IMPORTÂNCIA DE EDUCAR LÍDERES PARA A SUSTENTABILIDADE

19 de novembro de 2015.
ARTIGO DE LUIZ FERNANDO DE ARAÚJO BUENO 

Para falar dessa
importante temática, se faz necessário deixar claro o meu entendimento acerca
de sustentabilidade, liderança e liderança para sustentabilidade.
Dou início a este
artigo invocando o seguinte provérbio africano: “O mundo que temos hoje nas
mãos não nos foi dado pelos nossos pais, ele nos foi emprestado pelos nossos
filhos”.
Isso significa que
cada geração deve legar às gerações vindouras. Um meio ambiente igual ou melhor
do que aquele recebido das gerações precedentes, conforme preconiza a
Organização das Nações Unidas (ONU), sem que perca de vista o sucesso
econômico, pois como diz o ambientalista Cláudio Valadares “o homem no vermelho
não protege o verde”.  Por isso, a grande
meta que sintetiza todo esse esforço é compartilhar transformação produtiva com
equidade social e sustentabilidade ambiental.
Afinal, o que é
Sustentabilidade?
De uma maneira bem
simples, podemos dizer que ser socialmente responsável significa nos
preocuparmos efetivamente com os impactos que as atividades econômicas trarão
ao nosso entorno.
Esses impactos podem
ser positivos e negativos e podem estar relacionados a questões sociais,
econômicas, ambientais e culturais. Já o entorno compreende os stakeholders, ou
atores com os quais nos relacionamos: os fornecedores, clientes e consumidores,
concorrentes, colaboradores, acionistas, comunidade, organizações não governamentais,
estado, entre outros.
Basicamente esse é o
conceito de Responsabilidade Social Empresarial, que não pode ser confundido
com o assistencialismo e filantropia.
Não é possível
exercer Sustentabilidade e Responsabilidade Social Empresarial isoladamente.
Precisamos trabalhar, via engajamento e convencimento, com esses diversos
públicos, para que possamos obter a legitimidade desse processo, respeitando as
identidades, os princípios e os valores desses diversos atores.
É a gestão “com” e
não “de” esses públicos, trabalhando com a mitigação dos impactos sociais,
econômicos, ambientais e culturais de nossas atividades, que nos permitirá
chegar ao conceito de Sustentabilidade.
Liderança, do que
estamos falando?
Segundo o filósofo e
educador Mário Sérgio Cortella, “cada um tem, na empresa, uma tarefa de líder,
em que aprende e ensina, em que lidera pessoas ou processos”. Cortella ensina
que três pontos são fundamentais para, de fato, exercer essa liderança:
aprender com o outro, distinguir o novo da novidade e inspirar o grupo, em vez
de expirar.
“Em primeiro lugar, o
líder tem de ser humilde e perceber que há outros modos de fazer e pensar.
Outra virtude da liderança é diferenciar os modelos de gestão e produção que
não passam de modismos (a novidade) daqueles que revolucionam e são perenes (o
novo). O líder só pode estabelecer esses critérios quando sabe para onde vai e
está sempre estudando, ouvindo, conversando. Por fim, ele tem de inspirar e
elevar a condição do grupo”, diz.
Face ao acima exposto
sobre sustentabilidade e liderança, chegamos à grande questão: qual a
importância de educar líderes para a sustentabilidade?
Quando falamos em
liderança para a sustentabilidade, automaticamente estamos falando em
“valores”, pois não dá para falar desse tema sem esse viés.
Quem não teve
educação de base em casa e na escola, não terá no trânsito, na empresa, no
convívio social, em lugar nenhum. Os escândalos e a falta de respeito que temos
visto nas manchetes dos jornais, por exemplo, revelam no fundo, pura falta de
educação em valores. Ouvi uma frase que entendo que resume bem o que estou
falando. “Muito mais que deixarmos um mundo melhor para os nossos filhos,
precisamos deixar filhos melhores para o mundo no futuro”.
Certa vez como
diretor de sustentabilidade do CIESP Campinas, convidei o professor Carlos
Sebastião Andriani, então diretor acadêmico do IBE-FGV, para falar em uma
plenária sobre Educação para Sustentabilidade. Ele, por mais de uma hora, falou
sobre “Educação em Valores”.
Também me recomendou
tratar desse tema dentro da casa da indústria e me disse: “Bueno, as academias
estão disponibilizando para o mercado caminhões e caminhões de alunos que estão
indo para as empresas se dar bem, custe o que custar, isto é, sem ética, sem
princípios e sem valores”.
Qual era a
preocupação na época? Formar líderes que tenham na base de suas tomadas de
decisões do dia a dia, a ética, a transparência, a boa governança corporativa e
o respeito a diversidade. Líderes que atuem no modelo “ganha-ganha” nos
aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Em seu texto
“Treinamento ou educação, qual o ponto de partida? Papel da escola infantil” o
professor Andriani ressalta que a causa primária ou causa raiz da corrupção,
violência, roubos, ou seja, das mazelas da nossa sociedade, está vinculada
diretamente ao caráter, aos valores do indivíduo; e que de dez jovens demitidos
pelas empresas, nove tem origem na conduta negativa, nos valores da pessoa.
Esses dados não podem ser ignorados.
A plataforma
liderança sustentável tem sido uma ferramenta extraordinária para mostrar ao
mundo corporativo o que o mercado exige nos dias de hoje dos seus líderes.
Provendo conteúdos que possuem esses valores em sua base, ela permite o acesso
universal a esse desenvolvimento, de maneira simples e objetiva.
Sustentabilidade não
é mais tendência e sim cenário e demanda internacional de mercado. Educar
líderes para a sustentabilidade é uma necessidade premente e os exemplos
disponibilizados pela plataforma, demostram o sucesso dessa iniciativa que é a
liderança sustentável.
Luiz Fernando de
Araújo Bueno é Administrador de Empresas, Professor de Pós Graduação do
IBE-FGV, Professor da FGV online, Diretor Titular do Departamento de
Sustentabilidade do CIESP – Diretoria Regional de Campinas, consultor e
palestrante.
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