RECONHECIMENTO VALE OURO

18 de abril de 2016.
ARTIGO DO PROFESSOR E PSICÓLOGO ALEXANDRE ROMEIRO
Nas organizações de
trabalho, as principais estratégias para motivar os colaboradores são via
salário. O dinheiro é uma fonte de motivação importante, porque ele é um
caminho que leva à satisfação de necessidades fundamentais, como casa, comida,
transporte, etc.
Entretanto, o
dinheiro, como estratégia principal de reforço, encontra desafios quando as
necessidades mais fundamentais estão supridas. Além de atrapalhar a atividade
criativa, é sabido que as pessoas querem mais que dinheiro. Desejam autonomia,
relações humanas satisfatórias, perceberem que produzem algo útil, enfim,
desejam um trabalho com sentido.
Toco nesse assunto
porque quero falar de reconhecimento. Entre os fatores que geram satisfação e
dão sentido ao trabalho é a pessoa ser genuinamente reconhecida pelo que ela
faz ou fez. Um estudo neurocientífico realizado por Keize Izuma e colegas
(2008), revelou que o reconhecimento social ativa a mesma região do cérebro que
a recompensa monetária.
Ambos têm, portanto,
“moeda neural comum“. Inclusive, não é de se assustar, que há situações que as
pessoas trocam o dinheiro pelo comportamento pró-social. Ou seja, o cérebro
balanceia e converte os dois diferentes tipos de recompensa, dependendo do que
ele achar mais importante na circunstância.
O reconhecimento
social é altamente relevante, porque, com base na história evolutiva humana, é
muito antiga a nossa necessidade de nos sentirmos parte e de termos um papel
importante no grupo – isso garantia a sobrevivência e reprodução. O radar do
cérebro social está sempre ligado, monitorando o ganho ou a perda de reputação
nos acontecimentos, de maneira automática. Naturalmente, existem níveis de
reconhecimento social. Ser elogiado pela escolha da roupa do dia é diferente de
ganhar um prêmio Nobel, porque implica efeito diferente na reputação.
Como efeito dessas
constatações, o reconhecimento tem implicação prática e poderosa como
estratégia para motivar, dar sentido ao trabalho e reforçar comportamentos
desejados, além de não custar dinheiro! Basta fomentar a generosidade e criar
hábito do reconhecimento de uns para com os outros – o que, naturalmente, pode
ter seu custo de formação dessa cultura.
Dentro do escopo da
estratégia do reconhecimento, vale ressaltar que é preciso que o reconhecimento
seja genuíno, porque o cérebro se afasta ou desconsidera o falso, já que não
leva à percepção de real ganho de reputação, mas sim à percepção de ameaça –
por que estão sendo falsos comigo?
Alexandre Romeiro é
psicólogo, mestre em administração pela FGV-EAESP e diretor do Instituto
Mindscience, atua com coaching de executivos e de negócios e é professor da
IBE-FGV.
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