FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL APRESENTA ESTUDO SOBRE DESEMPENHO ESCOLAR E REMUNERAÇÃO DE MERCADO

Um estudo realizado pela Fundação
Itaú Social apontou que, após cinco anos da conclusão do ensino médio,
estudantes que tiveram notas 10% superiores de proficiência em português, por
exemplo, passaram a ganhar 5% a mais no mercado. Já para os alunos que sempre
se destacaram em matemática, a recompensa salarial foi de 4,6% superior aos
demais.
Segundo a Fundação Itaú Social, esse
é o primeiro estudo no Brasil que relaciona o impacto do desempenho escolar à
remuneração no mercado de trabalho. Além do Saeb (Sistema de Avaliação da
Educação Básica), o estudo foi feito a partir de dados do Censo Demográfico de
2010 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) com as gerações
nascidas em 1977-1978 e 1987-1988.
A Psicóloga e professora de Gestão de
Recursos Humanos da IBE-FGV, Eline Rasera, afirma que o estudo representa um
estímulo positivo aos jovens que veem a escola como uma alavanca para obterem
crescimento. “Como a pesquisa demonstra que o aumento na nota significa melhor
salário, esta passa a ser um dos principais motivadores. Aqueles que querem uma
profissão, fazer carreira e serem bem sucedidos, tendem a buscar modelos para
atingir essa meta. Portanto, é bastante provável que esse padrão seja copiado.
E isso é uma boa notícia, pois, excluindo os “gênios”, que são minoria, a
grande maioria necessita de disciplina, bons hábitos e foco no aprendizado para
atingir o objetivo”, diz.
A especialista avalia que o estudo
mostra uma realidade que vai além do esforço do estudante nas salas de aula.
Segunda ela, essa é também uma ótima oportunidade para se investir no ensino
educacional básico. “Se bons profissionais se formam desde a escola, é preciso
oferecer melhores condições para atender e dar espaço aos jovens. É necessário
não somente ampliar os prédios ou exigir dos pais a frequência do filho nas
aulas, mas também rever metodologias, grades curriculares, atualizar o conteúdo
e investir em desenvolvimento dos professores”, aponta.
O papel da escola na vida de futuros
profissionais também vai além das notas de matemática e português e alcança
competências básicas, como relacionamento e comunicação, entre outras. A
deficiência  na formação emocional das crianças pode refletir de forma
negativa quando elas se tornam adultas e precisam assumir responsabilidades nas
empresas ou mesmo em suas empreitadas pessoais.
Um estudo organizado pelo Project
Management Institute Brasil (PMI) constatou que, para 76% das empresas, o
principal motivo para seus projetos fracassarem são falhas na comunicação.
Segundo a pesquisa, bons projetos surgem, mas seus idealizadores não sabem
escrever, falar e se relacionar adequadamente com diferentes tipos de pessoas
para convencê-las de que aquela é uma boa iniciativa.
Eline Rasera afirma que no Brasil, as
escolas privadas apresentam melhores resultados, pois investem mais em modelos
didáticos modernos, professores e recursos que atendem o desenvolvimento das
crianças, o que resulta, em geral, no melhor preparo dos indivíduos. Em países
de primeiro mundo, a formação vai além, com atividades esportivas, música e
outras iniciativas que auxiliam na formação de diversos aspectos da criança.
Este é o melhor modelo, aquele que apresenta uma educação sistêmica, que
promove o desenvolvimento mental, físico e psicológico de uma pessoa.
 Se no sistema público os alunos
não encontram a formação adequada para o futuro, as escolas privadas também não
são a única opção de aprendizado. As parcerias entre organizações
público/privadas e as iniciativas de Fundações e ONGs têm sido uma boa
alternativa para preencher a lacuna deixada pelo governo. Em Santa Bárbara
d’Oeste, os projetos de educação integrada mantidos e oferecidos de forma
gratuita à população pela Fundação Romi são um bom exemplo de educação
sistêmica de qualidade.
A Fundação mantém dois projetos de
formação que são o CEDIN (Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil) e o
NEI (Núcleo de Educação Integrada). Nos dois modelos, os objetivos são focados
em promover a autonomia, o senso de responsabilidade e a convivência em
grupo.  No primeiro, as crianças de quatro a cinco anos ficam em tempo
integral na escola. Os alunos são estimulados a serem protagonistas na
construção do conhecimento, alguém capaz de expressar desejos, vontades,
conflitos e a sede em descobrir e interpretar o mundo. No segundo, oferecido
para crianças do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, a educação é oferecida em
período integral e vai além do período em que o estudante permanece na escola.
Com uma filosofia participativa, o trabalho é desenvolvido em grupos, nos quais
os participantes resolvem desafios nas diferentes áreas do conhecimento.
A coordenadora pedagógica da Fundação
Romi, Luciana Bueno Bruscagin, enfatiza o projeto pedagógico da instituição. “O
nosso projeto pedagógico privilegia o aprendizado de forma prazerosa, através
de atividades que se integram e desenvolvem o conhecimento de forma ampla, do
concreto ao abstrato emocional. Educamos para a formação completa do jovem, de
forma que ele desenvolva competências para saber pesquisar, fazer, ter
raciocínio lógico, trabalhar coletivamente, ter disciplina e, também, saber
articular o conhecimento com a prática de outros saberes”, destaca.
A especialista Eline Rasera, avalia
que a escola tem papel fundamental na formação de um profissional, tendo em
vista que as informações recebidas na infância irão influenciar toda a vida da
pessoa. “Forma-se um padrão mental a partir das informações, aprendizados e
experiências, o que servirá como guia para as futuras atitudes. Portanto,
quanto melhores forem essas informações armazenadas em nosso cérebro, melhor
será o resultado das nossas ações”, afirma.
A especialista Eline Rasera reforça
que, para que o Brasil tenha bons profissionais para liderar bons projetos no
futuro, é preciso repensar o modelo de educação atual. “A base escolar faz uma
enorme diferença na preparação da carreira e infelizmente o ensino público no
Brasil, desde a pré-escola, está aquém dessa necessidade”, pontua.
Foto 1 – Professora Eline Rasera.
Fotos 2 e 3 – Fundação Romi mantém dois projetos de formação que são o CEDIN (Centro de Vivências do Desenvolvimento Infantil) e o NEI (Núcleo de Educação Integrada).
Crédito: Divulgação.

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