MERCADO DE LEITE REGISTRA AUMENTO DE PRODUÇÃO E PREÇOS LIGEIRAMENTE ESTÁVEIS

O preço médio recebido pelos produtores de
leite em dezembro, referente ao produto entregue no mês de novembro, manteve-se
praticamente estável, com leve queda de 0,2% em relação ao mês anterior.
Conforme levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de
São Paulo (Esalq/USP), a “média nacional”, ponderada pela produção dos estados
do RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA, foi de R$ 0,8227/litro (valor líquido) ou de R$
0,8934/litro quando considerados frete e impostos. Essa sustentação foi obtida
mesmo com o aumento do volume produzido na maioria dos estados pesquisados pelo
Cepea.

No comparativo com dezembro de 2011, o preço
do leite também seguiu firme, com ligeiro aumento de 0,6% em termos reais
(valores deflacionados pelo IPCA de novembro/12). Mesmo assim, pesquisadores do
Cepea destacam que o ano não tem sido fácil para o produtor de leite, que viu
os custos de produção se elevarem mais de 20% em 2012. A isso, somam-se
problemas climáticos, que atrasaram o plantio e a produção de pastagens anuais
e perenes nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Conforme estudos do Cepea, esse panorama teve
efeito direto na rentabilidade da atividade leiteira, e a consequência são os
baixos investimentos e até mesmo a desistência de alguns produtores. Para 2013,
agentes consultados pelo Cepea esperam certo recuo nos preços do concentrado
com a entrada da nova safra de grãos. Entretanto, o aumento de 9% no salário
mínimo, de R$ 622,00 para R$ 678,00, pesa significativamente sobre os custos,
exigindo mais cautela e planejamento dos produtores de leite brasileiros.

Neste ano, devido ao baixo regime de chuvas
no início da safra, a produção aumentou somente em novembro. Na região Sul,
bastante prejudicada pelo atraso no plantio das pastagens de verão, o aumento
foi tímido, de 0,8%, de acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea
(ICAP-Leite). Nos outros quatro estados da pesquisa, o aumento foi maior. Em
Goiás, Bahia e São Paulo, a captação aumentou em torno de 9% em cada. No estado
de Minas Gerais, maior produtor nacional, o avanço foi de 6%. Considerando-se
os sete estados desta pesquisa, o ICAP/Cepea avançou 4,9%.

No segmento de derivados lácteos, os preços
também permaneceram estáveis. Segundo agentes consultados pelo Cepea, as vendas
de leite UHT no atacado de São Paulo esfriaram devido às férias. Com isso,
houve leve redução de 0,6% de seu preço em dezembro (cotado até o dia 27)
frente a novembro, com a média a R$ 1,92/litro – valor inclui frete e impostos
cobrados no estado. No caso do queijo muçarela, agentes consultados pelo Cepea
explicam que as festas de fim de ano aumentam o consumo do produto. Assim, seus
preços seguiram firmes em dezembro, com a média estável a R$ 11,67/kg. Essa
pesquisa do Cepea é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o
apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da
Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

A maior parte dos laticínios/cooperativas
consultados pelo Cepea (52% dos entrevistados, que representam 59% do volume de
leite amostrado) acredita que os preços do leite ao produtor permanecerão
estáveis em janeiro/13 (produção entregue em dezembro). Para 40% dos agentes
(que respondem por 37% do volume da amostra), deve haver queda de preços e 8%
dos consultados (responsáveis por 4% do volume de leite amostrado) acham que
deve haver alta.

De acordo com levantamentos do Cepea, o
estado de Goiás apresentou redução de 1,7% no preço líquido do leite, que foi
para R$ 0,8584/litro em dezembro. Mesmo assim, este ainda foi o maior valor
entre os estados da “média nacional”. Em São Paulo, o preço manteve-se
praticamente estável, tendo leve aumento de 0,6%, com a média a R$
0,8550/litro. No estado mineiro, a média foi de R$ 0,8319/litro, redução de
0,7% frente a novembro.

 
No Sul do País, o preço médio líquido do
Paraná aumentou 2,7%, chegando a R$ 0,8185/litro. Em Santa Catarina, o
acréscimo foi de 0,9%, com o litro a R$ 0,8021 e, no estado gaúcho, um dos
estados que mais sofreu com a estiagem, houve recuo de 0,5%, com média de R$
0,7511/litro.

No Ceará, o preço permaneceu estável, com reajuste
positivo de 0,3% e média (valor líquido) em R$ 0,8572/litro. Movimento bem
diferente foi visto na Bahia, onde a média recuou quase 5%, chegando a R$
0,7714/litro.

Em dezembro, predominou estabilidade no
Espírito Santo, no Rio de Janeiro e em Mato Grosso do Sul. No primeiro, o preço
do litro foi R$ 0,79, no segundo, de R$ 0,9018 e, em Mato Grosso do Sul, de R$
0,7238, todos com recuo de 0,1%.

 
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