COMO O IMPEACHMENT AFETARÁ OS NEGÓCIOS CONTÁBEIS

05 de maio de 2016.
ARTIGO DE ROBERTO DIAS DUARTE

Com a possível
derrota da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, as mais
diversas correntes de economistas têm se dividido quanto às consequências que
isso trará para a conjuntura econômica do Brasil.
Enquanto para os mais
pessimistas o ambiente para as reformas necessárias – política, tributária e
trabalhistas – seria desfavorável, devido ao clima de revolta imposto pelos
defensores da presidente, há os que acreditem numa reviravolta gerada pelo
próprio desejo da população em ver o País voltar a crescer e criar empregos,
contaminando positivamente a política.
Concretizando-se o
cenário mais otimista, os prestadores de serviços contábeis estarão diante de
um cenário ao mesmo tempo favorável e desafiador.
Isso porque contamos
hoje com algo em torno de 45 milhões de pessoas envolvidas em atividades
empreendedoras. Deste total, apenas cerca de 10 milhões atuam de maneira
formalizada, das quais metade como microempreendedores individuais – ou seja,
que ainda não estão no radar das empresas contábeis.
É enorme, portanto, o
potencial de aumento de empresas que passem a demandar serviços de
contabilidade nos próximos anos, quando o País se recuperar da recessão
econômica.
Por outro lado,
cresce também a chegada de empresas internacionais de olho nessa promissora
fatia de mercado. Se na Europa inúmeras peculiaridades têm restringido a
propagação de empresas de contabilidade e na maioria dos países da América
Latina o ambiente econômico não favoreça grandes investimentos externos, no
Brasil e na América do Norte ocorre justamente o contrário.
Grandes empresas e
franquias contábeis americanas já começam a surgir em nosso país e, em algum
momento, é inevitável que elas concorram diretamente com escritórios nacionais
de todos os portes.
Na qualidade de
empreendedor que atua no mercado contábil, tenho procurado me preparar desde já
para este cenário, estimulando critérios e metodologias capazes de nos adequar
cada vez mais às necessidades dos nossos clientes.
A vantagem, neste
momento, está a favor de quem conhece a fundo o mercado brasileiro e sabe
exatamente onde aperta o calo de cada segmento da economia nacional. Mas quais
são as empresas contábeis que podem se orgulhar de prestar serviços de primeira
linha para estes setores, sem precisar cair na mera competição por preço?
Por isso, é
fundamental desde já que estes escritórios de contabilidade modernizem a sua
gestão e busquem maneiras de realmente fazerem a diferença na vida de seus
clientes, sob pena de serem engolidos pela concorrência internacional e por
aqueles que buscaram se reinventar enquanto foi possível.
Agora, e se a
presidente Dilma escapar do impeachment? Neste caso, teremos um cenário de
absoluta imprevisibilidade política e econômica, tendo em vista a dificuldade
de governar sem o apoio da maioria no Congresso e da profunda insatisfação da
maioria da população com o governo atual.
De qualquer forma,
porém, as empresas não devem – de jeito nenhum – depositar nas mãos do governo
suas esperanças de expansão. É preciso tão somente identificar os setores e
regiões mais favoráveis para receberem investimentos e elaborar estratégias
para conquistar estes mercados.
Ou seja, com ou sem
impeachment, sobreviverá aquele que melhor se preparar estruturalmente e souber
aproveitar as diversas oportunidades de negócio que abundam pelo País.
Roberto Dias Duarte é
professor, palestrante e presidente do Conselho de Administração da NTW
Franquia Contábil, primeira do gênero no país
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