ARTIGO DE MARCOS NOGUEIRA SIMÕES

31 de julho de 2014.
Economia para
humildes e pragmáticos
Marcos Nogueira
Simões*
O crescimento da atividade e da
produção econômica é importante para satisfazer demandas da sociedade como, por
exemplo, mais empregos, saúde, educação, estradas, portos, segurança, inovação
e empreendedorismo. Na ausência de crescimento real, a sociedade se empobrece,
perde empregos, não investe e não atinge seus objetivos.
Consequentemente, produtividade e
poupança pequenas levam a apenas duas saídas práticas para cumprir as
obrigações e as demandas da sociedade: dívida ou impressão de dinheiro,
provocando inflação.
Que me perdoem alguns economistas e
comentaristas sociopolíticos, mas o Brasil é muito simples: a estrutura de
capital é relativamente pequena e atrasada, a mão de obra é insuficiente e
muitas vezes desqualificada e a produtividade – pela corrupção, desperdícios e
burocracia – é uma das menores do planeta. Além disso, nossa poupança é muito
pequena, o que nos torna historicamente reféns de endividamento oneroso e da
inflação, crescendo ou não.
Para continuar a reverter esse quadro
nas próximas décadas, os líderes do setor privado e público devem focar suas
políticas econômicas na inovação (que traz produtividade), na qualificação da
força de trabalho (pela educação e saúde), no aumento da poupança (com
diminuição dos desperdícios e corrupção com dinheiro público) e na atração de
capital novo (pela desburocratização, desoneração tributária e redução do risco
Brasil). Restaurado o crescimento sustentável, com elevação da produtividade,
poupança e investimentos, o ciclo virtuoso gera recursos para financiar as
demandas da sociedade.
Pronto, simples assim. Mas essas não
parecem ser as prioridades da maioria da sociedade brasileira que,
aparentemente, está satisfeita com o modelo sócio político distorcido pela
corrupção e pela ineficiência, temperado a gosto com impunidade, futebol e
carnaval. Satisfeita com o consumo e com o assistencialismo a qualquer custo.
Um modelo que, pela arrogância de uma ideologia ultrapassada, ignora a
humildade e o pragmatismo econômicos, importantes ferramentas na busca do bem
estar social e que foram praticamente abandonadas nos últimos anos.
Podem discordar, mas não vale dizer
que a situação é complicada.
*Sócio-diretor da Jequitibá
Investimentos, assessoria financeira especializada em fusões, aquisições e
consultoria empresarial
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