BRASIL EM CRISE: MOMENTO DE OPORTUNIDADES PARA ESTRANGEIROS E BRASILEIROS

25 de janeiro de 2016.
ARTIGO DE RICARDO NORMAND
Recentemente, a mídia
noticiou que as fusões e aquisições por estrangeiros no Brasil já ultrapassaram
as operações domésticas. Em 2015, as operações de M&A em que investidores
de fora compram empresas brasileiras chegaram a 296, enquanto as transações
nacionais não passaram de 269, segundo dados da KPMG. O número de fusões e
aquisições no país caiu 5,5% em relação a 2014. O país está à venda e, para
quem tem apetite ao risco, é um bom momento para investir.
Mesmo que, em 2014, o
Brasil tenha subido para a sexta posição no ranking divulgado pela Unctad dos
países mais atrativos para Investimento Estrangeiro Direto (IED), o fluxo para
cá registrou queda de 2,3%. O recuo se deve a vários fatores, internos e
externos, mas não se pode negar a influência do cenário econômico brasileiro.
O baixo desempenho
produtivo e a instabilidade política formam uma dupla perigosa que coloca o
Brasil em evidência no mercado internacional. Diariamente divulgam-se notícias
preocupantes sobre o andamento da crise, que ganhou peso com a abertura do
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Diante de um
horizonte complexo e imprevisível, os investimentos tendem a fugir do país.
Porém, para toda regra, há uma exceção. Em conjunto, o real desvalorizado, a
recessão econômica e os juros à taxa de 14,25% – taxa inalterada pelo BC, porém
continua sendo o maior patamar em quase 10 anos – geram um ambiente propício para
quem busca investimentos de médio/longo prazo. Em vez de esperar a poeira
baixar, muitos enxergam uma oportunidade de fazer negócio. É uma postura
arrojada que exige análise fria e apetite ao risco.
O primeiro passo é
aprender a separar os fatores políticos dos fundamentos econômicos, embora no
momento ambos não estejam bons. O segundo é descobrir como aproveitar as
consequências da crise fazendo investimentos com potencial de retorno no
médio/longo prazo. Para tal, é necessário conhecer o mercado local e suas
nuances. Algo difícil para um investidor que não tenha uma empresa
especializada para assessorá-lo.
Uma vez identificados
os setores com maior potencial (varejo, industrial, imobiliário, etc) e
mensurado o risco, cabe identificar as oportunidades abertas ao capital
estrangeiro – seja para aquisição, investimento direto ou financiamento.
Mais resistente a
crises financeiras, o plano de investimento duradouro pode ser uma estratégia
interessante para ambos os lados. Sabemos que o Brasil não está nos seus
melhores dias, e o mesmo vale para a conjuntura global, mas isso não significa
que a recessão se perpetuará. A propósito, o crescimento brasileiro deve ser
retomado em 2018, prevê o FMI. Portanto, uma dica àqueles que estão de olho nas
oportunidades por aqui: aproveitar os preços baixos com uma visão menos
imediatista pode valer a pena. O país não perdeu o potencial que o coloca entre
as maiores economias e, quando sair do vermelho, o retorno para o investimento
será maior.
Ricardo Normand é
sócio da Drummond Ventures e especialista em investimentos entre Brasil e EUA.
A Drummond Ventures é uma afiliada de Drummond Advisors e responsável por
fusões e aquisições, captação de recursos e investimentos de risco. A empresa
se concentra em operações de investimento transfronteiriço entre Brasil e EUA e
possui escritórios no Vale do Silício, Boston, Nova York, Miami, São Paulo e
Belo Horizonte.
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