ECONOMISTA ORIENTA SOBRE A POSTURA A SER ADOTADA EM TEMPOS DE CRISE

12 de setembro de 2015.
O Brasil perdeu o selo de bom pagador
com o rebaixamento da nota da agência de classificação de risco Standard and
Poor’s. Isso significa que o país saiu de uma condição de investimento para uma
categoria especulativa, ou seja, um patamar com elevado grau de calote no
pagamento de dívidas. A S&P ainda colocou a nota em perspectiva negativa, o
que indica a possibilidade de novos rebaixamentos.
Em seu posicionamento, a agência
deixou claro que o Orçamento enviado pelo governo brasileiro ao Congresso
incluindo superávit primário, pouco mais de um mês após ter anunciado redução,
pesou para esta decisão.
O professor de Economia da IBE-FGV,
Múcio Zacharias, explicou que o governo confundiu transparência com negligência
ao deixar nas mãos do Congresso uma decisão que caberia a ele. “Cabe à
presidência da República a decisão sobre a economia do país. Mas, o que foi
feito é a mesma coisa que uma pessoa entregar ao gerente do banco a
responsabilidade de administrar suas contas domésticas”, explica.
Com a notícia, segundo Zacharias, são
três os principais impactos para o cenário econômico que já não estava bom:
perda total de credibilidade o que vai afastar ainda mais os investidores,
instabilidade cambial devido ao aumento de procura pela moeda mais forte e,
ainda, mais pressão inflacionária. Para ele, o dólar deve ultrapassar a marca
dos R$ 4,00 e a inflação vai continuar subindo.
Segundo o professor, é tempo de
apertar os cintos. Para os empresários o negócio é reduzir custos e enxugar a
estrutura. Diminuir a exposição cambial, buscando fornecedores internos também
é uma boa ideia, se possível. “Operações em dólar estão altas demais”, destaca.
O investidor deve pensar duas vezes antes de qualquer ação, lembrando que agora
ficar com os juros já é menos arriscado.
O consumidor deve ficar atento no
supermercado. Pechinchar é a ordem do momento e as famosas listinha de compras
são a estrela da vez. “Nada de arriscar, investir ou comprar. Fugir dos
empréstimos é fundamental e se tiver que adquirir alguma coisa, que seja o
essencial”, destaca
As outras duas agências que conferem
avaliações para o risco de investimento em cada país, Moody’s e Fitch,
ainda mantêm grau de investimento ao país. A perspectiva negativa da S&P é
o que mais preocupa, pois pode levar as demais agências a seguirem o mesmo
caminho, segundo avaliação da Bloomberg.
Foto: Professor de Economia da IBE-FGV, Múcio Zacharias.
Crédito: Divulgação.
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