FATURAMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NÃO PARA DE CAIR

18 de janeiro de 2015.
O faturamento das micro e pequenas
empresas (MPEs) do estado de São Paulo caiu 5,7% já descontada a inflação em
novembro de 2014 na comparação com o mesmo mês de 2013. Foi o primeiro recuo de
receita, considerando apenas os meses de novembro contra novembro, desde 2008,
quando ocorreu a crise financeira mundial. Foi também a sétima queda no
faturamento real em 2014, no confronto com igual mês do ano anterior.
Todos os setores apresentaram retração
em novembro em relação a um ano antes: o faturamento da indústria ficou 4,2%
menor, o do comércio encolheu 9,3% e o dos serviços diminuiu 2%. Os dados são
da pesquisa mensal Indicadores Sebrae-SP.
Segundo o levantamento, a receita total
do universo das MPEs do Estado foi de R$ 48,5 bilhões, R$ 2,9 bilhões a menos
do que em novembro de 2013 e R$ 5,1 bilhões abaixo do registrado em outubro de
2014.
No acumulado do ano – de janeiro a
novembro – o faturamento real das MPEs paulistas apresentou redução de 0,7%.
“Esse índice é o pior no acumulado do ano, desde 2009, e está diretamente
relacionado ao mau momento da nossa economia”, afirma o diretor-superintendente
do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
O ritmo mais fraco da atividade
econômica brasileira no ano passado prejudicou as MPEs, muito dependentes do
mercado interno, já que houve redução do consumo das famílias, em decorrência
da piora nas condições de crédito e na confiança, além de inflação relativamente
elevada.
Por regiões, o interior do Estado de
São Paulo teve queda no faturamento em novembro de 2014 em relação a novembro
de 2013 da ordem de 10,5%. O município de São Paulo também registrou recuo
significativo, de 6,8%. A Região Metropolitana de São Paulo teve baixa no
faturamento de 1%, no mesmo período. O Grande ABC obteve resultado positivo na
comparação de novembro de 2014 com igual mês de 2013, com aumento de 3% no
faturamento. “É preciso, no entanto, relativizar esse bom desempenho, pois em
novembro de 2013 o resultado havia sido muito fraco”, afirma Caetano.
No acumulado de janeiro a novembro do
ano passado, houve aumento de 0,7% no total de pessoal ocupado
(sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) nas MPEs do
Estado. Em igual período, o rendimento real dos empregados teve ligeiro
crescimento, de 0,9%, já descontada a inflação, e a folha de salários paga
pelas MPEs paulistas se elevou em 2,9%.
A pesquisa do Sebrae-SP também mostra
que, em dezembro de 2014, 57% dos donos de MPEs paulistas disseram esperar
estabilidade no faturamento nos próximos seis meses. Em dezembro de 2013, essa
era a opinião de 54% dos entrevistados. Os que esperam melhora eram 30% e agora
são 25%. A parcela dos que têm expectativa de piora passou de 7% para 10% de um
ano para outro. 
No que diz respeito à economia
brasileira, houve recorde de pessimismo: 29% afirmaram acreditar em piora na
situação nos seis meses seguintes, o maior porcentual desde o início da série
histórica da pesquisa, em maio de 2005, e um índice bem acima do de dezembro de
2013, quando 12% dos empresários de MPEs compartilhavam dessa expectativa.
Porém, a maioria, 45%, preveem estabilidade ante 54% em dezembro de 2013. “O
baixo crescimento da economia do Brasil em 2014 minou as expectativas dos
empreendedores”, afirma o coordenador de pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo
Moreira. “O desempenho dos negócios de pequeno porte não deve ser muito
animador em 2015, já que são esperados ajustes na economia pelo governo que tendem
a restringir a atividade econômica”, completa Moreira.
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é
realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716
proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs
são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e
empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento
bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados
pelo INPC-IBGE.
Foto: Diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
Crédito: Divulgação.
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