PRONAMPE PODE BENEFICIAR EMPRESAS, MAS INSPIRA PREOCUPAÇÃO

Neste mês de março, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 1139/22, que aumenta de 48 para 72 meses o prazo de pagamento dos empréstimos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O programa foi criado em 2020 para ajudar micro e pequenas empresas em dificuldades em razão dos impactos econômicos gerados na pandemia de Covid-19. Estendido até dezembro de 2024 pela Lei 14.348/22, o Pronampe prevê a partir deste ano até o seu término a contratação de mais de R$ 50 bilhões em créditos. Entre seus objetivos está a preservação de postos de trabalho, que devem ser mantidos entre a data da contratação e o 60º dia após o recebimento da última parcela da linha de crédito.

Acostumado com a realidade das empresas, Elber Laranja, sócio-fundador da fintech de crédito Antecipa Fácil, vê com preocupação a adesão ao Pronamp.  Em seu dia a dia, a startup disponibiliza para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) uma plataforma voltada para a antecipação de recebíveis por meio de leilão digital, uma alternativa de garantir  crédito para as empresas manterem seu capital de giro e investirem. Por dia a fintech movimenta cerca de R$ 2 milhões em antecipações. “Embora todo o anúncio de crédito para empresas seja de caráter emergencial em decorrência da crise gerada pela pandemia e a que vivemos agora, pareça ser uma boa notícia, ele inspira preocupação. Porque essas empresas que estão com deficiência de caixa, provavelmente estão assim por alguma queda da sua atividade econômica, muitas delas estão fechando seus balanços no vermelho e não será o empréstimo que resolverá o déficit no resultado da empresa. As empresas que estão funcionando no prejuízo ao receberem o crédito, somente conseguirão suprir sua necessidade de caixa temporariamente, ou seja, não haverá a geração de valor, mas a injeção de dinheiro de terceiros financiando os prejuízos da empresa”, diz Elber.

Se não houver educação financeira e uma solução para a saúde da empresa, o programa pode acarretar em um novo problema para as PMEs. “E isso se agrava ainda mais, quando o empresário é obrigado a manter os postos de trabalho. Ora, se há uma retração econômica, se o empresário perde vendas, manter os postos de trabalho significará um agravamento da situação dos seus resultados operacionais. E quando chegar a data para pagar o empréstimo, se a empresa não estiver operando no azul, não se terá dinheiro para pagar o empréstimo”, comenta Elber sobre a exigência do programa para manter os empregos.

Sobre o alongamento do prazo de carência pelo programa, Elber acredita que ele pode até mitigar o risco, mas definitivamente não consegue por si só resolvê-lo. “Todo empréstimo para empresas e iniciativas de fomento tem que estar atreladas muito bem ao crescimento da economia, a produtividade e a educação financeira. Caso contrário, as chances de êxito dessas linhas de crédito são pequenas”, diz o fundador da fintech.

Para fundamentar seu raciocínio, ele faz um cruzamento com a realidade que as empresas vêm enfrentando desde o início da pandemia. “Em 2020 quando explodiu a pandemia de Covid-19, as empresas foram protegidas pelo crédito emergencial que injetou mais de 1 trilhão de reais para isso. A partir de 2021 e 2022, houve um boom na inadimplência do crédito para as empresas e a recuperação judicial aumentou demais, provando que a resolução do problema foi temporária”, ressalta Elber.

Os números falam por si, em 2021 mais de 1,4 milhão de empresas fecharam suas portas. Os dados são do painel “Mapa de Empresas”, do Ministério da Economia, deste total, 92% eram pequenos negócios. E em 2022 essa tendência se agravou, cerca de 1,7 milhão fecharam.

Elber Laranja é sócio-fundador da fintech de crédito Antecipa Fácil e professor de MBA da Faculdade de Tecnologia Impacta (SP). É formado em administração de empresas e pós graduado em gerenciamento de projetos pela Fundação Getúlio Vargas.

Com o objetivo de facilitar o acesso de empresas a capital de giro, a Antecipa Fácil foi fundada em dezembro de 2016 por Elber Laranja e Thiago Chiliatto. A fintech, que foi criada em Campinas, interior de São Paulo, é especializada na antecipação de recebíveis. E isso tudo de uma forma online, menos burocrática e que alcança empresas de todo o país.

Atualmente, com quase sete anos de mercado, a startup faz uma média de R$ 2 milhões em antecipações por dia. Além disso, mais de 260 financiadores de todo o Brasil colabora no processo de aceleração da oferta de crédito como uma forma de investimento. A empresa quer tornar-se referência no mercado digital de direito creditório no Brasil e segue investindo na inovação de seus serviços, apostando em soluções mais econômicas e seguras, tendo em vista melhorar a experiência com os seus públicos-alvo.

A startup disponibiliza para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) uma plataforma voltada para a antecipação de recebíveis por meio de leilão digital, que pode ser uma alternativa frente a atual escassez de crédito para as empresas. No caso da Antecipa Fácil, as PMEs que precisam manter seu capital de giro disponibilizam notas fiscais, cujos valores iriam receber meses depois e que após passarem por uma validação da plataforma, são colocadas em leilão digital.

A plataforma aproxima a companhia que emitiu uma nota e precisa antecipá-la da empresa financiadora que está disposta a dar um lance por esses recebíveis. Um grande diferencial está na possibilidade de antecipar o recebível com depósito em conta corrente, sem a necessidade de emitir um boleto. Com isso, empresas fornecedoras de grandes cadeias podem acelerar seus recebimentos com privacidade e sem que os clientes sejam notificados.

 

Foto: Elber Laranja, sócio-fundador da fintech de crédito Antecipa Fácil.

Crédito: Divulgação

Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

LIDE CAMPINAS PROMOVE ENCONTRO SOBRE INVESTIMENTO E MORADIA NOS ESTADOS UNIDOS

O Lide Campinas promoveu, nesta quarta-feira (24/04), na Casa Lide, em São Paulo, um encontro …

Facebook
Twitter
LinkedIn