FATURAMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DESABA EM JANEIRO

11 de março de 2015.
O faturamento das micro e pequenas
empresas (MPEs) paulistas despencou no início deste ano. Segundo a pesquisa
mensal Indicadores Sebrae-SP, o recuo foi de 14,8% em janeiro, na comparação
com o mesmo mês de 2014. Foi o maior porcentual de queda de receita para um mês
de janeiro em relação a janeiro do ano anterior, desde 1998, quando a pesquisa
teve início. O estudo mostrou ainda novo recorde de pessimismo dos empresários
para a atividade econômica nos próximos seis meses.
A receita total das MPEs no primeiro
mês de 2015 foi de R$ 43,6 bilhões, o que significa R$ 7,6 bilhões a menos do
que em janeiro de 2014 e R$ 11,5 bilhões menor do que a registrada em dezembro
do ano passado. O presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf, avalia que o desempenho
ruim da economia brasileira teve impacto direto nas receitas dos micro e pequenos
negócios. “Há um conjunto de fatores como retração na demanda, baixa confiança
e inflação alta prejudicando o desempenho das empresas. Além disso, as empresas
sofrem com os efeitos das medidas adotadas pelo governo para reorganizar a
economia brasileira”, diz.
Em janeiro, o comércio registrou
queda de 23% no faturamento ante o mesmo mês de 2014. No mesmo confronto, o
setor de serviços teve recuo de 9,7%. Apenas a indústria teve aumento – de 3,6%
– na receita, número explicado pela base fraca de comparação de janeiro de
2014.
O desaquecimento da economia não
poupou nenhuma das regiões. O município de São Paulo amargou um tombo de 23% no
faturamento em janeiro de 2015 sobre janeiro de 2014. A Região Metropolitana de
São Paulo não ficou muito longe disso: caiu 18,4% em igual período. As MPEs do
interior do Estado apresentaram recuo de 11,1% na receita e o Grande ABC viu o
faturamento cair 10,6%, na comparação de janeiro de 2015 com janeiro do ano
anterior.
Na análise de janeiro de 2015 com
dezembro de 2014, o faturamento ficou 20,8% menor. Há que se considerar ainda
nesse confronto os fatos de dezembro contar com as vendas de final de ano e
janeiro concentrar parte das férias coletivas de alguns segmentos, como as
indústrias.
Em janeiro de 2015, o pessoal ocupado
(sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) nas MPEs
paulistas foi reduzido em 2,5% em relação a janeiro de 2014.  No mesmo
período, o rendimento real dos empregados dos micro e pequenos negócios
encolheu 5,6%, já descontada a inflação. A folha de salários paga pelas MPEs
baixou 6,6%.
Em fevereiro deste ano, o pessimismo
dos donos de MPEs bateu novo recorde. Segundo a pesquisa, 43% deles disseram
esperar piora no nível de atividade econômica para os seis meses seguintes, o
maior porcentual de toda a série histórica, iniciada em maio de 2005. Em
fevereiro de 2014 eram 14%. No que se refere ao faturamento da empresa, a
maioria, ou 58%, acredita em estabilidade. Um ano antes, esse grupo era formado
por 54% dos empreendedores. Os que esperam piora também são mais numerosos
agora: 11% têm essa opinião ante 4% em fevereiro de 2014. “Os problemas na
economia brasileira derrubaram as expectativas dos proprietários de micro e
pequenas empresas. Viemos de um 2014 complicado e 2015 não se desenha melhor; o
recorde de pessimismo é um retrato desse cenário”, diz o
diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “Os ajustes promovidos
pelo governo para reduzir as turbulências econômicas devem limitar, no curto
prazo, o crescimento do País e o desempenho das MPEs”, completa.
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é
realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716
proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs
são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e
empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento
bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados
pelo INPC-IBGE.
Foto 1 – Diretor Superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano e Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae -SP, Paulo Skaf, durante a Feira
do Empreendedor em São Paulo.
Crédito: Bruno Santos.
Foto 2 – Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
Crédito: Rafael Gardini.
Foto 3 – Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
Crédito: Bruno Santos.
Foto 4:  Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae -SP, Paulo Skaf durante a Feira do Empreendedor.
Crédito: Patrícia Santos.
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