NEUROPLASTICIDADE – MUDANDO CRENÇAS

06 de fevereiro de 2015.
COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

Uma das melhores coisas nesses
últimos anos, foi o acesso à informações sobre o cérebro – a
Neurociência.  Antes restrito a poucos, limitava o conhecimento de sua
funcionalidade e, portanto, das possibilidades de solucionar alguns de
problemas de comportamento e melhorar a qualidade de vida. 
A Neuroplasticidade, ou seja, a
capacidade que o cérebro possui continuamente de se renovar de acordo com as
experiências  que temos, trouxe também a informação sobre como fazer essas
renovações e mudar os padrões mentais que já não atendem mais  nossas necessidades.
E essa função é muito importante para desenvolvermos a Inteligência Emocional
(ou Quociente Emocional) e mudarmos as crenças que não mais agregam, para
outras crenças que ajudarão a efetivamente termos mais sucesso e realizações.
E como isso acontece? Um novo
entendimento sobre a nossa fisiologia diz respeito a morte e nascimento das
células cerebrais. Segundo Daniel Goleman, psicólogo, em seu livro, O Cérebro e
a Inteligência Emocional – Novas Perspectivas, “todos os dias o cérebro gera 10
mil células-tronco que se dividem em duas. Uma torna-se uma linha filiada que
continua fabricando células-tronco, e a outra migra para onde quer que seja
necessária no cérebro e se transforma nesse tipo de célula.”  Quer dizer
que as células cerebrais se multiplicam e isso equivale a dizer que novas
experiências, novas células, novas conexões e novos padrões tendem a surgir.
Perfeito! Comportamento adaptável a outras realidades.
Ainda de acordo com Daniel,
“…muitas vezes, essa destinação é onde a célula é necessária para novo
aprendizado. Ao longo dos 4 meses posteriores, essa nova célula forma cerca de
10 mil conexões com outras para criar um novo circuito neural.
Simples? Sim e não. Acontece que as
crenças (lê-se conexões estabelecidas) farão em “tremendo esforço” para
continuarem prevalecendo, ou seja, ainda que tenhamos novas informações, as
antigas “tentam “predominar. Isso em função de outra atividade do cérebro, as
emoções. O medo, insegurança, vaidade, orgulho, entre outras, impedem a
facilidade para mudar comportamentos, mesmo que o atual apresente resultados
negativos. Flavio Gikovate, psiquiatra, diz que mudar pensamento é tão difícil
quanto mudar hábito, pois os hábitos são conhecidos e de alguma forma nos
protegem, mesmo sendo eles algo ruim.
Por essa razão é tão difícil mudar
uma crença quando esta está fortemente estabelecida em nós.
Porém, se nosso cérebro apresenta a
neuroplasticidade, já sabemos que é possível alterar um comportamento, mudar
uma crença, adquirir novos conhecimentos que se tornarão o alicerce para uma
vida de mais realizações.
O sonho, o desejo, a ação e a
persistência. Um bom profissional pode vir a ser um ótimo líder. Buscar quais
caminhos e ações levarão ao objetivo: um MBA, novo idioma, Coaching para
adquirir novos comportamentos, aprender com modelos positivos de bons lideres,
leituras. E praticar.
Mas, cuidado com os velhos padrões,
eles surgirão apontando os obstáculos e esses, são maneiras que o cérebro
encontra para reafirmar as antigas crenças.
Eline Rasera, psicóloga, coach e
professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE-FGV.
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