PRESIDENTE DO CIESP APONTA QUE HABILIDADES DE COMPORTAMENTO SERÃO FUNDAMENTAIS NO MERCADO DE TRABALHO

As softskills, habilidades comportamentais, como a tolerância às diferenças, a estabilidade emocional e a capacidade de lidar com adversidades devem ser cada vez mais diferenciais valorizados pelo mercado de trabalho. O apontamento foi feito pelo presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, durante a palestra “Macrotendências Mundiais até 2040” realizada em CampinasCiesp, Fiesp.

A apresentação trouxe informações pautadas pelo cruzamento de mais de 400 bancos de dados do Ciesp e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O trabalho e a qualificação foram um dos nove temas da apresentação que também incluiu saúde, alimentos, energia, urbanização, entretenimento e turismo, segurança e infraestrutura.

Para Cervone, é muito importante que a sociedade fique atenta à capacitação técnica da mão de obra, mas também à preparação em relação às habilidades comportamentais. Ele lembra que a diversidade nas empresas hoje abrange não só questões de gênero e raça, mas também de idade. Gerações na faixa dos 20 anos convivem com as de 70 hoje dentro das empresas, o que muitas vezes representa mentalidades completamente diferentes.

Na sua opinião, outro ponto importante é treinar as crianças e adolescentes para não perderem o senso crítico. “Nós temos que treinar o poder de questionamento das crianças para que possam buscar informações e escaparem das fake news. O professor hoje tem se tornado um tutor, pois a informação já está na palma da mão. Mas com tanta inteligência artificial e algoritmo, muitos jovens acreditam piamente naquilo que leem”, disse Cervone.

Novas oportunidades

Sobre o mercado hoje, ele ressaltou ainda que o trabalho remoto permitiu que profissionais da área de tecnologia no Brasil pudessem ser contratados também por empresas de outros países como os europeus, a Austrália, Canadá e os Emirados Árabes. Com isso, a engenharia da computação e de tecnologia da informação são exemplos de áreas desfalcadas no mercado brasileiro. Estima-se que o déficit hoje seja de 340 mil profissionais de TI.

O presidente do Ciesp ainda explicou que muitas profissões devem desaparecer, mas que outras estão surgindo e citou como exemplo o caso do Senai do Rio de Janeiro, que tem cultivado algas marinhas, numa fazenda bio-oceânica de 150 hectares, para extrair princípios utilizados na produção de um novo tipo de fibra biodegradável e que necessitaria de engenheiros especializados no tema. “A gente tende a reagir negativamente às mudanças e isso pode ser um erro. Tanto profissões serão extintas, quanto novas profissões irão surgir”, disse Cervone.

Para José Henrique Toledo de Corrêa, diretor do Ciesp-Campinas, este perfil de palestra é importante porque a tecnologia está evoluindo de forma muito rápida. Para ele, o tema macrotendências traz um “norte” para a vida pessoal e empresarial.  “Nós, da indústria, vemos que a inteligência artificial tem gerado menos empregos. O conhecimento sobre as macrotendências pode permitir que pessoas empreendedoras, e até visionárias, possam, diante disso, encontrar novas oportunidades de negócios e, consequentemente, desenvolver novos perfis de empregos. As macrotendências vão acontecer ou já estão acontecendo e nós temos que nos preparar para isso”, disse o diretor.

O evento em Campinas contou com a presença de 150 lideranças do setor econômico e político da região. A Secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação do Município de Campinas, Adriana Flosi, representou o prefeito de Campinas, Dário Saad. O Ciesp tem 42 regionais e representa 8 mil indústrias associadas em todo o estado de São Paulo.

 

Foto: Presidente do Ciesp, Rafael Cervone.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

 

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