ECONOMISTA NEGA QUE TENHA RECEBIDO CONVITE PARA SER MINISTRO

15 de novembro de 2014.
O ex-secretário do
Ministério da Fazenda e economista Nelson Barbosa negou que tenha sido sondado
ou convidado pelo governo federal para ser o ministro da Fazenda no segundo
mandato da presidente Dilma Rousseff. Nelson Barbosa tem aparecido como um dos
cotados no mercado financeiro para ocupar a pasta. A expectativa é que a
presidente Dilma anuncie o nome do novo ministro da Fazenda na próxima semana.
Nelson Barbosa
participou na última quinta feira (13/11)  de uma palestra em Campinas para 100
executivos do grupo CEO Insights, do Institute Business Education conveniado à
Fundação Getúlio Vargas (IBE-FGV). Barbosa disse que o Brasil já passou
por um ajuste da política macro econômica, mudança nos regimes cambial,
monetário e fiscal em 1998, com a primeira reeleição realizada no país, a de
Fernando Henrique Cardoso. E por isso, a história comprova que o processo em
uma democracia é mais demorado do que muitos gostariam, mas que não tem como
reduzir. “O debate de pessimismo e incerteza ocorre justamente porque a
inflação está mais alta e o crescimento, baixo. Para sair do impasse precisamos
responder duas perguntas e elas só dependem do governo. Como será o ajuste e
quando a economia voltará a crescer mais rapidamente com a estabilidade da
inflação? Enquanto durar a incerteza, a confiança das empresas e das famílias
permanecerá baixa”, disse.
Na opinião dele,
apesar do tamanho dos problemas econômicos, o problema ainda é muito mais
político que é construir um novo consenso nacional. Segundo o economista, os
desafios são inúmeros e vão desde a recuperação do crescimento da economia e
reduzir a inflação para o centro da meta com elevação do resultado primário recorrente
para um valor consistente com a estabilidade da dívida pública em porcentagem
do PIB. “Tudo isso partindo de uma situação de baixo crescimento mundial e de
restrição hídrica interna num contexto político de grande divisão interna e
demandas sociais crescentes sobre o Estado, mas agora com menor fragilidade
social e financeira do que no passado”, disse.
Barbosa ainda
defendeu a elevação gradual do superávit primário, ajustes de operações quase
fiscais como as do BNDES e continuidade de processos de inclusão social e
incremento dos serviços públicos. Também destacou que ajustamentos de preços
como energia elétrica, combustíveis e taxas acabam elevando a inflação, mas são
somente questões de ajustes relativos. “Cabe à política monetária combater o efeito
secundário dos ajustes de preços relativos, para evitar que a inflação fique
permanentemente alta”, destacou.
O ex-secretário da
fazenda ainda ressaltou que o Brasil continua tendo grande potencial de
crescimento e desenvolvimento, tanto econômico quanto social e falou de
tendências que podem ser implantadas como aumento de produção do petróleo,
recuperação do setor de biocombustível, retomada do investimento em mineração e
aumento do investimento em energia elétrica, em transporte e logística.
Para Barbosa
deverá haver um forte aumento do investimento em saneamento e abastecimento
hídrico no Sudeste, aumento da demanda e aceleração do processo de inclusão
digital, retomada da expansão da construção residencial e aumento do
investimento em transporte urbano além de crescimento da demanda e do
investimento público e privado em Educação e Saúde.
O economista ainda
mencionou a ampliação da oferta de crédito privado de médio e longo prazo, a
recuperação da competitividade internacional e a maior integração
estado-mercado como fortes tendências. “Ano que vem será de velocidade lenta,
mas pode recuperar o fôlego e crescer dependendo das medidas que o governo
apresentar. Apesar das expectativas pessimistas a economia brasileira tem
capacidade de respostas muito mais rápidas do que as pessoas imaginam”,
concluiu.
O cientista
político e pesquisador da FGV, Claudio Gonçalves Couto, também participou do
evento. Em sua análise do contexto atual no Brasil, Claudio Couto explica que a
insatisfação cresceu e apareceu nos últimos meses, porque as condições de vida
pioraram. “O Estado precisa melhorar a infraestrutura que oferece aos seus
cidadãos, ao mesmo tempo em que proporciona melhores condições de vida”,
afirmou. Ele disse, ainda que hoje em dia as pessoas têm condições de comprar
bens de consumo, mas ainda desfrutam dos serviços públicos. “Por isso, por um
lado os governos são aclamados e por outro, sufocados”, destacou.
O cientista
político explicou que o país que saiu das eleições está divido ao meio e
adiantou que, na política, 2018,  o
próximo ano de eleições presidenciais, já começou.
Para
o presidente da IBE-FGV, Heliomar Quaresma, no pensamento contemporâneo, as
políticas públicas precisam ser geradas na ideia de sustentabilidade, que se
alicerça em um pensamento sistêmico de integração do desenvolvimento econômico
com justiça social, preservação e restauração ambiental, com respeito,
valorização e ampliação dos bens culturais tangíveis e intangíveis das cidades
e comunidades. A inserção e participação de empresas, governo e organizações em
alianças e parcerias para o desenvolvimento e crescimento compartilhado, mútuo,
é fundamental no atual cenário, defende Quaresma, um dos idealizadores da
Intersector Alliance, que tem por pilar o aprendizado em rede. “Passada as eleições,
cabe a nós, cidadãos, continuarmos buscando o fortalecimento da democracia e do
diálogo, para que os governos, junto às empresas e organizações sociais,
consigam avançar nos desafios a fim de que o Brasil volte a crescer e gere
empregos de qualidade, melhor educação, saúde, segurança e mobilidade urbana”,
reitera Heliomar.

Fotos 1 e 2 – Palestra do economista, Nelson Barbosa.
Crédito: Divulgação.

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