Panorama de Negócios
Os pães de queijo, bolos e outros salgados e doces fabricados pela indústria
Tartanero, em Campinas (SP), estão caindo no gosto de um número tão expressivo
de clientes, que a ideia dos proprietários da empresa, os irmãos Ricardo, Diego
e André Luiz Alberich, é transformar o negócio da família em um sistema de
franquia e para isso já contam com uma lista de interessados. Segundo André
Luiz Alberich, a terceira loja da família será inaugurada em março no bairro
Guanabara, na esquina da Rua Cônego Neri com a Avenida Carolina Florence. Esta
será a loja modelo para o sistema de franquia. A partir de uma consultoria
realizada por uma empresa especializada, os irmãos Alberich desenvolveram dois
modelos de franquias: a loja festa e a cafeteria. A primeira é completa, com
mesas para os clientes comerem no local e com a estrutura para venda de kit
festas e alimentos congelados. A cafeteria é um pouco mais simples: o
atendimento é feito somente para consumo local, e até por isso não são vendidos
alimentos congelados. A ideia dos empresários é começar a implantar as
franquias na região de Campinas. O investimento inicial para abertura de uma
franquia Tartanero é de R$ 350 mil para uma loja festa e R$ 250 mil para o
formato cafeteria. “Investimos R$ 450 mil nesta loja de 300 metros quadrados,
com conceito festa, onde serviremos porções, pratos rápidos, congelados, doces
e os tradicionais salgadinhos”, diz André Alberich. No local serão instaladas
20 mesas, mas os clientes também poderão levar os itens para viagem. O ponto de
venda será o primeiro que funcionará aos domingos.
André Alberich disse ainda que o projeto para 2013 envolve, além da terceira
loja própria que será inaugurada em março, a abertura de três franquias para a
região de Campinas. “O principal fator para a gente escolher o franqueado é a
condição de se dedicar 100% à loja. A nossa franquia de alimentos não funciona
se não tiver o proprietário se dedicando em tempo integral. Se for a loja festa
a gente pede duas pessoas. Se for a modelo cafeteria, que é menor a vai ter
menos coisas para se fazer e para cuidar, então uma pessoa é suficiente”, diz.
A ideia de desenvolver um sistema de franquia da marca surgiu a partir da
inauguração no ano passado de uma unidade de venda da Tartanero dentro do
Hospital Madre Theodora. “Esse nosso franqueado
já era nosso parceiro, então foi alo mais amigável sem a necessidade de
contratos e de todos os manuais. Isso foi bom , pois no final de 2012 a gente
começou a se preparar para estar fazendo a franquia da maneira que deve ser
feita. Este ano estamos nos filiando à Associação Brasileira de Franchising já
com a primeira franquia que é a do Hospital Madre Theodora”, explica.
Segundo a Associação Brasileira de Franchising, o setor de franquias
faturou, em 2011, mais de R$ 88 bilhões, sendo que o segmento de alimentação
foi responsável por 19,7% desse total. No mesmo ano, o número de redes de
franquias no Brasil chegou a 2.031 – 23,7% são do setor alimentício. Das 6.733
novas unidades surgidas no período, 14,9% são do setor alimentício. “O
resultado dos dois primeiros anos nos mostrará que caminho seguir”, diz Ricardo
Alberich. “Se aparecer um interessado em abrir a franquia em outro Estado,
analisaremos a viabilidade da implantação”, comenta.
O mix de produtos da Tartanero vai muito além do pão de queijo (produto que
deu origem à fábrica) e do pão de batata. No total são 20 tipos de salgados com
22 opções diferentes de recheios. Além dos mencionados, eles oferecem empadas,
enrolados, tortas, folhados e os tradicionais salgadinhos de festa (kibe,
croquete, coxinha, risoles, bolinha de queijo). Entre os doces, um vasto leque
de opções de bolos chama a atenção no cardápio e enche os olhos de quem passa
pelas vitrines: são 25 tipos em sabores como o chocolate, o coco, as nozes, o
pé-de-moleque, o morango, a mousse, entre outros.
Além da fábrica, fundada em 1994, no Taquaral, a Tartanero conta atualmente
com dois pontos de vendas próprios localizados no Taquaral e no Parque D. Pedro
Shopping e a primeira unidade fraqueada do Hospital Madre Theodora Os
investimentos nas lojas próprias somam R$ 1 milhão.
Na fábrica, com capacidade para produzir até 20 mil unidades por dia, são
feitas as encomendas e, de lá, são realizadas as entregas. A empresa vende, em
média, 200 mil unidades de salgados/doces por mês no atacado e no varejo. Além
dos centos dos salgadinhos, okit festa, montado de acordo com a
necessidade do cliente, é um dos mais pedidos. “É a melhor opção para eventos
porque o cliente escolhe os tipos, os sabores e a quantidade de cada item.”,
explica André.
A história da indústria alimentícia Tartanero começou em 1989, quando o pai
da família Alberich faleceu, e a mãe, Maria José, começou a fazer os salgados
em casa para que os filhos vendessem em escolas e bares. A família decidiu,
então, abrir uma cafeteria para vender os itens, mas, os pedidos foram
aumentando, e os irmãos resolveram fechar o estabelecimento comercial e iniciar
uma produção industrial – o empreendimento localizado até hoje no bairro
Taquaral. O nome Tartanero foi ideia da matriarca da família, após uma viagem
com o marido e os filhos às Ilhas Canárias, na Espanha. Tartanero é o condutor
da Tartana, charrete de passeio específica da região.
