REVOLUÇÃO 4.0 NA INDÚSTRIA E NOS CONTROLES DE SUA PRODUÇÃO

COLUNA DO CEO DO GRUPO BAHIA ASSOCIADOS JORGE BAHIA

Termos como manufatura aditivada, manufatura digital e robótica colaborativa estão sendo ouvidos com frequência, principalmente nos meios industriais. Todos eles têm relação direta com o conceito de “indústria 4.0”.

Esse conceito relaciona-se com a chamada indústria do futuro, mas, o ponto de atenção que devemos ter, é que esse futuro não está tão distante, comenta-se que em 2020, próximo ano,  já deveremos ter parte desse conceito, mesmo que parcialmente, muito bem alicerçado em parcela significativa das empresas com atividades industriais. O prazo está relacionado a manter a competitividade e qualidade dos processos manufatureiros em mercado global cada vez mais competitivo.

A concretização com essas bases – agilidade, competitividade e qualidade – depende dos esforços, não somente da indústria, mas também dos governos e dos meios acadêmicos. Esse tripé é o suporte para o desenvolvimento ágil e com excelência da indústria 4.0. Propostas, como as da Lei Federal n⁰ 11196/2005 (incentivos a inovação tecnológica) são instrumentos importantes para o progresso desse tema nas indústrias.

A identificação 4.0 tem envolvimento ao que se qualifica como a quarta revolução industrial. A primeira teve relação com a máquina a vapor, a segunda com a produção em série, a terceira com a introdução do computador na linha de produção, e agora, estamos na fase da geração das máquinas inteligentes e interconectadas que entre outros fatores mudarão a relação do ser humano com a sua atividade laboral na indústria. Estima-se que os principais fatores dessas mudanças estarão relacionados ao desenvolvimento de equipamentos industriais com novos sensores, dispositivos de conectividade e sistemas integrados de acompanhamento, execução e controle da produção, ou seja, tecnologia embarcada e tecnologia externa para acompanhar e comandar aquela embarcada.

Estima-se, também, que até o próximo ano,  o investimento mundial em ações relacionadas a esse tema será de aproximadamente R$ 3 trilhões. As indústrias como outros setores (comércio, serviços e financeiro) trabalham em busca de manter a lucratividade e a rentabilidade. Ir atrás desses objetivos, em termos macros, está relacionado a aumentar receita ou reduzir custos e despesas. O conceito da indústria 4.0 trabalha de forma concomitante nessas duas frentes tendo como base o desenvolvimento tecnológico de máquinas e equipamentos (conectividade, sensorização, comandos digitais, melhorias de materiais e dispositivos semicondutores), o desenvolvimento de sistemas de informações voltados a manufatura e a sua interoperabilidade com outros vários sistemas da empresa e da organização independente de sua localização.

Em resumo, a indústria 4.0, é o futuro bem próximo do setor manufatureiro. Esse conceito teve início na Alemanha, mas se estendeu rapidamente por todo o mundo, pela sua importância na evolução qualitativa dos produtos, com redução de custos industriais, operacionais e versatilidade no acompanhamento do processo, associado a possíveis alterações do mesmo adaptando-se a necessidade de cada cliente.

Ao imaginarmos toda essa dinâmica industrial, fazemos um paralelo da mesma, por exemplo, com controles de custos da produção que impactam no resultado das empresas. Como será o controle, por exemplo, de quebras razoáveis e aceitáveis de insumos na produção para que as mesmas se mantenham como custos industriais? Será que essas quebras ocorrerão, e se ocorrerem serão no patamar de hoje, e a sua informação será instantânea, de que forma, e em qual momento? Como será, por exemplo, a implementação ou utilização do bloco K do Sped fiscal em uma indústria dessa natureza, teremos uma “BOM – Bill of Material” padrão? E qual será o nível razoável de aceitação de seu ajuste com relação a insumos utilizados e substituídos no processo? Teremos a geração de sucata ou de materiais de segunda linha com valor de mercado? Como essas variáveis serão tratadas em termos fiscais e contábeis, base nos registros gerados dessa “produção 4.0”.

Claro que devemos tratar uma coisa de cada vez, mas sem permitir, que elas se distanciem, ou seja, para uma indústria 4.0 devemos também ter controles de produção, de custos, de estoque, fiscais e tributários relacionados a essa produção que também sejam figurativamente 4.0.

Jorge Bahia, consultor e sócio proprietário do Grupo Bahia Associados, bacharel em administração de empresas, contador, consultor de empresas, palestrante, professor em cursos profissionalizantes, com experiência profissional de mais de 20 anos em empresas multinacionais atuando na área fiscal, tributária, contábil e controladoria

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