AS TRÊS FASES DA EMPATIA

02 de dezembro de 2015.

ARTIGO DO CEO DA ATMO EDUCAÇÃO MARCELO VERAS

Na sua opinião, qual
é um dos maiores males da atualidade? Na minha, não tenho dúvida, o fanatismo.
Escrevi sobre isso no meu artigo anterior. E o segundo maior mal? Também não
tenho dúvida – a falta de empatia. Esse é o meu assunto de hoje. O fanatismo
sem controle tem quase produzido mais desgraça e insegurança do que algumas
guerras. Já a falta de empatia, é o catalizador maior do primeiro mal. Quando o
ser humano não é capaz de se colocar no lugar do outro, a intolerância e o
desrespeito tomam o poder, controlam a mente e determinam as ações. O resultado
é um só – cada um por si e ninguém pelo bem de todos.
Chefes
esquizofrênicos, políticos corruptos, colegas de trabalho que dedicam mais
tempo a fazer o mal do que a trabalhar bem em equipe e produzir, empresários
gananciosos que visam o lucro a qualquer custo e por aí vai. O mundo atual é um
barril de pólvora. Não há como prever e evitar todas as explosões, elas vão
ocorrer e vão trazer consequências ainda maiores. O limite está próximo.
Empatia é algo fácil
de entender, mas hoje quero me aprofundar no seu conceito, mostrar as suas três
faces e como essa competência é tão importante para a vida e para a carreira.
Embora, infelizmente, rara nos dias atuais, garanto que quem souber
desenvolvê-la vai sair na frente e colher sempre bons frutos.
Ter empatia é ser
capaz de se colocar no lugar do outro. O conceito é fácil de entender, mas é
amplo demais. O que significa “se colocar no lugar do outro”? Bom, quando
discuto essa competência em sala de aula, sempre vejo um certo incômodo em
relação ao real significado dessa competência e de como potencializá-la.
Portanto hoje resolvi explorar as três atitudes práticas de quem tem uma boa
empatia. Vamos lá:
Primeira: Dimensão
cognitiva. Traduzida em uma frase, seria: “Eu entendo a sua perspectiva”. Ou
“eu entendo o seu sentimento”. Isso se consegue sendo um bom ouvinte,
concentrado no que o outro está falando e procurando, a partir do sentimento
exposto, entender perfeitamente por qual motivo aquele sentimento está ali.
Segunda: Dimensão
emocional ou afetiva. De novo, traduzida em uma frase, seria: “eu sinto o que
você sente”. Em outras palavras, se você realmente compreendeu o porquê do
sentimento da outra pessoa, tentar colocar o seu pé no sapato dela e sentir a
dor que ela sente. Isso se consegue a partir da dimensão anterior. É como se eu
saísse de mim e passasse a enxergar o mundo como o outro, mesmo que por um
instante, apenas para sentir o que ele sente;
Terceira: Dimensão comportamental.
Essa é a dimensão da ação. Em outras palavras, “Conte comigo”. Eu entendo o seu
sentimento, consigo sentir a sua dor e me coloco à disposição para lhe ajudar.
Veja, essa quebra em
três dimensões ajuda muito a entender como essa competência precisa ser
materializada nas relações. Cada dimensão nos faz um convite claro para uma
jornada de entendimento e ação em relação às pessoas que convivem conosco. Não
sei se você enxergou o poder que a empatia tem de mudar um departamento, uma
empresa, uma cidade, um país e até o mundo. Infelizmente, essa competência está
pouco democratizada e não é trabalhada na preparação de profissionais para o
mercado. Mas se analisarmos as corporações e sociedades mais desenvolvidas, a
preocupação empática é mais evidente. Nas sociedades e empresas mais
desenvolvidas, as pessoas têm posturas mais equilibradas e que visam o bem
coletivo e não só individual. Mas isso, repito, é mais raro hoje do que
político honesto.
Portanto hoje fica
essa dica. Invista nessa competência. Concentre-se em quem está a sua volta.
Tenha interesse genuíno pelas pessoas com as quais convive. Não deboche dos
sentimentos alheios. Não é porque algo não lhe toca ou dói que não pode estar
fazendo um estrago em alguém perto de você. O mundo precisa de empatia. As
empresas precisam de empatia. Os líderes precisam de empatia. Sem ela,
estaremos cada vez mais nesse ciclo vicioso do “cada um por si”. Até o próximo!
CEO da Atmo Educação,
Marcelo Veras é sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de
Marketing, Estratégia Empresarial e 
Planejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos, possui experiência
de 25 anos em empresas como Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e
Atmo Educação. Autor/Organizador dos livros “Métodos de Ensino para Nativos
Digitais” (Atlas, 2010) e “Gestão de Carreira e Competências” (Atlas, 2014), é
mediador do FAB – Future Advisory Board, grupo de CEOs da Região de Campinas,
que se reúne bimestralmente para discutir Futuro e Tendências. Marcelo Veras é
graduado em Engenharia Química, com Pós-Graduação em Gestão de Produção, MBA
Executivo em Marketing e em Gestão de Negócios, além de Master em Tendências,
Coolhunting e Gestão da Inovação.

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