BOAS PERSPECTIVAS NO MERCADO DE LÁCTEOS: QUEIJOS E PROTEÍNA DO SORO DO LEITE EM ALTA

11 de novembro de 2014.
Artigo de Ana Malvestio e Daniela Coco
O mercado de lácteos no Brasil cresceu muito nos
últimos anos. No período de 2009 a 2013, o faturamento do setor, segundo dados
do Euromonitor, aumentou 61%, passando de R$ 38,6 bilhões para R$ 62 bilhões. A
explicação para esse excelente desempenho é o aumento do consumo de leite e
derivados pela classe C. A melhor distribuição de renda ampliou o número de
pessoas nesse segmento e elevou o poder de compra da população. Hoje, o
brasileiro consome anualmente 171 kg de lácteos, segundo dados do Milkpoint,
que ainda apontam um consumo de 216 quilos na Argentina, 219 quilos na França e
257 quilos nos Estados Unidos. Isso demonstra que há potencial para ampliar o mercado
brasileiro e o consumo nos próximos anos.
Grande parte do crescimento do setor é atribuída ao
segmento de queijos, que representa 27% da indústria de lácteos. No período de
2009 a 2013, as vendas de queijo registraram uma elevação de 71%. Elas subiram de
R$ 9,7 bilhões para R$ 16,6 bilhões. Segundo estudo do Euromonitor, a população
brasileira, com mais acesso a produtos de maior valor agregado e mais conhecimento
sobre os benefícios do queijo como fonte de proteínas, elevou os gastos com o
produto. Além disso, é crescente o número de marcas fortes que entram nesse
segmento para conquistar uma fatia do negócio que antes pertencia aos
queijeiros regionais.
A muçarela e o queijo prato representam 60% das vendas
de queijos no Brasil. Sua popularidade é maior entre os consumidores de baixa
renda. O requeijão também é muito consumido pela população. Já as famílias de renda
maior têm grande preferência pelos queijos provolone, parmesão e brie. As variedades com baixa quantidade
de gorduras, caso da ricota e do minas frescal, são outra linha que agrada cada
vez mais aos consumidores, por causa do aumento do número de adeptos de um
estilo de vida mais saudável.
As perspectivas para o mercado de queijos são muito
promissoras. Segundo o Euromonitor, em 2018, as vendas desse segmento devem
atingir R$ 21,6 bilhões, um crescimento de 30% em relação a 2013. Os
brasileiros devem incorporar o queijo no consumo diário e privilegiá-lo por ser
um alimento saudável. É bom lembrar também que os laticínios tendem a ganhar em
produtividade e eficiência, o que contribui para aumentar a produção de
lácteos.
Além do queijo, outro mercado que apresenta boas oportunidades
de negócios é o de soro de leite. Por
ter alto valor proteico, o soro é um ingrediente muito utilizado na indústria
de alimentos e bebidas, além de ser uma importante matéria-prima nas padarias e
confeitarias e até mesmo nos próprios laticínios.
Outros segmentos que demandam soro de leite são o de
suplementos alimentares e o de nutrição esportiva. Este último tem apresentado
um excelente desempenho, com crescimento de 124% nas vendas no período de 2009
a 2013, passando de R$ 206 milhões para R$ 461 milhões. Cerca de 90% das vendas
de produtos relacionados à nutrição esportiva tem como base a proteína em pó. Mais
uma vez, a busca por um estilo de vida mais saudável é o principal fator que
impulsiona esse setor. Até 2018, ele deverá
crescer 73%, atingindo faturamento de aproximadamente R$ 800 milhões.
Nos próximos anos, é provável que o setor de lácteos
se beneficie de um cenário otimista. Os segmentos de queijos e de soro de leite
são apenas exemplos disso. Mudanças de estratégias, desafios operacionais e fusões
e aquisições tendem a ocorrer. Para aproveitar essas oportunidades, as empresas
devem estar preparadas, adotando as melhores práticas de gestão do mercado. Alinhamento
estratégico, gestão de riscos em toda a cadeia, gestão de custos, tecnologia, governança
corporativa, planejamento tributário e sustentabilidade são alguns dos temas
que precisam estar no radar das empresas que pretendem crescer e se beneficiar
dos investimentos que o setor deverá atrair.
Foto 1 -Ana Paula Malvestio  – Sócia da PwC, Líder de Agribusiness, advogada,
bacharel em Ciências Jurídicas.
Foto 2 – Daniela Coco – Gerente
de Agribusiness da PwC, mestre
em Gestão de Negócios e bacharel em Engenharia Agronômica.
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