IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL CONTINUA EM QUEDA

10 de outubro de 2014.

O valor negociado com a importação de
bens de capital sofreu uma redução de 6,7% nos primeiros sete meses do ano,
caindo de US$ 30.1 bilhões para US$ 28.1 bilhões. Partes e peças para a
indústria agrícola e maquinaria industrial foram os itens mais impactados. Partes e peças para a indústria agrícola teve uma redução de 19,2% e maquinaria industrial uma queda de 17,2%. O volume financeiro negociado de partes e peças agrícolas, de janeiro a julho deste ano corresponde a US$ 152,5 milhões. No mesmo período de 2013 foi de US$ 188,7 milhões. Já o item de maquinaria industrial alcançou nos sete meses de 2014 US$ 8.07 bilhões. Em igual período de 2013 o volume foi de US$ 9.75 bilhões.
Máquinas-ferramenta registraram baixa de 3,2%, diminuindo de US$ 163,2 milhões
para US$ 158 milhões. A importação de partes e peças para a indústria em geral cresceu
5,1% no período, movimentando US$ 5.01 bilhões de janeiro a julho de 2014
ante US$ 4.77 bilhões em igual período de 2013.
Os dados fazem parte do boletim Avaliação e Perspectivas da Economia
Brasileira, realizado pelo economista e professor do Insper,
Otto Nogami, consultor da ABIMEI (Associação Brasileira dos Importadores de
Máquinas e Equipamentos Industriais). O boletim analisa os dados já
consolidados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDic) e
Câmara do Comércio Exterior (Camex) até 15 de setembro. O documento destina-se
a orientação dos importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais
associados da ABIMEI.  
O setor vem sofrendo perdas
significativas desde 2011, quando apresentou recuperação de 10% sobre o ano
anterior. De lá para cá, segundo Ennio Crispino, presidente da ABIMEI, o ritmo
da atividade só vem diminuindo: caiu cerca de 20% em 2012 e 20% em 2013. Ao
mesmo tempo, a produção industrial brasileira teve queda de 2,7% em 2012 e
pequena alta de 1,2% em 2013. Nos primeiros sete meses de 2014 o setor
industrial acumulou queda de 2,8%, intensificando o recuo registrado até junho
(-2,6%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Além do baixo crescimento da
indústria, as medidas protecionistas adotadas pelo Governo, como o aumento do
imposto de importação de centros de usinagens e redutores e afins, de 14% para
20%, em vigor desde julho, colaboraram para frear os negócios no setor.
Com o parque de máquinas envelhecido
– a idade média das máquinas na indústria de transformação brasileira é de 17
anos, enquanto na Alemanha é de apenas 4 anos e 7 anos nos Estados Unidos,
segundo a Abimaq, é impossível manter níveis de competitividade capazes de
concorrer com o mercado global. A saída encontrada por muitos fabricantes de
máquinas foi introduzir progressivamente componentes importados nos produtos do
seu portfólio, o que é demonstrado no aumento da importação de partes e peças
para bens de capital.
Outro recurso adotado por muitos
industriais para manter a atividade foi trazer produtos totalmente
manufaturados fora do Brasil, para incorporar às suas linhas de equipamentos. “A indústria nacional de máquinas não possui escala que justifique a
fabricação de determinados tipos de máquinas e também, muitas vezes, não detém
a necessária tecnologia para produzi-los em suas fábricas locais, daí lança mão
das importações para completar portfólio”, afirma Crispino.
A inflação acumulada em 12 meses já
supera os 6,5%, mas, segundo o professor Otto Nogami, deverá encerrar o ano
perto no teto da meta, em 6,3%, recuando 0,2% até dezembro. As altas que vem
ocorrendo no mercado de câmbio se devem, em grande parte, a não intervenção do
Banco Central, “que tem dado margem para todo tipo de especulação, gerando
volatilidade acima do desejado”. O economista lembra, porém, que a
desvalorização da moeda nacional tem acompanhado o movimento de desvalorização
de outras moedas de países emergentes.
Workshops
A ABIMEI promoverá neste mês três
workshops sobre Importação: ampla visão sobre planejamento estratégico,
financiamento a Importação e o Siscomex (Sistema integrado de comércio
exterior). Os workshops acontecerão nos dias 29 e 30 de outubro, no Hotel
Intercity Premium Ibirapuera, Sala Ametista, na Av. Ibirapuera, 2577, em São
Paulo.  
A primeira palestra está marcada para
período da manhã, das 8h às 12h, do dia 29, e irá tratar da importância do
marketing dentro do planejamento estratégico, contrato internacional de compra
e venda de mercadorias, conceitos básicos, aspectos tributários, despacho
aduaneiro e aspectos cambiais. A palestra será ministrada pelo gerente de
negócios internacionais Walter Cezar de Paiva, do Banco do Brasil.

No dia 30 serão duas palestras. Pela
manhã, das 8h às 12h30, haverá o workshop sobre Financiamento à Importação. Irá
abordar as garantias no financiamento, empréstimos financeiros diretos,
registro de operações financeiras, desconto à fortait 35 e proteção financeira.
A palestrante será a administradora de empresas Cristina Raquel Manzano Soares,
do Banco do Brasil.

Marcada para o período da tarde, das
14h às 18h, o workshop sobre Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior)
tem como objetivo apresentar o sistema e sanar dúvidas na utilização com os
temas: despacho aduaneiro, fluxo operacional do despacho aduaneiro, documentos
na importação, sistema administrativo, licenciamento, operacionalidade
aduaneira, presença de carga, verificação física da carga, registro da DI,
seleção para conferência aduaneira, distribuição, conferência aduaneira,
interrupção e formulação de exigências e desembaraço aduaneiro. A palestra será
ministrada pelo despachante aduaneiro Reinaldo dos Santos, professor da
ABRACOMEX.
Os workshops são destinados a
diretores industriais, gerentes, engenheiros técnicos e demais profissionais envolvidos
na área de importação que desejem ampliar conhecimentos neste segmento de
mercado.

Foto 1 – Professor Otto Nagami.
Foto 2 – Presidente da ABIMEI, Ennio Crispino.

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