A ORIGEM E A MANUTENÇÃO DE UM NEGÓCIO PRÓPRIO

12 de janeiro de 2016.
Com as demissões
provocadas pela estagnação da economia, o país a cada dia gera novos
empreendedores. O Brasil que já era campeão na modalidade com 34 a cada 100
brasileiros adultos envolvidos em um negócio próprio, deve disparar na
liderança. O problema é como começar.
As estatísticas
revelam que empreender é o terceiro maior sonho dos brasileiros. O primeiro é
ter a casa própria e o segundo, viajar. Mas há uma classe de novos
empreendedores que é formada por trabalhadores que juntaram o dinheiro da
rescisão do contrato para montar um negócio próprio. Sem planejamento, nem
preparação específica, eles desejam apenas o sustento familiar em meio à crise.
De acordo com especialistas, essa pessoa pode até acertar, mas são muitos os
desafios.
Para o professor de
Economia da IBE-FGV e diretor do Economies Consultoria Empresarial, Múcio
Zacharias, as dificuldades para esse tipo de empreendedor são potencializadas
pelas atribuições às quais ele não está acostumado. “O profissional passou uma
vida inteira trabalhando com carteira assinada, rotina específica, salário
fixo, benefícios e uma série de condições sistemáticas e agora ele se vê
sozinho à frente de um negócio que depende exclusivamente dele. Esse tipo de
mudança pode funcionar, mas é muito difícil para o novo empreendedor. É preciso
cautela”, afirma.
O professor doutor em
Economia da IBE-FGV, Paulo Ferreira Barbosa, especialista em Empreendedorismo,
explica que o primeiro desafio do novo empreendedor é superar a solidão. Ele
recomenda avaliar se está pronto para assumir a responsabilidade, se tem
capacidade decisória principalmente sob pressão e habilidade em lidar com
fornecedores, clientes, empregados e governo. “O mundo dos negócios não é
perfeito. Sucesso passado não garante sucesso futuro e não existe nenhuma
garantia de que a empresa dará certo. Além de muito trabalho e dedicação, o
prêmio, às vezes, é sobrevivermos às crises”, diz
Para aumentar as
chances de sobrevivência, o economista Paulo Ferreira dá uma dica. “Procure
outras pessoas que compartilham da mesma ideia. Busque profissionais
especializados naquilo que vai empreender que é o ideal para não começar no
escuro. Sempre haverá alguém que já trabalhou na área, que tem experiência,
cursos ou o conhecimento necessário para ajudar, principalmente na fase de
maior dificuldade que é o planejamento e a implantação”, sugere.
Ainda segundo o
professor Paulo Barbosa, planejar adequadamente garante a redução dos riscos do
negócio. Dedicar o tempo que for necessário nessa fase é fundamental porque é
nesse período que se adquire o conhecimento necessário para a solidez da
iniciativa.
O novo empreendedor
também precisa rever o conceito de trabalho. “A pessoa que está iniciando seu
negócio não tem experiência, está formando carteira de clientes, desenvolvendo
fornecedores, criando história e essas são fases que toda empresa tem que
passar. Envolve investimento de dinheiro e de tempo, uma situação diferente da
vivida anteriormente”, destaca.
Para o especialista,
o desafio da gestão empresarial é uma das provas mais difíceis. “Muitos
empreendedores acreditam que para administrar uma empresa que comercializa bala
só é necessário gostar de bala, mas não é assim. Capital de giro,
contabilidade, pagamentos, compras, vendas, ativo, passivo são coisas para
pensar, aprender e executar. A dimensão destes itens aumenta ou diminui de
acordo com o tamanho do negócio, mas não dá para fugir disto”, explica.
Outro fator
necessário é analisar, durante esta etapa, a conjuntura econômica, pois
dependendo do momento, ela tem grande influência sobre o crédito, os
fornecedores e a capacidade de compra dos clientes. Além disto, é preciso
verificar o valor que será investido no novo negócio e se preocupar em deixar
recurso suficiente para o capital de giro.
O economista alerta
que, se for depender de capital de terceiros, como empréstimos de bancos, por
exemplo, tem que estar ciente das taxas de juros que terá de pagar, o que
impactará no lucro e também é “perigoso”. “Em momentos de crise diminuem as
ofertas de crédito e aumentam as taxas de juros, o que pode definir o fim das
operações do novo negócio”, finaliza.
Foto 1 – Equipe do IBE-FGV.
Foto 2 – Professor Múcio Zacharias.
Foto 3 – Professor Paulo Ferreira Barbosa.
Crédito: Divulgação.
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