AABIC PEDE FLEXIBILIZAÇÃO DE REGRAS À RECEITA FEDERAL E BANCOS PARA CONDOMÍNIOS DURANTE PANDEMIA

A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), maior entidade representativa do segmento no Estado, enviou um ofício à Receita Federal para alertar sobre a necessidade de criação de mecanismos que possam garantir a gestão do dia a dia das atividades condominiais e o pagamento de compromissos dos empreendimentos durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Uma das medidas emergenciais apontadas pela AABIC é a necessidade de encontrar alternativas para os casos de certificados digitais que têm vencimento previsto para os próximos 90 dias. A certificação em dia é imprescindível para que os síndicos consigam compartilhar com o fisco e instituições financeiras os dados dos condomínios e para pagamentos.

A iniciativa da AABIC tem o objetivo de garantir que as administradoras possam seguir com as deliberações em situações adversas, como o vencimento da representação legal dos condomínios. A preocupação é que, com o adiamento de assembleias, adotado como ação preventiva para evitar aglomerações, condomínios percam a representação legal perante o fisco por força do encerramento do mandato do síndico. “É em assembleia que se renova a representatividade dos condomínios, quando necessária a eleição. Sem um representante legal, o condomínio é impedido de renovar os certificados digitais e, portanto, estão impossibilitados de providenciar pagamentos dos salários, fazer movimentação de contas bancárias e cumprir os compromissos de gestão do dia a dia”, diz José Roberto Graiche Junior, presidente da AABIC.

Para emitir ou renovar o certificado digital, síndicos precisam agendar horário em uma unidade da Autoridade de Registro (AR), para apresentar os documentos necessários para a expedição da assinatura eletrônica. Sem esse documento ou com certificados vencidos, os condomínios poderão pagar multas ou ficar sujeitos a processos trabalhistas. Além da Receita Federal, a AABIC alertou também alguns bancos sobre a inviabilidade da movimentação financeira das contas dos condomínios em caso de prazo vencido do mandato de síndicos. “A flexibilização da documentação ou criação de mecanismos pela Receita Federal e pelos bancos, no período da pandemia, devem ajudar as administradoras e os síndicos a controlar a rotina financeira dos empreendimentos”, avalia Graiche Junior.

Segundo o dirigente, alguns bancos já estão adotando medidas paliativas para evitar o apagão nos condomínios e ajudar as pessoas a ficar em casa para cumprir as ordens de isolamento determinadas pelas autoridades de saúde.

Comitê de Emergência

A AABIC estruturou um Comitê de Emergência com o objetivo de criar procedimento padrão e planejar medidas cabíveis de prevenção de crise para as administradoras durante a pandemia do coronavírus. A estratégia é assegurar o bom trabalho e o pleno funcionamento dos negócios das empresas e a gestão da rotina dos condomínios. “Nossa preocupações visam dar sustentação para as administradoras estabelecer os serviços essenciais”, diz Graiche Junior.

Na primeira reunião, realizada na tarde desta quinta-feira, o Comitê recomendou as suas associadas e ao mercado em geral a antecipação da emissão da arrecadação mensal ordinária condominial. A AABIC também orienta aos condomínios a enviar rapidamente às suas administradoras as folhas de pontos e os relatórios mensais para o processamento do pagamento de salários. Já o uso do relógio de ponto eletrônico deve ser substituído pelo manual – essa medida deve ajudar a reduzir a necessidade de interação e comunicação entre os funcionários das administradoras e os síndicos em situação de equipes reduzidas para fazer o trabalho.

A AABIC ainda recomenda às empresas reduzir o horário de trabalho dos colaboradores, adotar o modelo de trabalho home office, quando possível, para evitar contágio e cancelar o atendimento presencial aos clientes e fornecedores. A melhor saída, diz o Comitê, é optar pelo atendimento online e evitar o contato. Outra determinação diz respeito à redução do fluxo de documentos enviados por malotes. A Associação sugere às administradoras escolher o meio eletrônico.

A AABIC também orienta às suas associadas que recomendem aos condomínios evitar reuniões e assembleias presenciais, além de eliminar a contratação de serviços extras, compra de materiais e itens supérfluos. Também é imprescindível que os moradores paguem em dia a taxa condominial para não interromper serviços e honrar os pagamentos dos compromissos mensais.

Os empreendimentos também precisam alertar os moradores sobre o possível aumento do consumo de energia elétrica, gás e água. A recomendação é necessária em razão da ampliação do home office ou do isolamento das pessoas por recomendações médicas. “São medidas emergenciais para o atual momento. O Comitê avaliará novamente os processos e adotará novas sugestões a cada mudança de cenário. A situação está muito dinâmica, exige atenção a todo momento”.

A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) é uma entidade com 41 anos de atuação na formação qualitativa do mercado de administração e locação de imóveis. Com 90 empresas associadas, que respondem por 110 mil funcionários empregados, as associadas à AABIC administram atualmente 16 mil condomínios, onde moram mais de 5,1 milhões de pessoas. Fundada em 1978, a AABIC busca cumprir com excelência e rigor sua principal missão: orientar a administração de bens imóveis e condomínios em suas atividades. Com gestão voltada para o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços de orientação e treinamento, a associação trabalha pela valorização do segmento no mercado imobiliário.

 

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