FATURAMENTO DAS MPEs PAULISTAS CAI PELO QUARTO MÊS SEGUIDO

18 de junho de 2015.
Em mais um mês de resultados ruins,
as micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo registraram queda de
13,6% no faturamento real (já descontada a inflação) em abril em relação ao
mesmo mês do ano passado. Foi a quarta redução seguida do índice na comparação
de um mês com igual intervalo do ano anterior. No período, a indústria
apresentou o pior desempenho entre os setores e seu faturamento caiu 17%; o
comércio teve diminuição de 15,6% na receita e os serviços registraram queda de
10,2%. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.
Em abril, a receita total das MPEs
paulistas foi de R$ 45,2 bilhões, o que significa R$ 7,1 bilhões a menos do que
em abril de 2014 e R$ 2 bilhões abaixo de março de 2015.
O fraco desempenho da economia
brasileira tem impactado negativamente todos os setores, não poupando nem os
segmentos que vendem para o consumidor final nem os que fornecem para outras
empresas. 
Além disso, fatores como inflação
elevada, queda na renda real dos trabalhadores, aumento do desemprego, menor
confiança dos consumidores e restrições de acesso ao crédito têm inibido a
atividade dos pequenos negócios paulistas. “O cenário continua desfavorável às
micro e pequenas empresas. Enquanto a economia não voltar a crescer veremos os
negócios de pequeno porte enfrentarem muitas dificuldades, já que eles têm
menos margem para contornar as adversidades”, afirma o presidente do Sebrae-SP,
Paulo Skaf.
De janeiro a abril deste ano, as MPEs
amargaram queda de 13% na receita real ante o mesmo período de 2014. Por
setores, no acumulado do ano, o comércio viu seu resultado encolher 15% e os
serviços registraram faturamento 12,6% menor. A indústria recuou 7,7%, um
porcentual de queda menos acentuado diante dos demais setores, uma vez que já
vem de uma situação debilitada desde 2012.
Em abril, a região do Estado com
melhor desempenho quanto à variação do faturamento foi o Grande ABC, com alta
de 5,8% sobre abril do ano passado. Porém, esse bom resultado se deve à base
fraca de comparação, já que as MPEs da região registraram, em abril de 2014,
uma diminuição de 16,5% na receita ante igual período do ano anterior. Por
outro lado, as MPEs do interior do Estado apresentaram queda de 19,8% no
faturamento de abril ante igual mês de 2014. O município de São Paulo teve
redução de 13% no valor das vendas, no período, enquanto a Região Metropolitana
de São Paulo sofreu 7,4% de queda na receita das micro e pequenas empresas.
No acumulado do ano (de janeiro a
abril) ante os quatro primeiros meses de 2014 houve aumento de 1,6% no total de
pessoal ocupado nas MPEs paulistas. No mesmo período, a folha de salários pagas
pelas MPEs teve queda de 0,3% (já descontada a inflação). O rendimento dos
empregados das MPEs encolheu 1,3% em igual comparação.
Em maio, 61%, ou seja, a maioria dos
donos de MPEs do Estado de São Paulo espera estabilidade no faturamento do
negócio para os seis meses seguintes. Em maio de 2014, essa era a previsão de
56% deles. Os que aguardam melhora na receita eram 25% em maio de 2014 e agora
são 22%. O grupo que acredita em piora no faturamento passou de 8% dos
entrevistados no ano passado para 12% este ano.
Quanto ao comportamento da economia
para os próximos seis meses, 40% falam em piora para os seis meses que vêm pela
frente. Um ano antes, eram 26% os que admitiam nessa possibilidade. Os que
aguardam estabilidade são 38% ante 46% em maio de 2014. Agora, 15% esperam
melhora na economia, não muito diferente dos 18% de maio de 2014 que projetavam
essa situação. “O proprietário de uma micro ou pequena empresa fica receoso de
dar passos maiores diante de uma conjuntura tão negativa. Para sobreviver ao
momento atual é importante agir com cautela, se planejamento e se preparando
para atuar num ambiente altamente concorrencial, com demanda em baixa, diz o
diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é
realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716
proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs
são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e
empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento
bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados
pelo INPC-IBGE.
Foto 1 – Presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf.
Foto 2 – Superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
Crédito: Divulgação.

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