MINDSET EMPREENDEDOR, O PRÓXIMO DESAFIO DO MERCADO CONTÁBIL

08 de janeiro de 2016.
ARTIGO DE ROBERTO DIAS DUARTE

Desde o início deste
século profissionais da contabilidade vêm superando os desafios impostos pelas
mudanças técnicas. Do lado contábil, este movimento se deu pelo processo de
convergência aos padrões internacionais. Do lado fiscal, pela introdução das
tecnologias tributárias, como o Sped e o eSocial.
Além disso, o
ambiente tributário sempre foi hostil, sendo marcado por mais de 40 alterações
legais por dia e 11 milhões de regras. Tudo isso vem sendo trabalhado, com
relativo sucesso, pelos profissionais. Entretanto, o setor se prepara para um
novo e maior desafio, cuja principal mudança não é técnica.
Surge um novo
momento. O da criação do mindset empreendedor. Seja o dono do escritório, o
gestor ou o técnico, há uma imprescindível necessidade de aprender a
empreender. Para ser bem-sucedido em seu negócio ou carreira, o profissional
precisa aplicar conceitos importantíssimos no dia a dia do trabalho.
Em especial, líderes,
empresários e gestores devem dedicar boa parte do tempo para conhecer e aplicar
técnicas de gestão estratégica de negócios, pessoas, atendimento e processos.
Enfim, chegou o momento da excelência na gestão das consultorias e organizações
contábeis. Somente assim haverá, de fato, a oferta de serviços de alto valor
agregado e, consequentemente, os clientes passarão a valorizar mais o trabalho
desses profissionais.
A questão da
conformidade legal já faz parte do cotidiano do profissional da contabilidade.
O advento das tecnologias fiscais digitais trouxe um componente inovador: a
velocidade do mundo digital. Mas, desde sempre, há bons profissionais alertando
e orientando os demais acerca destes temas. Não que não haja novos desafios,
mas a fórmula para a superação já foi traçada: estudar, estudar, estudar.
Agora, a grande
transformação que está ocorrendo não é legal. É comportamental. São poucas as
organizações contábeis que não têm problemas com recrutamento, seleção e
desenvolvimento de pessoas. Há muita reclamação tanto de quem contrata, quanto
de quem é contratado. Isso é sintoma  de
que há algo errado.
Primeiramente, é
fundamental investir em gestão estratégica de pessoas, no sentido amplo do
tema. Em segundo lugar, os profissionais técnicos precisam entender que só
conhecimento técnico não é suficiente para o sucesso na carreira. É necessário
que eles sejam protagonistas de suas vidas e busquem atitudes empreendedoras
internas, ou seja, atuem como intraempreendedores. Desenvolvam habilidades além
das técnicas como relacionamento, comunicação, proatividade.
Por outro lado,
também há uma grande insatisfação do mercado empresarial com relação aos
escritórios que os atendem. Recentemente, utilizei a metodologia global NPS
(Net Promoter Score) para avaliar esse quesito. Foram mais de 2 mil respostas
de empresários. Tivemos 42% classificados como detratores dos escritórios e 33%
de promotores. Na prática, isso mostra que temos um terço dos escritórios
trabalhando com excelência, transformando seus clientes em verdadeiros fãs.
Enfim, se a classe
contábil insistir em estudar apenas a legislação, e negligenciar a estratégia,
a gestão e o desenvolvimento de habilidades comportamentais, este mercado nunca
será valorizado pela sociedade. A boa notícia é que um terço do mercado já
percebeu isso e mudou o estilo de atuação.
Roberto Dias Duarte é
sócio e presidente do Conselho de Administração da NTW Franquia Contábil,
primeira deste setor no país.
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