MICRO E PEQUENAS EMPRESAS REGISTRAM QUEDA DE FATURAMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO

21 de outubro de 2014.
Em mais um mês de resultados fracos,
as micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo registraram queda de
8,9% no faturamento real em agosto em relação a igual período de 2013. Foi o
sexto recuo consecutivo na receita real das MPEs em 2014, na comparação com o
mesmo mês do ano anterior, segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP.
A retração atingiu todos os setores:
o faturamento das MPEs da indústria caiu 3,5%; no comércio, 16,6% e em
serviços, queda de 1,6%, no confronto de agosto deste ano com o mesmo mês do
ano passado.
A receita total das MPEs paulistas
foi de R$ 47,4 bilhões em agosto, já descontada a inflação, o que representa R$
4,6 bilhões a menos do que em agosto de 2013, porém R$ 1,7 bilhão acima do
apurado em julho deste ano. Este número positivo teve influência da redução de
dias úteis em julho por causa da Copa do Mundo.
De janeiro a agosto, a receita real
das MPEs caiu 1,2% ante igual intervalo de 2013. Foi o primeiro resultado
negativo no acumulado de 2014 ante o mesmo período do ano anterior. “A
explicação para a piora no faturamento está no fraco desempenho da economia
brasileira este ano”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno
Caetano. “As micro e pequenas empresas têm forte dependência do mercado
interno, que está sofrendo com inflação relativamente alta, juros mais elevados
e limitações na concessão de crédito. Esses fatores levam a um quadro de
incertezas econômicas e a uma deterioração da confiança de empresários e
consumidores. As consequências aparecem no caixa dos pequenos negócios, já que
o consumidor fica mais cauteloso na hora de ir às compras”, conclui
Caetano. 
Por regiões, a situação também se
mostra desfavorável na comparação de agosto de 2014 com agosto de 2013. No
município de São Paulo, o faturamento recuou 5,7%; na Região Metropolitana de
São Paulo, a queda foi de 4,8%; no Grande ABC houve redução de 3,2% na receita,
e no interior do Estado o faturamento das MPEs caiu 12,8%. “A queda mais
acentuada no faturamento das micro e pequenas empresas do interior do Estado de
São Paulo está ligada à forte base de comparação, já que em agosto do ano
passado os negócios da região haviam registrado desempenho bem mais animador,
na comparação com as demais regiões”, diz o coordenador de pesquisas do Sebrae-SP,
Marcelo Moreira.
O pessoal ocupado nas MPEs do Estado
de São Paulo, que inclui sócios-proprietários, familiares, empregados e
terceirizados, registrou variação de +0,2% de janeiro a agosto de 2014, ante o
mesmo período do ano anterior. O rendimento real (salários e outras
remunerações) dos empregados nas MPEs paulistas, no mesmo período, apresentou
variação de -0,2%, e o gasto total com a folha de salários registrou elevação
de 1,8%.
Em meio ao cenário de fraco
desempenho da economia, em setembro de 2014, cresceu a parcela de donos de MPEs
paulistas que esperam apenas manter o faturamento do negócio nos seis meses
seguintes: em setembro de 2013 eram 49% e agora são 56%. Os que acreditavam em
melhora eram 32% e agora são 28%. Já os que esperam piora no faturamento
passaram de 6% para 9% no mesmo período. “Datas fortes para o comércio como Dia
das Crianças e Natal devem reforçar as vendas e trazer algum alento para esses
empresários. No entanto, não há perspectiva de grandes melhoras por conta das
limitações do nível da atividade econômica”, explica Moreira. Segundo ele, a
diluição das incertezas, principalmente no que diz respeito à inflação, é o que
pode contribuir para avanços.   
Quanto à evolução da economia do
País, 51% disseram em setembro de 2014 acreditar em estabilidade nos próximos
seis meses. Em setembro de 2013 eram 52%. Os empresários que falam em piora são
22% ante 14% em setembro do ano passado. Outros 18% têm expectativa de melhora;
um ano antes essa era a previsão de 22% dos proprietários de MPEs.
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é
realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716
proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs
são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e
empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento
bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados
pelo INPC-IBGE.

Fotos 1 e 2 – Diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
Crédito: Divulgação.

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