É POSSIVEL EMPREENDER NO BRASIL E TER SUCESSO

01 de dezembro de 2015.
ARTIGO DE ROBERTO DIAS DUARTE

A atividade
empreendedora está em alta no Brasil e nosso potencial é promissor neste campo,
não se pode negar. Somos, afinal, os primeiros no ranking mundial dos que
resolvem abandonar o emprego para dar vida a um sonho.
Traduzido em números,
essa tendência se exprime em 36 milhões de brasileiros com algum tipo de
negócio. Desses, 30% empreendem por necessidade, enquanto 70% por julgar ter
encontrado a grande oportunidade da vida de ser “o dono próprio nariz”.
Essa proporção nem
sempre foi assim, o que demonstra a importância que a população vem dando ao
tema, além de aumentar a consciência sobre os benefícios de se empreender, em
detrimento de uma “segurança” na carteira assinada a cada dia mais questionada
por muitos.
Mas, nem tudo é
motivo para se comemorar, pois de acordo com o Índice Global de
Empreendedorismo, nosso país ocupa a 100ª posição. Quantitativamente, estamos
bem colocados, sem dúvida, mas quando se trata de qualidade e consideramos o
sucesso das empresas, a realidade é nua e crua.
A falta de
competitividade e preparo dos empreendedores acaba por minar as chances de
sobrevivência das empresas. Empreender deve agregar valor para a sociedade e
para os clientes. No entanto, é preciso ressaltar que esse impulso vai muito
além de constituir uma pessoa jurídica, comprar e vender produtos ou serviços.
Um bom empreendedor vai além da vocação ou de qualquer outra habilidade.  É preciso prezar pela organização, controles,
foco e, principalmente, pelo planejamento.
A burocracia
brasileira é o maior entrave para a expansão de qualquer empreendimento. Por
isso, para avançar com segurança em qualquer negócio, o empreendedor precisa
ter conhecimento, preparo e percepção dos vários cenários ao seu redor. E,
sobretudo, adquirir definitivamente o hábito de planejar, deficiência apontada
pelas pesquisas como causa de quase a metade das mortes prematuras dos
negócios. 
Como lidar com tudo
isto, enfim?  Ainda mais frente à atual
crise econômica e dos altos tributos e o excesso de burocracia de sempre? De
fato, hoje não se pode conduzir uma empresa com as velhas práticas do passado.
O nível de cobrança,
exigência e fiscalização aumenta a cada ano e, com isso, as pequenas
sonegações, as fraudes, o famoso “jeitinho brasileiro” já não têm mais espaço
como fonte adicional o exclusiva de competitividade. Quem insiste nesta prática
está sabotando não só os cofres públicos, mas principalmente seu próprio
negócio.
Está visível que as
exigências do Fisco vem aumentando anos após ano, especialmente com relação às
prestações de contas, todas no formato digital. Neste sentido, o investimento
em sistemas e formação continuada têm sido mandatórios para o sucesso,
independente da natureza e do porte de um negócio.
Controles de
estoques; vendas; compras; pessoal, tudo precisa ser sistematicamente mantido e
organizado. E um número traduz bem essa necessidade. Somente em 2013, a Receita
Federal arrecadou R$ 190 bilhões em multas decorrentes de erros nas empresas.
Administrar é prever,
organizar, estabelecer metas e, principalmente planejar. Claro, não pode faltar
também muita motivação, mas ela precisa de uma direção e quem consegue mostrar
esse norte é o líder.
Num ambiente hostil,
como o atual, as empresas mais fracas estão suscetíveis ao fracasso, embora
crises sejam pródigas em oferecer oportunidades, como há muito nos ensinaram os
ancestrais chineses.  O que existe de
contemporâneo nisso tudo é a necessidade de se estar sempre atento, enxergar
essas chances de crescer em pleno caos e, é claro, sair na frente, condições
básicas para que um dia tenhamos mais qualidade do que quantidade em nossas
estatísticas sobre o empreendedorismo nacional.
Roberto Dias Duarte é
sócio e presidente do Conselho de Administração da NTW Franquia Contábil.
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