MICRO E PEQUENAS EMPRESAS TEM QUEDA DE 11,9% NO FATURAMENTO EM AGOSTO

19 de outubro de 2015.
O fraco nível da atividade econômica
derrubou os resultados das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas em
agosto. O faturamento real, já descontada a inflação, caiu 11,9% quando
comparado com o mesmo mês de 2014. A queda foi puxada principalmente pelo setor
de serviços, que teve o maior recuo no índice em 13 anos, na comparação com o
mesmo mês do ano anterior. A receita total das MPEs em agosto foi de R$ 46,2
bilhões, o que representa R$ 6,2 bilhões a menos do que em agosto de 2014. A
queda acumulada desde janeiro é de 11,2% em relação a igual período do ano
passado. As informações são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.
Na análise por setores, todos os
números ficam no campo negativo: a indústria teve redução de 11% no faturamento
em agosto ante o mesmo mês de 2014; o comércio apresentou queda de 3,8%. O
resultado dos serviços foi o que mais chamou atenção, ao despencar 20,3% no
período, consequência da diminuição da demanda do segmento de serviços
prestados a empresas. Trata-se da maior queda para a receita das MPEs de
serviços sobre o mesmo mês do ano anterior desde maio de 2002. Naquele ano, a
economia saía de um de racionamento de energia elétrica e passava por um
período de incerteza, sofrendo os efeitos da valorização do dólar, após a
moratória argentina.
O comércio, por sua vez, só não teve
desempenho pior por causa da base fraca de comparação. Em agosto de 2014 as
MPEs do setor tiveram queda de 16,6% na receita sobre agosto de 2013. “Estamos
diante de um quadro crítico, com aumento do desemprego, queda no rendimento de
quem ainda está empregado e piora das perspectivas quanto ao futuro da economia
do País”, afirma o diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “Com
menos dinheiro no bolso, as famílias reduzem seu consumo; isso também prejudica
a demanda das empresas por itens de outras empresas, desaquecendo toda a
cadeia”, diz.
As MPEs do município de São Paulo
foram as que mais sentiram a crise, com queda de 22,3% no faturamento em agosto
sobre o mesmo mês de 2014. Na Região Metropolitana de São Paulo a receita das
MPEs caiu 16,6% no período. No Grande ABC e no interior, a situação não foi
muito diferente, com redução de 11,7% e 6,8%, respectivamente, no indicador no
mesmo período.
No período de janeiro a agosto, as MPEs
do Estado de São Paulo apresentaram aumento de 1,7% no total de pessoal ocupado
(sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) sobre o
acumulado dos oito primeiros meses de 2014. Mas em igual período, a folha de
salários paga pelas MPEs registrou queda real de 1,3% e o rendimento médio dos
empregados diminuiu 1,7%.
O levantamento do Sebrae-SP aponta
que, em setembro, 60% dos donos de MPEs paulistas disseram esperar que o
faturamento da empresa fique estável nos próximos seis meses. Em setembro de
2014, essa era a opinião de 56% deles. Os que acreditam em aumento de receita
estão em menor número do que um ano antes: eram 28% em setembro de 2014 e agora
são 20%.
Quanto à economia brasileira, 40%
aguardam manutenção do nível atual de atividade ante 51% em setembro do ano
passado. A parcela dos que falam em piora nos próximos seis meses soma 38%; 22%
tinham essa expectativa em igual mês do ano anterior. “O cenário econômico
atual é de incerteza, com inflação e desemprego em alta, queda no consumo e no
faturamento dos pequenos negócios. Hoje, a preocupação de um dono de micro ou
pequena empresa é manter-se vivo no mercado, e aguardar por oportunidades no
mercado ou por uma melhora da economia no futuro. Nesse contexto, é importante
ele manter uma boa gestão do empreendimento para conseguir contornar o mau
momento”, orienta o diretor-superintendente do Sebrae-SP.
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é
realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.700
proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs
são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e
empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento
bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados
pelo INPC-IBGE.
Foto: Bruno Caetano, diretor superintendente do Sebrae-SP.
Crédito: Divulgação.
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