CRISES PARA INOVAR

06 de fevereiro de 2015.
ARTIGO DE CLARA LÓPEZ TOLEDO CORRÊA

No ano de 2001 o Brasil sofreu uma crise nacional
que veio a ser denominada de “Apagão”. Entretanto, um País tão diverso e rico
em sua natureza sempre sofreu e ficou a deriva quando o assunto era lidar com
essa força muitas vezes incontrolável, assim, desde sempre pesquisas, estudos e
projetos foram feitos para entender e lidar com esses percalços, seja com
açudes, poços artesianos e outras formas de tecnologias mais elaboradas para a
captação de água (principalmente nos estados mais secos do País).
No ano de 2014 e mais especificamente nesse
início de 2015, enfrentamos mais uma crise hídrica e elétrica, agora, no
Sudeste do Brasil, a qual ainda não sabemos como será denominada, mas que como
qualquer outra situação de necessidade fez com que buscassemos  soluções e
alternativas para superá-la. Nesse cenário, portanto, a cultura do reúso e do
não desperdício acabou fomentando outra cultura que muitos nem imaginavam
possuir, a das invenções, ou seja, patentes!  São pessoas comuns –
professores, donas de casa, estudantes, etc.,- muitas vezes nem são empregados
de fábricas ou engenheiros contratados para desenvolver determinado produto ou
processo, que se viram diante da falta de água e criaram sistemas e produtos
simplesmente geniais, pois por mais simples que sejam, atenderam a necessidade
que possuíam.  Na maioria desses casos, essas pessoas – agora, inventores
– não se preocuparam em registrar o invento delas, pois a preocupação maior é
superar uma crise determinada e contribuir com a sociedade, por esse motivo é
muito difícil estimar quanto realmente o Sudeste Brasileiro e o País ganharam
com essas invenções e o quanto elas representam para o mundo das Patentes. 
Enquanto isso, os canais de vídeos pela internet propagam essas inovações com
uma velocidade incomensurável com o intuito de atingir todos os lares daqueles
que necessitam economizar água e energia.
Entretanto, essas inovações, também, chegam de uma
forma mais técnica e burocrática por meio de grandes empresas, seja criando
novos produtos e sistemas, seja utilizando tecnologias já conhecidas em
diversos outros Países como é o caso dos EUA e da Índia que sofrem tanto com a
qualidade da água, como com a sua quantidade. Inclusive, uma dessas tecnologias
fez com que a cidade de Campinas fosse a pioneira no País por utilizar água de
reúso no seu abastecimento, exatamente como o estado da Califórnia faz. 
Dessa forma, hoje, o mercado brasileiro é
bombardeado por essas inovações que visam o reúso e economia da água e da
eletricidade. Assim os mais diversos produtos que possuem preços diferenciados
são encontrados nas prateleiras. Esses produtos atingem todos os bolsos e podem
variar entre R$ 5,00 a R$ 18 mil reais dependendo da tecnologia utilizada –
estes últimos muitos fabricantes já se anteciparam em acalmar o público ao
dizer que estão estudando novas formas de fazer os produtos mais acessíveis.

Mas, com essa crise e com todas essas invenções,
não apenas a população comum, mas o mercado como um todo nada mais quer que
soluções e inovações para superar essa situação, sem que o abastecimento de
água e energia prejudique não apenas um banho, mas uma fábrica inteira e ainda,
contribua para o crescimento do País como um todo, pois é isso que uma cultura
de Patentes e Invenções pode fazer por um País.
*Clara
López Toledo Corrêa é advogada da Toledo Corrêa Marcas e Patentes. E-mail – [email protected]
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