FOCO, FORÇA E FÉ

29 de junho de 2015.
ARTIGO DE RONAN DELFIM MACHADO

Muito além de três palavras começando
com a mesma letra, foco, força e fé são pilares para se obter sucesso e
perenidade em qualquer atividade.  Um verdadeiro mantra, que adotado em
conjunto, pode produzir resultados efetivos e consistentes, seja qual for a
área em questão.
Ao falar de carreira, os três “F’s”
podem gerar resultados surpreendentes, especialmente se bem utilizados com
alunos do ensino médio, boa parte integrante da chamada Geração Y.
Um dos grandes problemas ao se
interagir com este público é atrair sua atenção e mantê-lo concentrado,
conforme reconhece Daniel Goleman em “Foco – A atenção e seu papel fundamental
para o sucesso”. Tal dificuldade o autor do livro atribui, em grande medida à
diversidade tecnológica à qual hoje estamos expostos, o que torna quase
impossível duas pessoas conversarem tête-à-tête se estiverem com os seus smartphones por
perto.
Uma clara consequência disto está no
fato de os jovens da Geração Y raramente estabelecer e focar objetivos de médio
e longo prazo. E quando se trata de carreira, dificilmente existem metas
rapidamente atingíveis.
Por isso é fundamental trabalhar com
eles, desde cedo, a questão do planejamento, mostrando que materializar desejos
exige renúncias menos dolorosas quanto mais preparados estivermos para
aceitá-las .
Sua forte tendência ao imediatismo
recomenda ainda iniciar o trabalho visando objetivos de curto prazo,
despertando com isso o prazer em planejar, focar no objetivo e, o mais
importante, conseguir alcançá-lo. Ao assimilar esse ciclo, o futuro
profissional tende a se envolver de maneira mais focada, aumentando sua
dedicação e o desempenho.
Um bom exemplo de aplicação
bem-sucedida de tal fórmula está na Finlândia, onde o sistema educacional
oferece mais autonomia para o professor e menos ênfase às provas.  Dentro
das salas de aula os alunos resolvem problemas do dia a dia do ponto de vista
da matemática, química ou física, num ambiente onde se trabalha em cima de
temas e as provas se transformam em projetos, com o feedback dado
aos alunos à medida que suas tarefas se realizam.

Já o segundo “F” trata da força.
Diferentemente das gerações passadas, acostumadas ao trabalho braçal, a Y é
cada vez menos exigida neste ponto. Em contrapartida, o mercado de trabalho
cobra dela a resiliência, ponto no qual reside uma outra flagrante fraqueza
sua.   Ao se sentir pressionados, os Y simplesmente se desmancham
como parafusos de geleia, na definição do psiquiatra Içami Tiba. Assim como
seus avós, eles precisam aprender a suportar as adversidades e transformás-la
em impulso para seu crescimento profissional.
O último “F”, por sua vez, está
ligado a fé e religiosidade, ou seja, acreditar na existência de uma força
superior e no poder do bem. Mas cada um precisa fazer a sua parte e se sentir
envolvido, como reza um dos princípios do accountabillity. Se um
jovem quer passar no vestibular, deve se envolver mais e assumir as suas
responsabilidades, ao invés de transferi-las para seus pais e professores.
Tanto o foco, quanto a resiliência e
a accountability são chamadas de habilidades não-cognitivas, mas que podem e
devem ser estimuladas no ambiente escolar.
Em suma, seja responsável, pois seu
destino é você quem faz. Conte menos com a sorte e bem mais com a sua própria
atitude. Além de força, foco e fé, busque também: foco, resiliência e accountability.
Ronan Delfim Machado, terapeuta ocupacional,
especialista em psicologia da educação e em desenvolvimento infantil
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