ECONOMISTA ORIENTA SOBRE COMO MINIMIZAR OS IMPACTOS DO AUMENTO CONSTANTE DA INFLAÇÃO

02 de setembro de 2015.
Em agosto, a inflação
mediana prevista pelo consumidor brasileiro para os próximos 12 meses ficou em
10,0% e atingiu, pelo sexto mês consecutivo, o recorde da série iniciada em
setembro de 2005 entrando pela primeira vez na casa dos dois dígitos.
Para o bolso dos
consumidores, os impactos vão da alta nos preços dos supermercados às promoções
dos produtos de tecnologia. Para o mercado, sobram demissões. “Isso significa
que onde houver consumo como no setor de alimentação representado por
supermercados e restaurantes, o indicador será repassado normalmente
ocasionando aumento de preços. Já onde não houver demanda como no setor
automotivo, a chamada linha branca e na indústria de bens de capital,
infelizmente, o recurso será regular os valores com redução de custos e
demissões”, aponta o professor de Economia da IBE-FGV, Múcio Zacharias, diretor
do Economies Consultoria Empresarial.
O especialista avisa
que se a cesta básica, outros alimentos e produtos de limpeza estão mais caros,
a dica é pesquisar antes de comprar e levar a famosa listinha ao supermercado.
“Adquirir apenas o essencial é uma alternativa. Nada de exageros para não
incentivar ainda mais a elevação de preços. Comer fora também está cada vez
mais custoso, então deve ser feito com prudência”, ressalta Zacharias.
Segundo o
especialista, o momento é bom para investir em produtos de tecnologia e
eletrônicos. “O setor amarga uma redução drástica de preços, que não sobem nem
com a alta do dólar devido ao fraco desempenho das vendas. É possível
aproveitar as promoções para fazer um investimento naquele produto dos sonhos
como um televisor gigante, um notebook de última geração, câmeras fotográficas
ou similares”.
É necessário, ainda,
bom senso para as aplicações. É que enquanto os juros são exorbitantes, a
rentabilidade fica bem abaixo do desejado. “Não é hora de esconder dinheiro,
nem apostar em aplicações cujos resultados não são animadores. Usar o dinheiro
com bom senso e apostar na recuperação da economia é o ideal. Já existe
perspectivas de melhora para o final do ano”.
Mas, o professor da
IBE-FGV explica que enquanto a expectativa da inflação se mantiver em alta e as
tendências se confirmarem, os empresários manterão os facões afiados na
tentativa de sobreviver à onda negativa cortando tudo e mais um pouco.
“Infelizmente, essa é a forma de se manter no mercado, com o cenário do jeito
que está”, diz.
Múcio Zacharias
também destaca que a ideia de usar o dinheiro das indenizações para abrir o
negócio próprio pode ser muito arriscada. O conhecido empreendedorismo do
brasileiro pode leva-lo a agir desta maneira, mas, de acordo com o
especialista, esse é o momento impróprio. “O problema da crise é de demanda,
justamente o que é preciso para fazer um negócio dar certo”, explica ele.
A dica, neste caso, é
turbinar o currículo com cursos de especialização, caprichar no networking e
buscar uma recolocação. “A concorrência está acirrada devido às demissões. Mas,
muitas empresas estão em busca de bons profissionais em meio àqueles que
perderam seus empregos. Vale a pena investir na educação executiva, insistir
nas vagas existentes e participar dos processos seletivos. Acredito que o que
precisamos para vencer é acreditar e persistir”, conclui.
Foto: Professor de Economia da IBE-FGV, Múcio Zacharias
Crédito: Andrea Prado/Melhor Imagem
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