CRIANÇAS CONSTROEM ROBÔS PARA RESOLVER PROBLEMAS REAIS DO COTIDIANO

Que a tecnologia em sala de aula amplia habilidades motoras e impulsiona a criatividade das crianças, todos sabem, mas a inclusão da robótica no processo educacional infantil pode trazer ainda mais benefícios, inclusive sociais na vida dos pequenos.  O professor de robótica do Colégio Progresso em Campinas, Alexsandro Sunaga, acredita que  este processo motiva uma visão críticarobotica5_1049_11384 do cotidiano, auxiliando a identificar problemas, a buscar soluções e a aplicar sua diversidade de conhecimentos para ajudar a melhorar ou facilitar a realidade das pessoas. “O projeto que desenvolvemos no Colégio Progresso buscou motivar os alunos a impactar o mundo ao redor deles através da robótica. Primeiramente os motivamos a pensarem em um problema. Por incrível que pareça, os alunos não estão acostumados a identificar ou elaborar problemas, pois em geral a gente chega com problemas prontos que muitas vezes não fazem sentido para eles. Pensando nisso, desenvolvemos um projeto baseado num problema que ele observa em seu cotidiano, aí sim aquilo passa a fazer sentido porque faz parte da realidade dele”, diz

Há quatro anos, o colégio oferece a disciplina de Robótica Educacional em todas as turmas do Fundamental 2. Semanalmente, alunos do 5º ao 9º ano tem duas aulas de robótica. O aprendizado tem início com uma introdução à robótica no 6º ano, em que habilidades básicas de montagem, programação e trabalho em equipe são introduzidas.

Neste ano, uma nova iniciativa faz parte das aulas. O desafio é estimular os alunos a construir robôs que resolvam problemas reais do cotidiano.O professor Alexsandro Sunaga detalha. “No primeiro semestre do ano a gente fez aulas mais voltadas para física e matemática. Usamos as aulas de robótica como laboratório de física e matemática onde eles faziam experimentos usando os robôs, entãroboticao eles mesmos produziam os experimentos.e eles analisavam os dados a partir dos experimentos. Nesse segundo semestre eu quis dar mais essa área de empreendedorismo. Eu propus a eles   produzirem um produto baseado num problema real. A ideia é que eles passem pro todas as etapas de desenvolvimento de um produto. Eles observam o entorno deles e verificam uma necessidade, um problema e especialmente que tivesse um impacto social a resolução desse problema”, explicou.

Eles buscam criar soluções para auxiliar na locomoção de cegos, ajudar na administração de remédios, cuidar de idosos, limpar a casa, pintar unhas ou jogar futebol com filhos únicos.

A coordenadora da Pós-Graduação em Inovação na Educação do Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE), Carolina Defilippi, explica que a utilização da tecnologia como aliada no ensino nos dias de hoje é fundamental uma vez que essa é a geração que “para aprender, tem que mexer”. “Essa geração que está na nossa mão agora é uma geração que para aprender tem que mexer e os professores tem hoje essa obrigação de modificar a metodologia para manter essa gerobotica-img-60-2ração motivada dentro da sala de aula e manter essa geração atenta porque hoje existem muitos motivos para desviar a atenção, então cabe ao professor adequar as suas metodologias  e trazer para o que a gente chama de metodologia ativa porque isso é vai desenvolver no aluno o potencial de cada um. Essa geração que está na sala de aula não consegue mais ficar 50 minutos atento a uma aula expositiva. Eles querem se sentir colaboradores e querem pôr a mão na massa. Eles querem se sentir parte do processo”, diz.

Para Carolina Defilippi a tecnologia hoje permite individualizar mais cada aluno. “A gente tem a possibilidade de conhecer melhor o aluno com isso explorar os pontos fortes de cada um e cuidar dos pontos fracos”, finaliza.

Os alunos Guilherme Jacob e Guilherme Domingues, por exemplo, construíram um robô cão-guia, pensando nas dificuldades dos deficientes visuais. “Dependendo da distância, o
robô emite sons mais graves ou mais agudos”, explicam. Já as alunas Ana Cláudia, Isabela Debrói, Isabela Donadon, Julia e Laura criaram uma prótese. “As próteses de verdade não têm um preço acessível. A nossa construção é mais simples e pode ajudar as pessoas que não têm uma mão para pegar objetos”, contam.

As aulas exploram temas de história, geografia, ciências, espaço e sociedade. Com o conhecimento de física acumulados, os estudantes conseguem criar experimentos de cinemática e mecânica, construindo, vivenciando e formalizando conceitos essenciais para que os estudos de física no Ensino Médio sejam melhor entendidos.

 

 

Fotos 1 a 3 – Alunos do Colégio Progresso em atividade nas aulas de robótica.

Crédito: Divulgação.

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