CRISE FAZ DESPENCAR ÍNDICES DA INDÚSTRIA NA REGIÃO DE CAMPINAS

22 de outubro de 2015.
A crise está afetando cada vez mais as indústrias
da região de Campinas e o emprego registrou queda pelo sexto mês consecutivo.
Em setembro, o saldo foi de 650 demissões. No acumulado de janeiro a setembro
de 2015 foram 3,6 mil demissões e nos últimos doze meses foram perdidos 6,5 mil
postos de trabalho na indústria regional. A tendência é de que nos próximos
meses as indústrias continuem fechando postos de trabalho. Para o vice diretor
do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, José
Henrique Toledo Corrêa, pelo ambiente de queda na produção industrial,
diminuição nas vendas, somado a crise política que o País atravessa, os números
de emprego de outubro a dezembro devem também ser negativos. “Não chegamos ao
fundo do poço e infelizmente, pelas dificuldades que as empresas estão enfrentando, as demissões continuarão nos
próximos meses”, diz.
Segundo José Henrique Toledo Corrêa, a crise
institucional existente no país tira a confiança dos empresários. “Nós sentimos
essa indefinição de governo. A gente está com uma crise institucional onde a
Lava jato compromete os presidentes do Senado e da câmara, ou seja, quem
governa o Brasil está envolvido em escândalos. Todos esses crimes aconteceram e
como nós fazemos? Nós temos ministros que não tem capacidade para serem
ministros. Não são da área e estão ministros de pastas que nunca trabalharam.
Isso tira a confiança dos empresários”, afirma.
A situação também é delicada no comércio exterior. O
diretor de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, revelou que em
setembro houve uma queda de 13,4% nas exportações em comparação com igual
período do ano passado. Em 2014 foram US$ 300 milhões, contra US$ 260 milhões
em 2015. As importações no mês caíram 27%, sendo US$ 1 bilhão em 2014 e US$ 730
milhões em 2015. A corrente de comércio exterior que inclui a soma das
exportações e importações apresentou uma queda de 31 %. Em 2014 essa corrente
foi de US$ 1,3 bilhão e em 2015 de US$ 990 milhões. Para Anselmo Riso, esse
quadro não tem nenhuma perspectiva de mudança para os próximos meses.
Anselmo Riso disse que mesmo com a taxa de dólar
favorável às exportações ainda não se sentiu esse reflexo em nossa região. “Apesar
dessa taxa de dólar ser bem atraente para os negócios internacionais,
principalmente para tornar os nossos produtos 
mais significativos para a nossa região que tem produtos manufaturados
de alta tecnologia, esse reflexo não foi bastante positivo porque entendemos
que essa variação cambial com o dólar nesse patamar favorece muito mais as
exportações de commodities e produtos
agrícolas”, avalia.
O economista da Facamp (Faculdades de Campinas),
José Augusto Ruas, afirmou que os resultados da pesquisa de Sondagem Industrial
em setembro de 2015 mostram, em sua maioria, uma deterioração nos resultados,
considerando-se os dois meses anteriores e uma mais profunda ainda, quando se
compara com o mesmo mês em 2014. Destaques negativos nos indicadores de nível
de emprego, decisões de investimentos e na produção industrial.
Foto 1 – Diretor de comércio Exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso; vice diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa e professor da Facamp, José Augusto Ruas.
Foto 2 – Vice diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações

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