TAMARINDO

28 de agosto de 2015.
COLUNA DO PROFESSOR ROBSON PANIAGO

Estava em casa tomando um suco de
tamarindo e lembrando o tempo em que a vida era mais simples e também mais
fácil de levar.
Quem passou pela hiperinflação e
lembra-se da inflação da época do ex-presidente Sarney quando a mesma chegava a
83% ao mês sabe quanto era duro sobreviver com o que se ganhava, mesmo
aplicando seu suado salário no ‘overnight’ (aplicação que ajustava seu dinheiro
diariamente). Vimos os militares presidirem o País e o ufanismo do “Brasil, ame
ou deixe-o” que fez muitos deixarem o País, mesmo a contragosto.
Não se pode esquecer do jornalista
Paulo Francis que foi a público comentar de problemas na Petrobrás e que pagou
pela ousadia de dizer algo que agora vemos ser uma ponta do iceberg. Vi vovó
passando roupas de nosso avô com ferro a brasa com muita galhardia e com a
tranquilidade de saber que o mesmo era um lutador e uma pessoa do bem que pode
ser considerado um ‘self made men’.
Já tomei crush (refrigerante sabor
laranja delicioso) e Grapette (de uva) e que tinha como slogan: “Quem bebe
Grapette, repete”, a partir de 1963.
E tomando esse suco de tamarindo com
sabor de infância levei um susto quando percebi que vários amigos e pessoas de
bem saíram às ruas para destituir um presidente da república que perdeu o apoio
das bases cometendo várias medidas temerosas, e me lembro bem que sequestrou a
poupança de muitos, causando destruição de lares, perdas irreparáveis e falta
de honestidade num cargo tão fundamental para o País.
Apesar de o suco estar com açúcar
para aguentar as amarguras da vida, percebi que esse presidente fez o que fez e
continua no poder e fazendo coisas ainda mais fabulosas do que ontem e
sofisticando os delitos, passando de Fiat Elba para Ferrari e etc.
Com isso só nos resta acreditar na
justiça e confiar para que a mesma nos ajude a desmantelar esse castelo de
areia e que nosso País possa ser um lugar onde possamos acreditar na mesma e
lutar por melhorias.
Afinal, suco de tamarindo e juízo não
fazem mal a ninguém e podem nos ajudar a ter um Brasil com letra maiúscula,
gente lutadora e sofredora e menos corrupção e desmandos de nossos autistas
políticos que só pensam em si.
Espero que eles tomem um suco de
tamarindo sem açúcar e sem afeto e que saibam que nós, a duras penas, queremos
um País decente, com pessoas comprometidas e políticos que efetivamente parem
de se autorrepresentar e sejam “representantes do povo”, pois no inconsciente
coletivo do brasileiro só existe uma coisa certa: “Não aguentamos mais!

Robson Paniago é professor da IBE-FGV e
Administrador Tecnológico & Social.
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