GREVE DA ANVISA PREOCUPA EMPRESÁRIOS

A greve dos funcionários da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária)  já começa a trazer
transtornos à população brasileira, pois começam a faltar alguns princípios ativos
para a produção de medicamentos, inclusive para tratamentos de câncer. O Centro
das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas está
acompanhando com preocupação não só a greve dos funcionários da Anvisa como
também da Receita Federal, pois o tempo de duração das operações de importação
e exportação no aeroporto de Viracopos dobrou por causa do movimento.

Enquanto o tempo normal de liberação de produtos no aeroporto pela
Receita Federal ficaria ente 12 horas e um dia, com a greve, a média passou
para dez dias. As companhias com maior prejuízo são as que operam com
mercadorias que precisam de armazenamento nas câmeras frias, já que o preço
pago por cinco dias de estoque é de 1,5% o valor do processo na mercadoria. Por mês, passam por Viracopos 632,5 mil toneladas de carga.

O diretor de Comércio Exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso, disse
que em Campinas o Ciesp tem procurado abrir um canal de diálogo com a Receita
Federal no Aeroporto de Viracopos e no caso de problemas pontuais o Ciesp
Campinas tem procurado tratar e ajudar dentro do que é possível junto a seus
associados.”Até o momento não temos notícias de grandes impactos com relação à
Receita Federal. Temos sim demora na liberação de cargas de isso gera aumento
de custos e em função disso complica a nossa competitividade”, diz.

Anselmo Riso destacou que o grande problema é com relação à greve dos
funcionários da Anvisa. “A questão da Anvisa tem prejudicado e muito vários
setores como farmacológico, setor de equipamentos hospitalares e odontológicos,
entre outros. O Sindusfarma já conseguiu alguns mandados para seus associados,
porém a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) achou por bem
nesse momento preparar uma minuta e estará fazendo a solicitação de um mandado
de segurança para que possa também ajudar os seus associados ligados a esses
setores”, explicou.

O diretor da Fórmula & Cia farmácia de manipulação de Campinas,
Marcos Ebert, disse que neste momento não há nada que se possa fazer. A Anvisa
está liberando algumas cargas, porém, algumas empresas entraram na justiça e,
por decisão judicial, suas cargas estão com prioridade de liberação (entre
estas empresas não há nenhuma do setor farmacêutico, sendo principalmente do
setor alimentício). Marcos Ebert disse que em situação normal, as
distribuidoras (também importadoras) dimensionam seus estoques para que não haja
falta de matéria prima, levando em consideração o tempo de importação, análise
das Matérias Primas (para verificar sua qualidade) e possíveis greves
(relativamente comuns na Receita Federal).O diretor da Fórmula & Cia disse
que persistindo a greve e terminado o cumprimento das decisões judiciais, as
Matérias Primas começarão a ser liberadas. Segundo Ebert a grande preocupação é
que algumas matérias primas estão começando a faltar como o pregnenolona, que é
um hormônio essencial para o funcionamento das funções mentais. “Outras matérias
primas também estão prejudicadas como o. Nicotinato de inositol, que é usado
para baixar colesterol; ac. Retinóico, usado em tratamentos dermatológicos e
picnogenol, que é antioxidante”, diz.

Diferentemente do que tem sido registrado em outras regiões, no caso do
aeroporto de Viracopos, o diretor de Comércio exterior do Ciesp Campinas.
Anselmo Riso, disse que a questão das câmaras frias que acondicionam produtos
perecíveis a situação está sobre controle. “No aeroporto de Viracopos o pessoal
da Infraero tem se desdobrado para poder fazer com que nenhum produto deixe de
ser acondicionado conforme a regulamentação. Soube que na semana passada foi
feita uma força tarefa junto com o pessoal da agricultura e da Anvisa onde se
conseguiu liberar muitas das cargas abrindo espaço para que novas cargas em câmaras
frias possam ser armazenadas”, diz.

Anselmo
Riso não descarta a possibilidade, caso seja necessário, que o departamento
jurídico do Ciesp Campinas ingresse com algum mandado de segurança para
garantir os direitos de seus associados caso a situação se torne insustentável.

O
diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, reafirmou a posição da
entidade de promover ações judiciais para a obtenção de liminares para que as
empresas continuem operando”As empresas e a população estão sendo usados como
massa de manobra na pressão contra o governo. Essa greve não está sendo contra
o governo, mas sim contra a população brasileira que não tem como se defender
disso. Nós empresários vamos buscar liminares para liberar nossos produtos nos
portos de aeroportos para poder continuar produzindo”, afirmou.

Segundo
José Nunes Filho os prejuízos maiores são para a população, pois hoje faltam
alguns princípios ativos de medicamentos em hospitais e por isso o movimento de
greve é contra a população e não contra o governo, segundo ele.

 
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