APÓS ALTA EM JANEIRO, IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL VOLTA A CAIR

04 de maio de 2015.
O valor negociado com a importação de
bens de capital sofreu uma redução de 14,4% nos primeiros dois meses de 2015,
comparativamente ao mesmo período do ano passado, caindo de US$ 8.26 milhões
para US$ 7.07 milhões. Partes e peças para a indústria agrícola teve uma queda
de 31,3% e acessórios de maquinaria industrial apresentou uma redução de 24% e
foram os itens mais impactados. O volume financeiro negociado em partes e peças
agrícolas no primeiro bimestre de 2015 foi de US$ 33,2 milhões. No mesmo
período do ano passado o montante ficou US$ 48,3 milhões. Já o item  maquinaria industrial passou  de US$ 611,5 milhões no primeiro bimestre de
2014 para US$ 464,9 em igual período de 2015. Máquinas-ferramenta registraram
baixa de 8,3%, passando de US$ 36,2 milhões para US$ 29,9 milhões. A importação
de partes e peças para a indústria também desacelerou 1,5% no período,
movimentando US$ 1.39 milhão em janeiro e fevereiro de 2015. No mesmo período
do ano passado foi de US$ 1.41 milhão. 
Os dados fazem
parte do boletim Avaliação e
Perspectivas da Economia Brasileira, realizado pelo economista e
professor do Insper, Otto Nogami, consultor da ABIMEI (Associação Brasileira
dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais). O boletim analisa os
dados já consolidados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
(MDic) e Câmara do Comércio Exterior (Camex) até março. O documento destina-se
à orientação dos importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais
associados da ABIMEI. 
O setor vem sofrendo perdas
significativas desde 2011, quando apresentou recuperação de 10% sobre o ano
anterior. Segundo o presidente da ABIMEI, Ennio Crispino, de 2011 para cá, o
ritmo da atividade só vem diminuindo. Houve queda de aproximadamente 20% em
2012, 20% em 2013 e 7,6% em 2014. Ao mesmo tempo, a produção industrial
brasileira teve queda de 2,7% em 2012, pequena alta de 1,2% em 2013 e voltou a
cair 3,4% em 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Além do baixo crescimento da
indústria, reforçada pelas  medidas protecionistas adotadas pelo Governo,
como o aumento do imposto de importação de centros de usinagens e redutores e
afins, de 14% para 20%, em vigor desde julho passado, o fraco desempenho da
economia em geral colaboraram para frear os negócios do setor.  “A
indústria nacional não possui escala que justifique a fabricação de determinados
tipos de máquinas e também, muitas vezes, não detém a necessária tecnologia
para produzi-los em suas fábricas locais. Como alternativa, passa a importar
máquinas para completar seu portfólio ou a incentivar o retrofiting, que é a
recuperação de máquinas usadas”, afirma Crispino.
A queda na produção coincide com
estoques elevados e baixa dos investimentos, sendo a última Sondagem Industrial
da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Pelo terceiro mês consecutivo, o
índice de intenção de investimento sofreu redução e ficou em 47,2 pontos em
março, 2,1 pontos abaixo do registrado em fevereiro. A queda acumulada em 2015
já chega a 5,2 pontos. O corte nos investimentos é maior nas indústrias de
grande porte que diminuiu de 57,3 pontos para 54,7 pontos em março, na
comparação com fevereiro, ou 2,6 pontos totais. Entre as empresas pequenas, o
índice caiu 1,9 ponto percentual passando de 44,3 pontos para 42,4 pontos e 1,3
ponto percentual nas de médio porte passando de 38,6 pontos para 37,3 pontos.

O boletim da ABIMEI aponta ainda
projeções do chamado “tripé macroeconômico” para dezembro de 2015. De acordo
com as estimativas do consultor Otto Nogami, a inflação deverá bater 8,13%, a
taxa Selic chegará a 13,25% e o câmbio ficará em 3,25. Ao mesmo tempo, o Produto
Interno Bruto (PIB) deverá apresentar resultado negativo de 1,01%, e a produção
industrial cairá 2,5%.
Foto 1 – Professor Otto Nogami.
Foto 2 – Presidente da ABIMEI, Ennio Crispino.
Crédito: Divulgação. 
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