INDÚSTRIA TRAVA INVESTIMENTOS NA REGIÃO DE CAMPINAS

02 de novembro de 2015.
Pesquisa de sondagem
industrial realizada junto aos associados do Centro das Indústrias do Estado de
São Paulo (Ciesp) regional Campinas realizado pelo Centro de pesquisas
Econômicas da Facamp (Faculdade de Campinas)  mostra que a industria de Campinas paralisou
os investimentos. Os motivos que levaram a essa resistência em investir são a
estagnação da lucratividade, leve redução da produção  e aumento de custos.
Na avaliação do ano
de 2015 no período de janeiro a outubro mostra que o quadro pouco positivo está
fundado numa piora das expectativas com base em resultados objetivos no que
tange à economia brasileira e por este motivo muitas empresas represaram seus
investimentos.
O economista da
Facamp, José Augusto Ruas, disse que a indústria regional paralisou os seus
investimentos e reduziu a produção em 2015. “A partir do mês de maio,
predominantemente a produção da indústria regional se estagnou”, acrescentou.
Para o economista, diante do quadro atual de incertezas na economia e com as
pesquisas de sondagem industrial apontando isso, é muito difícil o empresário
pensar em investir ou ampliar o seu negócio. “No entanto, se a economia der
alguns sinais positivos de retomada em 2016, o ânimo pode melhorar e os
investimentos voltarem”, resumiu Ruas.
O diretor titular do
Ciesp Campinas, José Nunes Filho, disse que o país empobreceu  e não houve investimento. “A saúde está
abandonada, a educação está abandonada, não tem infraestrutura, a inflação está
alta e a taxa de juros alta. Isso tudo tirou a competitividade do país e a
nossa região que é estritamente industrial, não produz commodities, ela fica
ainda marcada e sendo a mais punida por isso. Com a desvalorização do Real isso
também complica porque a maioria dos componentes  usados pelas nossas indústrias são importados.
Isso torna o produto mais caro. Você tem menos demanda, menos produção, mais
demissão, então é uma situação muito difícil e não é só econômica é uma
situação política. Precisa criar um horizonte político novo de uma forma
democrática juridicamente viável”, afirmou.
De janeiro a outubro
desse ano foram fechados 5.550 postos de trabalho. Em outubro foi registrado o
maior número de demissões de todo o ano com o fechamento de 1.950 vagas. Nos
últimos 12 meses , o acumulado é negativo em 4,45%, representando uma queda de
aproximadamente 6.750 postos de trabalho. “O mês de outubro foi um mês
dramático, pois 1.550 demissões é muita coisa e você fala em praticamente três
indústrias de mais de 600 funcionários fechando as portas. É muito grave”,
avalia.
José Nunes Filho
destacou ainda que a população também não suporta mais aumento da carga
tributária. “Não adianta agora também querer passar a conta para o contribuinte
mais uma vez porque o contribuinte está cheio de pagar mesada para bandido e
nós não queremos seguir pagando mesada para bandido. Também somos contra
qualquer novo imposto. O governo não consegue aprovar o ajuste fiscal dele
porque não há mais diálogo entre executivo e legislativo. Há trocas de
acusações e chantagens de lado a lado para tentar cada um manter seu cargo e
sua posição para não ser preso pela Lava Jato”, diz.
Para o diretor do
Ciesp o futuro é sombrio e não há nenhuma perspectiva de mudança para 2016 e
2017. Segundo José Nunes Filho a grande preocupação é de que o país não se
transforme numa Venezuela que vive uma situação de miséria, de desabastecimento
e de violência.

Diante de tantos
problemas enfrentados pelo setor produtivo, o índice de Confiança do Empresário
Industrial subiu para 32,2 pontos em novembro e se encontra a 17,8 pontos
distante do nível de estabilidade que é de 50 pontos. Tal resultado ocorre após
elevação na passagem de setembro para outubro, quando o índice passou de 30,2
para 31,2 pontos. Desta forma, o indicador chega ao seu vigésimo sexto mês em
quadro de pessimismo, estando 19,1 pontos abaixo da média histórica de 51,3
pontos.
Foto 1 – Diretor do Ciesp Campinas,. José Nunes Filho.
Foto 2 – José Nunes Filho, o economista da Facamp, José Augusto Ruas e o vice diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
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