A ERA DO EXCESSO DE INFORMAÇÃO E O FIM DA RÁDIO AM

20 de novembro de 2014.

Coluna da Tantas Comunicação com Renata Rosa

Não é de hoje que os avanços da
tecnologia estão provocando sensíveis alterações no cotidiano das pessoas. Os
exemplos são inúmeros.
Desde o final do ano passado, um
anúncio do Governo Federal provocou reações na comunidade de profissionais do
rádio. É que o Ministério das Comunicações passou a conduzir a migração do
sistema AM (Amplitude Modulada), para a FM (Frequência Modulada), devido ao
problema de interferências nos grandes centros urbanos e a produção cada vez
menor de aparelhos com recepção de sinal AM. A medida se comprovou viável com a
conversão das TVs analógicas para digitais, que começaram a desocupar a faixa
de frequência de operação, garantindo espaço para as rádios AM.
A maior diferença entre os sistemas
de transmissão é que na FM as informações variam a frequência enquanto a
portadora (sinal em forma de onda que devido à sua modulação representa a
informação a ser obtida pela receptora) se mantém estável. Já na AM, a
frequência permanece a mesma com variação apenas na portadora.
A informação oficial, por parte do
Ministério, destaca que a mudança vai aquecer o setor significativamente com
aumento, inclusive, da audiência. Diz ainda que essas
emissoras foram prejudicadas não só por causa da interferência no sinal de
transmissão, mas também porque não podem ser sintonizadas por dispositivos
móveis, como celulares e tablets, ou aparelhos mais modernos. Também afirma que
esta é uma solicitação antiga dos radiodifusores.
Mas, pelo que se
comenta nas redações destes veículos é que a alteração não representará a tão
sonhada melhoria. Congestionamento da FM resultando em falta de espaço para
todas, alto custo da conversão, burocracia do sistema, alcance da frequência,
perfil do público e medição correta dos índices da audiência são alguns dos
problemas citados. Os profissionais à moda antiga ou apaixonados pelo
jornalismo nu e cru, muito praticado na AM, já sentem a dor por uma outra
mudança, que virá quase que atrelada à do sistema: a da aparência da FM, onde o
noticiário é cada vez mais musical – com poucas exceções -, onde o tom de voz
dos locutores é cada vez mais tenor e onde o espaço publicitário concentra-se
nas mãos de poucos – geralmente que pagam mais.
É claro, o discurso
ganha contorno de polêmica entre os fanáticos por rádio, que convenhamos, hoje
já estão quase extintos. Mas, sabemos o quanto é difícil dizer adeus. Os tempos
de excesso de informação e ditadura da tecnologia exigem mudanças, eu sei.
Porém, também sinto a dor daqueles que, mesmo com a necessidade imposta e
possibilidade da transferência, estão sendo praticamente banidos.
É, o século 21 pode
ficar marcado como uma era de extermínio. Estamos presenciando o fim da AM e o
enxugamento de diversas redações. O que mais virá por aí?

A Tantas
Comunicação é dirigida pelos jornalistas Juliana Freitas e Alberto Augusto e
elabora estratégias de comunicação integradas destinadas ao fortalecimento da
imagem e da credibilidade das organizações junto aos seus públicos. A Tantas
Comunicação conta com uma equipe de jornalistas e designers especializada
em comunicação empresarial, o que engloba os serviços de Assessoria de
Imprensa, Publicações Customizadas, Comunicação Interna, Monitoramento de Redes
Sociais e Conteúdo Web. Saiba mais: www.tantas.com.br
Renata
Rosa, assessora de comunicação da Tantas Comunicação, é jornalista, com ampla
experiência em assessoria de imprensa em órgãos públicos e privados.
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