COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

3 de setembro de 2014.
PROCESSO SELETIVO
NAS ORGANIZAÇÕES
Eline Rasera
Embora o termo “Seleção de Pessoas”
possa dar margem a outras interpretações, ainda é utilizado pelas instituições
e pela maioria dos profissionais para se referir ao processo que identifica os
novos talentos que ocuparão as vagas disponíveis de trabalho.
Talvez termos como: “Captação e
Identificação”, “Avaliação de Potencial”, “Análise de Perfil Profissional e
Pessoal”, e outros, fossem mais adequados, porém, deixemos de lado o que não
agrega nesse momento, e vamos utilizar “Seleção” por ser mais didático.
Pessoas que já passaram por esse
processo (e algumas que nunca participaram), às vezes sentem-se injustiçadas ou
não compreendem a finalidade de algumas etapas ou questões levantadas pelo
profissional que realiza o trabalho, chegando mesmo a duvidar da legitimidade
do mesmo. Evidentemente estamos nos referindo e empresas e profissionais
competentes e “sérios”.
A Psicologia encarregou-se de estudar
e desenvolver formas e métodos para melhor conhecer as pessoas. Isso acontece
em todos os ramos dessa ciência.  A Psicologia Infantil, Forense, Escolar
e, mais especificamente, a Organizacional (ou da Indústria), possuem
instrumentos capazes de atender a que se propõe, ou seja, a conhecer mais
detalhadamente o perfil psicológico em questão.
Nas empresas, o setor de Recursos
Humanos, ou RH, é o responsável por essa tarefa e deve manter em seu quadro,
profissionais habilitados e competentes para esse fim. Quando isso não for
possível, deve terceirizar essa atividade.
Vale a pena lembrar que, como seres
humanos, somos todos iguais, porém, como indivíduos, somos diferentes.
Personalidade, experiências, conhecimentos, desejos, metas e escolhas, nos
tornam únicos perante todos os demais no planeta. E é isso que um profissional
de RH procura identificar ao realizar o processo de seleção que se inicia bem
antes do candidato chegar à empresa. Faz-se um levantamento das
características, técnicas e comportamentais necessárias para o futuro ocupante
do cargo.
Após, segue pela divulgação da vaga
e, em seguida a essa etapa, análise dos profissionais interessados. Esse
processo se dá através do Curriculun Vitae – CV (online ou
impresso).
NOTA: por isso a importância de um CV
bem feito.
Os candidatos que apresentam
características mais próximas ao necessário para ocupar o posto, serão então
convidados a participarem do processo de seleção propriamente dito.
Uma informação um tanto desconhecida
é que, muitas vezes, as empresas passam por situações específicas e, nesse
momento, buscam por profissionais que apresentam condições para atender a
demanda do momento, como por exemplo, situação financeira, nova tecnologia,
fusão, compra e venda da empresa, enfim, são diversos motivos que levam as
organizações a buscarem diferentes tipos de profissionais em diferentes
momentos.
Entrevistas e testes online, por
competência, presencial, testes psicológicos, dinâmicas de grupos,
desenvolvimento de projetos, entrevistas técnicas, visitas ao local de trabalho
e outras técnicas, são utilizadas para conhecer os candidatos.
Assim como a medicina utiliza de
exames físicos para obter mais informações sobre o corpo do paciente, a
psicologia comportamental/organizacional utiliza ferramentas para conhecer
características pessoais e habilidades dos candidatos.
E da mesma maneira que a empresa
procura conhecer e identificar o perfil adequado para as vagas, os candidatos
também tem a oportunidade para conhecer, identificar e traçar o perfil da
empresa e decidir se deseja trabalhar nessa organização. Missão e Valores são
fundamentais nesse momento.
Todas essas ferramentas foram
estudadas e elaboradas para atender ao que se propõe e somente estarão
disponíveis após a liberação pelo Conselho de Psicologia (CRP/CFP) – referência
aos instrumentos específicos da área de Psicologia.
Os instrumentos passam por processo
chamado de Validação e Fidedignidade, ou seja, necessitam serem válidos para
medir o que se propõe e fidedigno –  segundo Silltiz (1987), “uma medida
confiável produzirá os mesmo resultados em sucessivas aplicações sobre um mesmo
sujeito ou objeto”.
Existem grupos de profissionais de
alta performance que se encarregam de estudar os instrumentos e verificar se
estão adequados a determinada população, lugar (geográfico), nível de
escolaridade, cultura, idade e outros. Isso tudo demanda muito tempo e
pesquisa.
Por tudo isso, profissionais de RH
competentes, baseado num conjunto de conhecimentos teóricos e técnicos, de
observação do comportamento, da análise da experiência e demais informações
trazidas pelos candidatos, são capazes de identificar os que estão, naquele
exato momento, mais adequados à necessidade da empresa.
E, como todo bom profissional, jamais
definirá ou irá traçar um perfil psicológico baseado num só instrumento. Somos
muito complexos. Por isso, é, o Processo de Seleção, demorado e com muitas etapas.
E completando a atividade do Processo
de Seleção, respeito, cuidado e ética são a base para a utilização de
instrumentos e ferramentas para que se possa conhecer melhor as características
individuais do ser humano que se apresenta naquele momento especifico.
Eline Rasera,
psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de
Empresas da IBE-FGV. 
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