INDÚSTRIA DE CAMPINAS ESTÁ PREOCUPADA COM OS RUMOS DA ECONOMIA BRASILEIRA

Os empresários industriais da região
metropolitana de Campinas (RMC) estão cautelosos e apreensivos com relação ao ano de
2014. Para o diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
(Ciesp) regional Campinas (SP), José Nunes Filho, o ano é ruim por conta da copa do
mundo que será no Brasil e das eleições. “Não é um ano bom para a indústria e
acima de tudo nós temos  também o
potencial risco de não ter água e energia elétrica e também os problemas que
estão acontecendo com a Argentina e Venezuela que afetam diretamente a região
metropolitana de Campinas que produz produtos industrializados de alto valor
agregado que tinha como mercado alvo esses países”, diz. “Uma abertura maior do
mercado internacional brasileiro tem nos afetado como produtores de produto
industrial”, destaca. “Não tem nada de bom no horizonte não. Vai ser um ano
muito complicado porque além de tudo é um ano político onde não se mudam as
coisas, onde se mascaram dados, onde se esconde dinheiro, que depois vai ter
que aparecer. É o caso do preço da gasolina, do preço dos transportes públicos
e o preço da energia elétrica. Isso tudo vai explodir num determinado momento
gerando inflação, gerando elevação de custo e tirando a competitividade”,
completou. José Nunes lembrou que os acordos automotivos que o Brasil fez foram
muito negativos e a falta de acordos comerciais com outros países piora a
situação.
A pesquisa de sondagem industrial divulgada
pelo Ciesp e feita em parceria com o Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp
(Faculdades de Campinas)  revelou que com
relação ao planejamento de investimento para os próximos 12 meses, os
resultados apesar de se mostrarem ligeiramente positivos no mês de janeiro
desse ano em relação a igual período de 2013, os empresários estão aguardando
para ter uma posição mais segura dos rumos da economia brasileira. De acordo
com a sondagem, 9,1% das empresas pretendem aumentar o investimento planejado,
enquanto em janeiro de 2013 esse número era de  apenas 6,7%. A sondagem identificou ainda que
27,3% declararam que não realizarão investimentos, o que representa uma queda
de 12,7 pontos percentuais em relação ao ano passado. Outro ponto positivo está
para o baixo número de respondentes que alegaram que pretendem reduzir os
investimentos, apenas 3,0%. A grande maioria, 60,6%, irá manter o planejamento
de seus investimentos.
Para o coordenador adjunto do Centro de
Pesquisas Econômicas da Facamp, José Augusto Ruas é possível identificar que os
investimentos estão muito lentos e na sua avaliação isso é que impede uma
retomada da economia brasileira a nível nacional “Para a região de Campinas é
um pouco pior. Enquanto o comércio não mostrar um pouco a sua retomada,
dificilmente teremos investimento para o empresário de Campinas retomar”,
afirma.
Mesmo assim José Augusto Ruas acredita que
2014 dificilmente será pior do que foram os anos anteriores, no entanto, ele
acredita em uma retomada dos investimentos por parte dos empresários de
Campinas  a partir do segundo trimestre.  “Eu acho que vai permanecer dessa maneira no
primeiro trimestre. Acho que teremos um primeiro trimestre muito parecido com o
primeiro trimestre de 2013.. Ao final desse trimestre mais as possibilidades da
Copa, o empresário deve fazer uma reavaliação desse cenário. Já vai poder
enxergar a copa de uma maneira um pouco mais clara. No meio do segundo
trimestre é que a gente vai ter uma resposta do que de fato vai ser 2014. Se
melhorar até lá e a copa deixar de ser um ponto de interrogação tão grande como
vem sendo a gente pode ter um 2014 melhor do que 2013”, destacou.
A sondagem industrial mostrou também que com
relação aos custos, houve um aumento no número de respondentes que assinalaram
ter havido um aumento dos custos nas três categorias analisadas. Os custos
trabalhistas aumentaram para 54,5% dos respondentes, 24,9 pontos percentuais a
mais que em janeiro de 2013. Já os custos de matérias-primas aumentaram para
66,7% dos respondentes, enquanto para apenas 30,3% esses custos permaneceram
inalterados. Por sua vez, os custos com água, energia e transporte foram
superiores para 37,5%, ante 18,5% no ano passado.

A variação dos estoques apresentou um
resultado pior em relação a janeiro de 2013, uma vez que os estoques aumentaram
para 21,4% dos respondentes, um aumento de 18,1 pontos percentuais. Para 64,3%,
os estoques permaneceram inalterados e, para 14,3%, os estoques diminuíram,
ante 36,7% em janeiro de 2013.
Foto: Diretor Titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho e professor da Facamp, economista José Augusto Ruas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações

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