INCOERÊNCIA ADMINISTRATIVA

23 de abril de 2015.
COLUNA DO JORNALISTA VIEIRA JUNIOR

Dilma Rousseff nos brindou com mais uma de suas pérolas. Essa, talvez a
maior e mais incoerente dos últimos anos. Trata-se de mais um posicionamento
incoerente e totalmente contrário a todo e qualquer discurso público feito por
ela nos últimos meses. De frente para o povo, as frases “precisamos encontrar o
equilíbrio”, “vamos cortar gastos” e “conter a corrupção” enchem de esperança
os mais ingênuos. Nos bastidores, a caneta é mais forte que a palavra e aprova,
sem vetos, um orçamento que triplica o dinheiro repassado a partidos políticos
que sugam e definham a economia do Brasil dentro ou fora do poder.
O Brasil vive um péssimo momento político e econômico. Os impostos
sobem, os preços disparam e os investimentos são cortados por todos os lados.
Tudo com o justo pretexto de que o governo precisa “fazer caixa”, recuperar o
déficit e realinhar a economia. Então, todos começamos a apertar os cintos,
compra menos aqui, anda menos de carro ali, e por aí vai… Mas, eis que, de
novo, somos surpreendidos pelo governo. Dilma mostrou que não está nem aí para
o povo ao sancionar o Orçamento Geral da União de 2015 sem vetar a proposta que
triplicou os recursos destinados ao fundo partidário, uma das principais fontes
de receitas dos partidos políticos, justamente os mais responsáveis por afundar
o Brasil na crise.
Até hoje, os partidos recebiam R$ 289,5 milhões. Uma pessoa com o mínimo
de sanidade intelectual saberia que, frente à inexistência de benefícios que
eles geram à sociedade, esse valor deveria ser diminuído, no mínimo, pela
metade. Não é assim que acontece com as instituições filantrópicas? Todos os
anos elas precisam se afundar em relatórios e comprovantes para conseguirem
provar ao governo que estão, de fato, gerando benefícios para a comunidade sob
pena de perda das verbas se isso não acontecer. Mas com os partidos políticos a
medida é outra, o peso também…
O valor foi elevado para 867,5 milhões pelo relator do Orçamento no
Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB- RR). Dilma teve o poder de vetar. Se
estivesse realmente do lado daqueles que ela diz defender, assim o faria.
Contudo, ela não é a única “vilã” dessa história: os presidentes dos partidos
governistas enviaram a Dilma uma carta solicitando a sanção dos recursos, que
também passaram pela aprovação do Legislativo. É a comprovação de que o
povo brasileiro não tem mesmo um motivo para acreditar em uma classe que
persegue troféus e reconhecimentos sem ter conquistado algo. Pior que isso: se
premiam após colocarem o Brasil em uma das piores crises da sua democracia
moderna.  Tanto Executivo como Legislativo abandonaram o povo brasileiro.
Resta saber quando o povo vai, de fato, abandonar os seus políticos.
Vieira Junior – Jornalista, pós-graduado em
Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (IBE-FGV)
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