ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ESPECIALIZADA PODE GERAR ECONOMIA ACIMA DE 20% AOS MUNICÍPIOS CONTRATANTES

01 de fevereiro de 2016.
Há mais de 20 anos o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é operacionalizado por estados e
municípios em um modelo chamado de autogestão, ou seja, são as escolas que
fazem as refeições dos alunos. Nos últimos anos o que observamos é uma
tendência crescente de adesão à terceirização da merenda em todo o país. Isso
porque são constatadas dificuldades dos gestores públicos, principalmente em
relação a qualidade, custo, mão de obra e manutenção do serviço da merenda. O
fato é que as escolas precisam atuar com mais efetividade na área do ensino,
transferindo a responsabilidade de uma alimentação saudável para quem é
especializado nisso.
A profissionalização
da alimentação nas escolas já é um case de sucesso em muitos estados. Segundo o
Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas de Santa Catarina e do Rio Grande
do Sul (SIERC), no estado catarinense mais de 60% da merenda é terceirizada.
Isso significa otimização de recursos, maior agilidade nas tomadas de decisão e
aquisição de gêneros, contratação de recursos humanos e capacitação de pessoal,
manutenção da estrutura física das cozinhas e equipamentos, crianças mais
saudáveis e bem alimentadas. O município/estado fica responsável apenas pelo
monitoramento do serviço.
O Sindicato das
Empresas de Refeições Coletivas e Alimentação Escolar do Paraná (Sercopar),
alerta que todos os cardápios terceirizados devem ser elaborados e
supervisionados por uma equipe de nutricionistas, além de seguir os critérios
recomendados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e
PNAE.  Os custos com a alimentação,
segundo o órgão, se concentram em materiais diretos e indiretos de produção,
que são os alimentos perecíveis, não perecíveis e demais produtos, mão de obra
administrativa, técnica e operacional, além das despesas indiretas e serviços
de apoio, como é o caso de manutenções, equipamentos, uniformes, logística,
capacitações, programas de educação nutricional, gestão da qualidade, controle
de pragas das cozinhas, entre outros. “A terceirização representa mais de 20%
de economia para estados e cidades contratantes do serviço quando comparamos
com o modelo de autogestão.  Este modelo
simplifica a estrutura e a diversidade de contratações, elimina o excesso de
processos licitatórios e pregões, reduz custos públicos como compra e
manutenção de veículos, mão de obra, utensílios, extingue a necessidade de
contratação de funcionários e a garante a conservação de alimentos, evitando a
falta ou a sobra dos mesmos”, explica o Presidente do Sercopar Carlos Humberto
de Souza.
A terceirização
proporciona a padronização de receitas e variedade de preparações de acordo com
a cultura regional. “A empresa que terceiriza a alimentação deve dar
preferência a produtos de cooperativas, incentivando o consumo dos insumos que
vêm da Agricultura Familiar. Deve estabelecer parcerias com fornecedores locais
e valorizar o trabalho dos pequenos agricultores, isso contribui diretamente
para o crescimento da região na qual se atua”, explica Souza.
Além disso, a
supervisão de nutricionistas nas escolas em que o serviço é terceirizado
oferece controle total das refeições servidas. A disposição de mão de obra
capacitada também é uma grande vantagem, pois é a empresa contratada que realizada
toda a contratação do pessoal para o devido acompanhamento e supervisão das
refeições.  Os contratantes precisam
fiscalizar tudo isso.
Mas, o principal
diferencial, é que as escolas podem focar na educação. A terceirização isenta o
diretor da responsabilidade de administrar e gerir os processos de alimentação,
otimizando sua função pedagógica e administrativa na escola.  Programas de educação nutricional, que
incentivam hábitos saudáveis desde cedo, maior agilidade no atendimento para
situações que exijam reparos na estrutura e a garantia de qualidade e segurança
alimentar também são algumas das vantagens.
As cidades e estados
que querem terceirizar o serviço para suas escolas precisam buscar empresas
especializadas que possam oferecer também dietas individuais. Alguns estudantes
têm restrições alimentares e, nestes casos, o cardápio é totalmente adaptado
conforme sua necessidade.
Patricia Woellner de
Souza, diretora da Escola Regular Leonel Brizola em Curitiba (PR), conta que na
unidade, que tem a merenda terceirizada pelo Grupo Risotolândia, duas crianças
precisam deste serviço diferenciado, recebendo diariamente uma dieta 100%
personalizada, seguindo orientações médicas. “Este serviço é fundamental para
garantir a saúde dos alunos de Curitiba. Mesmo que seja um caso especial, as
dietas são muito semelhante à dos demais alunos. Na maioria das vezes, é
servida a mesma receita, com ingredientes alternativos”, diz.
E as crianças aprovam
o lanche servido. “Desde que estou na rede percebo uma melhora contínua. Cada
vez mais as crianças se alimentam bem, cada vez menos temos problemas de saúde.
Prova disso é a avaliação anual do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar
Nutricional), que nos mostra que nossos alunos estão cada vez mais saudáveis,
graças à boa alimentação servida tanto na escola, quanto em casa”, explica. Na
unidade são servidos dois lanches ao dia, um no turno da manhã e outro no turno
da tarde. “Temos muita variedade de frutas e lanches integrais, as crianças são
orientadas sobre os benefícios destes alimentos e passam a consumir com mais
vontade após esse entendimento. O trabalho de educação nutricional é muito
importante na formação de cada um deles”, completa a diretora.
Além da orientação
diária na escola, os alunos da Leonel Brizola também participam do Caminho da
Roça, um projeto desenvolvido pela empresa que presta o serviço de alimentação
para estimular hábitos saudáveis de alimentação. Um ônibus fretado leva as
crianças da escola para a “roça”. Lá eles aprendem, com a orientação de
nutricionistas, o plantio, cultivo, colheita e benefícios dos legumes e
vegetais. Essa aproximação desperta o interesse e estimula o consumo saudável. “Como
entidade que representa o setor, firmamos um compromisso que vai além do
fornecimento de refeições saudáveis. Devemos ser parceiros das escolas na
formação dessas crianças, contribuindo para o bem-estar, saúde e qualidade de
vida. Para isso, quem presta o serviço precisa assegurar total controle e
qualidade em todos os nossos processos, desde a seleção dos ingredientes,
homologação de fornecedores, qualificação de mão de obra, até a entrega final
da refeição. O Sindicato sempre orienta e acompanha”, finaliza o Presidente do
Sercopar.
Foto: Dietas individuais.
Crédito: Divulgação.
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