ANO NOVO EM BUSCA DE FATOS NOVOS NA CONSTRUÇÃO

16 de dezembro de 2015.
ARTIGO DO PROFESSOR MARCOS FONTES

Segundo a periódica
Sondagem da Construção, da FGV/IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas, o ano de 2015 fez acelerar ainda mais a queda do
índice de confiança do setor de Construção, que vem sendo medido desde julho de
2010. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados),
acumulados até novembro, esse segmento da economia deve fechar um total de 250
mil postos de trabalho no país.
O pessimismo também é
evidenciado na Sondagem da Construção do CNI/CBIC (Confederação Nacional da
Indústria em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em
que segundo pesquisas de opinião de empreendedores, a intenção de investimentos
no setor despencou para 24,5% contra 40% no mesmo mês do ano passado.
Notícias ruins também
vêm do crédito imobiliário, grande catalisador de resultados da Construção
Civil, onde o volume concedido com funding SBPE (poupança) para o SFH (Sistema
Financeiro da Habitação) caiu 25% no acumulado de janeiro a setembro de 2015,
em relação ao mesmo período do ano de 2014.
Com um mercado ainda
incipiente no Sistema Financeiro Imobiliário, diferentemente de outros países
com economias mais estáveis e com juros normais, o Credito Imobiliário
brasileiro depende fundamentalmente da velha e combalida poupança e do sugado
FGTS, para a destinação mais popular.
Enquanto isso, o
Governo Federal adia o efetivo início da Terceira Fase do Programa Minha Casa
Minha Vida, que poderia representar um sopro de vida neste combalido mercado,
pelo menos para a habitação popular. Este adiamento, claro, relacionado à grave
crise política na esfera federal, vem ocasionando perdas sensíveis para o
mercado da Construção Civil, reconhecidamente um dos mercados que mais emprega
mão-de-obra.
Todos estes fatores
geram a terrível dependência do que acontece em Brasília. Ficamos presos ao
noticiário diário dos bastidores palacianos e das crises dos poderes federais.
A realidade é que o
setor precisa de um planejamento de médio e longo prazo, com menor dependência
do Estado, com juros em patamares reais para o crédito, com regras claras e
segurança jurídica, marco regulatório, incentivo às condições de mercado e
subsídio dosado e direcionado à produção e não sem retorno, como acontece desde
2009. É necessária uma Política Habitacional de Estado, sustentável, e não de
Governo, efêmera e personalizada.
Ou seja, o setor da
Construção precisa de fatos novos para 2016.
Marcos Fontes é
professor de Economia da IBE-FGV especialista nas áreas de Finanças e Imóveis
com ênfase em crédito imobiliário e construção civil.
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