BALANÇA COMERCIAL DE CAMPINAS REGISTRA DÉFICIT SUPERIOR AO DO ANO PASSADO

28 de julho de 2014.
O saldo da balança comercial das 19 cidades
de cobertura do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Regional
Campinas, no acumulado do ano até junho, registra um déficit de US$ 3.79
milhões, 3% superior ao déficit observado em 2013 para o mesmo  período. No mês de junho, o saldo também foi
deficitário em US$ 743,6 milhões, 7,4% superior a junho de 2013. As importações
no acumulado do ano foram  0,9%
superiores e somaram US$ 5.46 milhões. No mês de junho, foram de US$ 1 milhão e
2,2% superiores a junho do ano passado. As exportações acumuladas do ano foram
3,7% inferiores e somaram US$ 1.66 milhão. No mês de junho, a queda foi de 10%
e totalizou US$ 264,4 milhões.
As exportações acumuladas no ano por destino
mantiveram a tendência de queda das exportações para a Argentina (queda de
24,4%) e aumento das exportações para os Estados Unidos (aumento de 8,0%). Para
China, as exportações também apresentaram uma variação positiva expressiva, de
137,5% e é o terceiro maior destino das exportações da região, com 6,1% de
participação.
No mês de junho, a queda de 10% das exportações
não foi evitada mesmo com o bom desempenho dos setores de agricultura, pecuária
e serviços relacionados, cujo crescimento foi de 178,7% e do setor de
fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, cujo crescimento foi de
89,5%. Em contrapartida, as quedas de 22,2% do setor de fabricação de veículos automotores,
reboques e carrocerias, de 46,8% na fabricação de produtos alimentícios e de
25,3% do setor de fabricação de máquinas e equipamentos foram as grandes
responsáveis pelo resultado mensal ruim.
Os principais setores exportadores da região
de Campinas, no acumulado do ano, foram a fabricação de produtos químicos, com
19,4% de participação no total, o setor de fabricação de veículos automotores,
reboques e carrocerias, com 17,9% do total e a fabricação de máquinas e
equipamentos, com 12,2% do total. Entretanto, os três setores apresentaram
queda no total exportado, sendo a maior delas a do setor de fabricação de veículos
automotores, reboques e carrocerias, de 13,7%, seguido pela queda de 9,4% do
setor de fabricação de máquinas e equipamentos e pela queda de 2,3% do setor de
fabricação de produtos químicos. O setor que mais aumentou as suas exportações
foi a agricultura, pecuária e serviços relacionados, com 331,1% de aumento e
uma participação no total de 6,9%. O setor de fabricação de farmoquímicos e
farmacêuticos também teve resultado positivo das exportações nesse período com 73,6%
de aumento.
As principais origens das importações das 19
cidades de cobertura do Ciesp Campinas foram a China, com 24,3% de
participação, os Estados Unidos, com 16,8% de participação no total e a
Alemanha, com 5,5% do total. Todas as variações foram muito próximas da
variação total das importações, de modo que não é possível apontar algum
comportamento divergente entre as origens das importações.
Os principais setores importadores, no
acumulado do ano, foram a fabricação de equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos, com 33,7% de participação, a fabricação de produtos
químicos, com 22,6% do total, e o setor de fabricação de máquinas e
equipamentos, com 10,2% de participação no total. Dos três principais setores,
as importações do setor de fabricação de produtos químicos caíram 2,6%,
enquanto a dos outros dois setores aumentaram, respectivamente, 6,0% e 7,1% com
relação ao acumulado até junho do ano anterior. O setor de fabricação de
produtos farmoquímicos e farmacêuticos também aparece como um dos setores cujas
importações aumentaram significativamente no período em 10,4%.
O aumento de 2,2% das importações no mês de
junho foi devido principalmente pelas importações provenientes do setor de
fabricação de produtos químicos, cujo aumento foi de 14,9% e do setor de
fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com aumento de 14,2%.
Por outro lado, outros setores de grande expressão apresentaram diminuição nas
importações: o setor de fabricação de equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (-7,7%), o setor de fabricação de máquinas e equipamentos
(-14,8%) e o setor de fabricação de veículos automotores, reboques e
carrocerias (-6,3%).
O diretor titular do Ciesp Campinas, José
Nunes Filho explica porque a economia chinesa é mais competitiva do que a
nossa. “A nossa indústria não consegue produzir no mesmo custo que a indústria
chinesa produz em função da alta carga tributária que nós temos,das taxas de
juros extremamente elevadas, da falta de investimento em logística para exportação.
Tudo isso reflete num custo muito alto do produto brasileiro perante o produto
importado provocando desindustrialização e desemprego”, diz.
José Nunes Filho defende que para mudar a
situação econômica pela qual passa o Brasil é preciso primeiramente mudar o
Brasil. “Nós temos que mudar o Brasil e para isso nós temos que votar e votar
com consciência. O Brasil tem que mudar para se tornar um país competitivo não
só internamente para a nossa indústria 
para não sofrer o ataque dos produtos importados, mas para que tenhamos
competitividade no exterior”, finalizou.
O resultado do comércio exterior das 19
cidades de cobertura do Ciesp Campinas no mês de junho de 2014, expresso pela
ampliação do déficit, deve ser atribuído à queda significativa das exportações de
10% no mês de junho, muito em função da persistente queda das exportações à
Argentina.
O economista da Facamp (Faculdades de
Campinas), José Augusto Ruas, disse que a região está sentindo muito com a
redução das exportações para seus principais parceiros. “Os grandes parceiros
da região que são a Argentina, principal parceiro, o México, o Chile e a
Bolívia que são grandes parceiros da região diminuíram muito as suas
importações originárias da região metropolitana. A Argentina chegou a ser um
caso dramático porque um quarto das importações deles da nossa região
diminuíram”, diz.
As importações da região cresceram um pouco
no período. No entanto, cabe salientar o expressivo aumento das importações de
bens de consumo, possivelmente provenientes do setor de informática e
originários da China, categorias com as maiores variações percentuais das
importações. A importação de bens intermediários diminuiu, o que pode
demonstrar desaceleração da produção da região.
Fotos 1 a 3 – Diretor Titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Foto 4 – Economista e professor da Facamp, José Augusto Ruas.
Foto 5 – José Nunes Filho e José Augusto Ruas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
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