SEMANA QUENTE PARA O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

11 de março de 2016.
ARTIGO DE RENAN DIÉZ
Dentro do universo do
comércio exterior, especialmente neste mês de março, a questão da crise
política evidenciada no Brasil reflete-se de uma forma bastante incisiva e numa
velocidade surpreendente quando falamos na cotação de nossa moeda frente ao
Dólar e também ao Euro. Qualquer movimentação política ocorrida no Brasil hoje
é capaz de fazer o dólar subir ou descer de forma quase que instantânea.
Sobretudo nestes
últimos dez dias, as incertezas do mercado frente as turbulências políticas
acabam por ocasionar essa flutuação desproporcional do nosso câmbio. Para
muitos economistas, a cotação do dólar frente ao real, descontada a crise
políticas, poderia estar cotada atualmente, entre R$ 3,00 e R$ 3,50.
No momento em que
iniciaram-se as notícias de que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente
Lula poderiam estar envolvidos dentro de uma ação para frear as investigações
da Lava Jato, o que gerou rumores de que a presidente poderia perder o cargo,
boa parte do mercado reagiu de forma positiva e iniciaram-se as operações de
venda de dólar, proporcionando o recuo da cotação cambial.
Por outro lado, após
a notícia de que o ex-presidente Lula poderia assumir um ministério dentro do
governo, com o intuito de receber foro privilegiado e, assim, evitar uma
eventual condenação por meio de uma possível sentença do Juiz Sergio Moro, o
mercado logo reagiu e o dólar esboçou alta novamente.
Está claro que
estamos por uma crise muito mais forte politicamente do que economicamente.
Segundo o ex-presidente do Banco Central e atual diretor do Centro de Estudos
Internacionais da FGV, Carlos Langoni, “se dependesse só dos dados mais
recentes do setor externo brasileiro, o dólar deveria estar bem mais baixo…
Olhando as contas externas, a taxa de câmbio não é R$ 4,00, está mais para R$
3,00, R$ 3,50. O resto é puro ruído político.”
Também segundo André
Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual, “pode acontecer de o dólar
voltar a R$ 4,00, quando o mercado perceber que a saída de Dilma ainda não é
algo que está pactuado ou que sua saída não signifique necessariamente melhor
do ambiente político”.
A incerteza é a única
certeza neste momento. Para as empresas inseridas no comércio exterior,
exportar é sempre uma vantagem competitiva. Para as empresas importadoras, com
a momentânea queda do dólar novos negócios tem se tornado viáveis novamente.
Para quem não gosta de política está na hora de se informar, pois, no momento é
apenas a política que determinará o rumo de um novo cenário para 2016.
Diretor da Intervip
Comércio Exterior, Renan Diez e aluno do programa CEO Insights da IBE-FGV
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