COMO CONTROLAR AS FINANÇAS EM 2016

02 de janeiro de 2016.

ARTIGO DE REINALDO DOMINGOS.


Para ter dinheiro no bolso e
se preparar para realizar os objetivos definidos para 2016, planejamento
financeiro ainda é mais garantido do que simpatia. O educador financeiro
Reinaldo Domingos, autor do livro Terapia Financeira (Editora DSOP), preparou orientações
aos brasileiros que querem passar longe da onda de endividamento. São
orientações para quem quer quitar dívidas, curtir as férias sem comprometer os
recursos para as despesas típicas do início do ano – IPVA, IPTU, matrícula e
material escolar – e ainda poupar.
Evitar compras por impulso:
os consumidores devem se fazer algumas perguntas antes de comprar – Estou
comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou
baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que acontecerá? Tenho dinheiro
para comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas? O acúmulo
de parcelas coloca em risco a realização dos sonhos que foram priorizados com a
família?
Planejamento financeiro de
2016: é fundamental evitar parcelamentos das compras. Porém, se for inevitável,
faça uma planilha em que o valor já comprometido esteja previsto nos meses
correspondentes. Sem esse controle, é certo o acúmulo de dívidas e o risco da inadimplência.
É assim que inicia-se o ciclo de endividamento que afasta a realização daquilo
que realmente traz satisfação e agrega valor à vida das pessoas. Por isso,
reúna-se com a família para definir os desejos de curto (um anos), médio (até
cinco anos) e longo (mais de 10 anos) prazos 
ou aqueles que se pretende em realizar em 2016 e incorpore o valor
mensal necessário para a realização dos mesmos no orçamento mensal do próximo
ano. Subtraia o valor desses sonhos da receita. O saldo restante é o orçamento
para as demais despesas mensais.
Pesquisar preço e comprar à
vista: Tudo que se compra em prestações paga-se mais caro. Já quem pesquisa o
melhor preço paga menos e aumenta a chance de comprar à vista e obter desconto. 
Pedir desconto: Se um
produto custa mil reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais,
certamente à vista custará de 10% a 20% menos.
Reter 10% dos rendimentos:
para começar a construir a independência financeira, deve-se guardar 10% do que
ganha. Com o tempo, pode-se partir para um plano de previdência privada para
complementar o INSS.
Qualquer que seja a dívida,
o consumidor deve investigar o que está levando ele a gastar mais do que ganha,
somando dívidas que não consegue pagar e que roubam recursos que deveriam ser
destinados para a realização de sonhos. Fazer acordos para pagamentos de
dívidas sem antes saber qual é a real capacidade de pagamento, sem cortar
excessos, sem ajustar o orçamento ao verdadeiro padrão de vida é um grande
risco, além de uma medida paliativa que apenas adia a solução da causa do
problema.
Abaixo, algumas medidas para
ajudar a quitar dívidas e reequilibrar as finanças.
Cheque especial – cheque
especial é uma das mais altas taxas de juros praticadas no mundo. Procure o
gerente da conta e proponha imediato cancelamento dessa linha de crédito, mesmo
que esteja utilizando. Proponha troca por uma linha de crédito que não
ultrapasse 3% de juros mensais. Caso esteja pagando 100 reais de juros ao mês,
proponha um parcelamento do mesmo valor, com prazo alongado. Isto fará com que
não tenha mais que pagar juros mensais de 10% – isso faz sua dívida dobrar a
cada 7 meses. Caso o gerente não aceite, o melhor a fazer é poupar para uma
futura negociação.
Cartão de crédito – busque
negociação com operadora do cartão ou banco. Proponha um parcelamento com juros
que não ultrapassem 3% ao mês, e que estas prestações caibam no orçamento
financeiro mensal. Caso a operadora ou banco não aceitem, não faça acordos que
não conseguirá cumprir. Mesmo que o nome seja negativado, guarde dinheiro
mensalmente para uma futura negociação. Outra estratégia é buscar crédito com
taxas mais baixas como, por exemplo, o crédito consignado. Mas atenção: não
resolve trocar um credor por outro, é preciso resolver e atacar a verdadeira
causa do desequilíbrio financeiro.
Financiamento de casa – Para
a maioria dos brasileiros a compra da casa própria é um sonho que só é possível
realizar adquirindo uma dívida – o financiamento imobiliário. Em boa parte dos
casos, o que impede o pagamento das prestações da casa são os gastos
supérfluos. Se está difícil pagar as prestações, o melhor a fazer, além de
cortar excessos de gastos, é procurar a financiadora e propor um alongamento da
dívida, adequando a prestação à real capacidade de pagamento. Caso não consiga
a renegociação, estude a possibilidade de trocar esse imóvel por um de preço
inferior.
Carro  –  um
veículo não é investimento e, sim, um bem de consumo. A prestação em si nem
sempre é o motivo da dificuldade de custear esse bem – embora ao final do
financiamento a pessoa tenha pagado por dois veículos e levado apenas um. O
verdadeiro problema está na manutenção do veículo, cujo custo mensal equivale,
em média, a 3% do valor do carro. A manutenção de um veículo de 20 mil reais,
por exemplo, tem um custo de aproximadamente 600 reais mensais – gasolina,
seguro, licenciamento, IPVA, entre outros. Portanto, é importante analisar o
custo-benefício da compra do veículo. Se tê-lo é uma necessidade e está difícil
pagar é melhor rever o orçamento e tentar renegociar o prazo da dívida com
prestações que realmente caibam no bolso, considerando todas as demais despesas
já assumidas. Se a renegociação também não for possível, o melhor é buscar um advogado
e providenciar a devolução do veículo.

Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.
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