A COMUNICACÃO ALÉM DAS PALAVRAS

06 de dezembro de 2014.
COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA.
Nos comunicamos o tempo todo com
atitudes, palavras, gestos e expressões.

Mas quanto dessa comunicação está sob
nosso controle e nossa atenção? A chamada “comunicação não verbal” é
responsável por mais de 70% da mensagem que estamos transmitindo e pode estar
sendo realizada inconscientemente. E não é pouco!
Com essa importância nas relações
pessoais, conhecer um pouco sobre o assunto e tornar mais consciente posturas,
gestos, expressões faciais, respiração e tom de voz, pode ajudar a melhorar
significativamente o resultado da nossa “Inteligência Interpessoal” –
capacidade para relacionar-se com outras pessoas.
Quanto mais consciência sobre essas
expressões, mais podemos tornar coerente a nossa mensagem e menor a chance de
sermos mal interpretados. O problema é que quando não estamos atentos, podemos
falar uma coisa e transmitirmos outra.
A ciência que estuda a linguagem
corporal é chamada de Kinésica (ou Quinésica). Os movimentos corporais que
acompanham as mensagens faladas são percebidos pelos nossos sentidos. Pode ser
muito sutil e ao mesmo tempo altamente impactante, levando até a mudar todo o
sentido da mensagem.
E a competência da comunicação
contribui para o sucesso de um profissional.
Muito comum cenas de pessoas em
reuniões sentadas com uma postura relaxada, checando o celular, rabiscando
distraidamente um papel. E quando um líder é procurado pelo subordinado para
uma conversa importante e continua olhando o computador ou escrevendo enquanto
o funcionário “tenta” falar algo? Qual a mensagem que essas atitudes
transmitem?
São inúmeros os exemplos que observamos,
e o que fica ainda mais visível, é a fala desconectada das expressões. Um
“virar” de olhos, torcer a boca para o canto, franzir sobrancelhas, arregalar
os olhos, leves sorrisos de canto, respiração mais rápida (ou bufante), tom de
voz elevado ou baixo demais, olhares que se desviam. Essas são algumas das
formas de expressar sentimentos e intenções que utilizamos sem percebermos na
maioria das vezes.
Corporalmente podemos listar alguns
comportamentos mais comuns: braços cruzados numa conversa frente a frente,
corpos muito distantes ou muito próximos, ombros caídos, costas curvadas,
costas rígidas, ombros elevados e projetados para trás, pernas e mãos
inquietas, e outros.
Na organização, a comunicação
“oculta” pode significar mais do que a mera interpretação errônea, levando a
problemas no resultado das atividades, desmotivação de equipes, dificuldade na
construção de relações significativas para o negócio, e até mesmo comprometer a
imagem da empresa.
Quantos de nós já saímos de uma loja
ou deixamos de comprar algo porque o vendedor(a) não “demonstrou” interesse em
nos atender? E na recepção de uma empresa? Como nos sentimos quando funcionário
(a) não nos dirige o olhar ao nos receber?
Tom de voz firme não é tom de voz
elevado. Braços cruzados tende a demonstrar postura “fechada” diante do outro;
fugir de olhares pode revelar insegurança, revirar os olhos diante de uma
mensagem falada pode indicar “desdém”. Mentir tende a alterar a linguagem do
corpo.
Posturas corporais de atenção como:
sentar-se com as costas eretas (mas não rígida), olhar nos olhos e mantê-los no
mesmo nível dos olhos do receptor ou emissor, um leve sorriso, braços e pernas
em posição de descanso, tronco levemente pendendo para a frente, demonstra
interesse e receptividade. E essa interação numa empresa tende estimular e
motivar funcionários a relacionar-se com seus líderes de maneira muito
produtiva.
Para iniciar mudança na comunicação,
começar a prestar atenção `a essas mensagens corporais trará resultados
importantíssimos, como: descruzar os braços imediatamente ao perceber
cruzando-os, equilibrar o tom de voz quando num conflito, procurar manter uma
expressão facial de tranquilidade e atenção, buscar sempre o olhar do outro. O
importante é detectar imediatamente essas expressões que estão incoerentes com
a mensagem ou com a interação e corrigi-las o mais rapidamente possível.
Por isso a frase: “quando atender o
telefone sorria, pois a pessoa do outro lado vai perceber o seu sorriso”, pode
mesmo ser mais verdadeira do que imaginamos.
Eline Rasera,
psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de
Empresas da IBE-FGV.
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