COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

09 de agosto de 2014.
SOCIEDADE PERMISSIVA
 Eline Rasera
Um sentimento de
exaustão e de impotência  acomete a
todos  no dia a dia quando lemos  jornais, assistimos TV e outros meios de
comunicação sobre a corrupção em nosso país. Mas por que somos uma sociedade
tão permissiva? Por que somos tolerantes com o que nos fere e nos lesa?
Evidentemente não
proponho uma resposta  suficiente para
solucionar o problema, no entanto,  uma
reflexão sobre o assunto, pode dar sentido e promover algumas mudanças.
Talvez o início desse
comportamento tenha sido no descobrimento do Brasil. Encontraram nosso povo
(índios), escravizaram e levaram daqui nosso ouro, pedras preciosas e outras
riquezas. E ainda levam nossos bens. Continuamos sendo “subtraídos”. Nos
acostumamos com essa condição? Nossa auto estima é assim tão pequena?
Hoje sabemos pela
neurociência que nosso padrão mental é construído.  Isto significa que crenças, conhecimentos,
informações  do nosso cérebro, são
transmitidos de geração para geração, 
aprendidos e experimentados. Então como podemos mudar e propor um conteúdo  que nos ajude a alterar nossa maneira de
viver? Como podemos ter melhor qualidade de vida, exigir o que é nosso direito
e não aceitar o que não nos convém?
Além dessa condição
de  permissividade , temos também os que
aproveitam a situação para barganhar e ganhar alguma coisa com isso.
Como os índios, um
colar e um perfume por uma pedra preciosa.
Como um cidadão, uma
camiseta, um tênis por um voto.
Estamos mais do que
consumidos pela lesão e pela dor emocional. A impotência nos fere, causa
desesperança e fracasso.
Podemos mudar e,
agora! As manifestações, embora legítimas ainda não são suficientes, assim
como, formas violentas de transformação não podem ser aceitas pela humanidade.
Podemos começar com
as crianças, transmitindo conhecimentos e informações que elevam a auto estima,
o respeito  aos semelhantes , aos seres
vivos e ao planeta.
Me perdoe Mario
Sergio Cortella, profissional que admiro, um mestre. Mas quando falamos de
Brasil, os pais são responsáveis pela educação de seus filhos, mas a escola
deve sim participar dessa Educação também. Não somente conteúdos técnicos, mas
a de cunho filosófico, sustentável, artístico e que contribua com o amor
próprio. Muitos não recebem isso em seus lares. E em se tratando do nosso país,
o número é elevadíssimo.
A partir de novos
conceitos transmitidos para uma criança, teremos novos padrões mentais, e dessa
forma, estamos de fato alterando comportamentos de impacto numa sociedade.
Basta observarmos os
países mais desenvolvidos. As crianças são educadas de outra maneira, ou seja,
investe-se muito em pedagogia, professores, escolas, brinquedos, livros e
demais recursos que são ótimas fontes de apoio para o desenvolvimento dos
pequenos.
E com certeza podemos
contar com uma sociedade e políticos (por que não?) de boa vontade.
Cada um de nós que,
mesmo  indignados com tudo isso, não
precisamos ser impotentes, mas podemos e devemos mesmo com pequenas ações,
desenvolver e alterar o cenário.
Ou continuar
autorizando e extravio de “nossas pedras preciosas”!

Eline Rasera, psicóloga, coach e
professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE-FGV.
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