SALÁRIOS DEVEM DIMINUIR EM 2015

07 de janeiro de 2015.
Os desafios econômicos do governo
para este ano são muitos, entre eles, não permitir um aumento da taxa de
desemprego, de forma que a economia brasileira se mantenha aquecida. O
relatório anual sobre salários da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
divulgado recentemente, mostra que o Brasil foi um dos países com maior queda
da desigualdade na última década.
O mercado de trabalho foi responsável
por 72% dessa redução, em função do aumento dos salários e da taxa de emprego.
Outros fatores, incluindo políticas de distribuição de renda, também
contribuíram para a redução da desigualdade. No entanto, o crescimento dos
salários reais no Brasil registrou uma variação de 4,1%, em 2012, para 1,8% em
2013. A tendência é de que neste ano o crescimento real do salários registre
queda.
Para o pesquisador da área de
Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), Rodrigo Leandro
de Moura, a taxa de desemprego deve subir em 2015 e os trabalhadores tendem a
perder poder de barganha salarial, com os salários reais crescendo bem menos ou
até diminuindo.
Uma das causas, segundo Moura, é a
elevação já observada da taxa de juros pelo Banco Central e a projeção de
aumento gradual em 2015, aliado às baixas expectativas de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB), além de um arrefecimento parcial do crescimento da
inflação. “Não descarto uma piora da desigualdade nesse ano. Minha expectativa
para o mercado de trabalho no ano de 2015 é um cenário de deterioração”,
salienta o pesquisador.
De acordo com o professor da IBE-FGV
e diretor da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras, Sergio Miorin, as
contratações deverão acontecer em baixa escala. As melhores remunerações serão
para profissionais que se destacam no mercado. “Como a mão-de-obra qualificada
é difícil de ser encontrada, as empresas com planejamento e inteligência
estratégica apurada acabam não demitindo profissionais qualificados mesmo no
momento crítico. Caso o façam, depois será difícil encontrar um profissional do
mesmo nível; além do que, existe também a questão da remuneração”, diz. Miorin
ainda ressalta que os profissionais com esse perfil conseguem escolher a
carreira e optar por funções com maior salário em empresas maiores.
De acordo com a OIT, embora os países
emergentes e em desenvolvimento, em geral, demonstrarem uma tendência a
aumentar a média dos salários mais rapidamente do que as economias
desenvolvidas, na América Latina e no Caribe, onde os países de maior
influência são Brasil e México, o crescimento médio dos salários reais variou
de 2,3%, em 2012, para 0,8% em 2013. No Brasil, entre 2001 e 2012, as classes
mais baixas tiveram maior aumento salarial do que as classes mais altas e a
participação dos salários aumenta de forma gradual na classe média.
“Entretanto, com o menor crescimento da economia e o desaquecimento do mercado
de trabalho, o grupo de trabalhadores com somente o Ensino Médio, que
normalmente pertence à classe média, deve sofrer mais”, finaliza o pesquisador
Rodrigo Leandro de Moura.
Foto: Professor da IBE-FGV e diretor da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras, Sergio Miorin.
Crédito: Divulgação.
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