COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

30 de outubro de 2014.
COMPORTAMENTO PODE
CAUSAR DEMISSÃO?
Eline
Rasera
Pode.  É o que diz a pesquisa
realizada pela Consultoria Roberto Half, com diretores de RH. Profissionais
competentes  tecnicamente  podem ser demitidos pela falta de
habilidade em relacionar-se com colegas e chefes. A primeira causa, na pesquisa, 
é o fraco desempenho da função, seguida pelas dificuldades de relacionamentos.
O psicólogo Howard Gardner, ligado à
Universidade de Havard,  é conhecido em especial pela sua teoria das
múltiplas inteligências. De acordo com essa teoria, temos diversas habilidades,
porém uma (ou mais) tende a se sobressair.
Um excelente jogador de futebol
apresenta elevada Inteligência Corporal, o que lhe permite facilmente o
controle da bola. Políticos, líderes espirituais, grandes oradores, são
portadores de alta inteligência linguística, o que lhes conferem a facilidade
de comunicar para grandes públicos.
Seguindo esse conceito, a capacidade
para se relacionar, chamada de Inteligência Interpessoal, é o que facilita os
contatos com outras pessoas. Também bastante relacionada com a Inteligência
Intrapessoal, que permite o autoconhecimento.
Quanto mais o indivíduo conhece suas
forcas e fraquezas, mais  facilmente se apresenta e melhor consegue
estabelecer relações de sucesso. Grandes profissionais, formados em escolas de
elevado conceito educacional muitas vezes com doutorado, mestrado, podem 
encontrar dificuldades no campo das relações com pessoas e, dependendo da
atividade que executa, não ser bem sucedido.
E por que isso é importante?
Segundo  David Servan-Schreiber,
doutor em Ciências Neurocognitivas: “Não importa nossa vocação, as
circunstâncias sempre nos chamam a interagir. Essa realidade é inescapável e
nossa capacidade para nos relacionar com os outros determina nosso
sucesso a longo prazo”.
E na organização? Qual a necessidade
de relacionar-se adequadamente?
Realizar importantes parcerias,
conduzir equipes  a resultados fantásticos, abrir espaços em outras áreas
e setores da empresa, negociar, persuadir, ser ouvido em suas argumentações,
aprender, ensinar, estabelecer boas relações com stakeholders,
estão entre as vantagens de saber ser gentil, colaborar, ouvir e analisar o
assunto, contra argumentar com respeito à opinião do outro, tom de voz
adequado, postura corporal interativa (e não invasiva) e outras características
que passam a ser tão importantes quanto outros conhecimentos.
E a boa noticia: Inteligência
Interpessoal (assim como a Intrapessoal), pode ser desenvolvida. Muitas pessoas
as possuem naturalmente. Com certeza nos lembramos facilmente de um amigo,
alguém da família, colega de trabalho, que se relaciona  com tanta
facilidade, que contagia quem está perto. Mas cuidado: relacionar-se
adequadamente não é a mesma coisa que fazer brincadeiras o tempo todo ou mesmo
tipos de contatos onde a pessoa torna-se inconveniente.
Inteligência Interpessoal na
organização pressupõe relações agradáveis, objetivas e com excelentes
resultados. Para todos.
E para quem deseja aprimorar essa
competência,  vontade, disponibilidade e treino, são ingredientes básicos,
porém, se mesmo assim encontrar dificuldades, a ajuda de profissionais da área
do comportamento são indicados e dão ótimos resultados.
Afinal, concluir um dia de trabalho
exaustivo, mas com a deliciosa sensação da interação humana é também 
importante numa carreira bem sucedida. 
Eline Rasera,
psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de
Empresas da IBE-FGV.
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