país das exportações regionais é
a Argentina, que passa, por grave crise econômicas e em função disso  tem apresentado uma queda significativa de
exportações para aquele país. “As nossas exportações que são muito direcionadas
para a Argentina caíram 25% e a Argentina é o nosso maior mercado. Os
principais segmentos como produtos químicos caiu 4,7%; veículos caiu 12% e
máquina e equipamentos caiu 6%”, diz.
Para Anselmo Riso, o ano de 2014 está
praticamente perdido, pois não há tempo hábil para a busca de novos mercados em
substituição ao argentino. “O  grande
problema da busca de novos mercados por parte das e

mpresas aqui da nossa região
é a falta de competitividade. É óbvio que estão procurando novos
direcionamentos para os seus produtos, mas em função daquilo que a gente sempre
tem comentado que essa falta de competitividade, alta carga tributária que a
gente tem e o custo dos empregos estão dificultando muito a conquista desses
novos mercados. O que nós temos é que aguardar mais pelo menos até depois das
eleições para ver o que poderá Sr feito ainda esse ano para conquistar novos
mercados, mas na minha opinião entendo que o nosso ano de 2014 já está
comprometido. Nós não vamos conseguir durante esse ano repor essas perdas que
estamos tendo referente à essas exportações da Argentina”, avalia.

Para o diretor titular do Ciesp Campinas,
José Nunes Filho, a economia brasileira está se deteriorando. “Há uma
deterioração da economia de uma forma geral muito grande. A economia está
deteriorando de uma forma rápida agora porque essas coisas você não faz no
curto prazo. Não fez quando deveria ter feito. Quando você deixa de fazer alguma
coisa no setor público, você paga muito caro no futuro. É a falta de
planejamento de longo prazo”, comenta.
Fotos 1 e 2 – Coletiva do Ciesp Campinas.
Crédito: Divulgação.
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